Implementação de um bioindicador para a neuropatia tardia induzida por organofosforados (OPDIN)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Ferrante Peyon, Ana Carolina
Orientador(a): Sarcinelli, Paula de Novaes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5473
Resumo: O uso de praguicidas vem se tornando um problema cada vez mais grave, tendo em vista o permanente aumento da área plantada em todo mundo. Com o desenvolvimento da agricultura no Brasil, vem se delineando um quadro que pode ser considerado um dos principais problemas de Saúde Pública: a intoxicação humana por esses praguicidas. No grupo dos praguicidas destacam-se os organofosforados (OP) e carbamatos, devido a sua grande utilização no Brasil e ao alto número de intoxicações comunicadas. Esses compostos têm como principal alvo a acetilcolinesterase mas alguns OP também são capazes de inibir uma esterase presente no sistema nervoso. A inibição dessa enzima, conhecida como "esterase neurotóxica" (NTE), leva a um quadro conhecido como "neuropatia tardia induzida por organofosforados" (OPIDN), que tem como principal sintoma a paralisia dos membros inferiores com degeneração axonal. A dosagem de NTE utiliza dois inibidores, sendo definida como resistente ao etil-paraoxon (etPXN) e sensível ao mipafox (MPX). MPX, apesar de seletivo para NTE, não é vendido comercialmente, devendo ser sintetizado no laboratório. O objetivo desse trabalho foi a implantação de um bioindicador para OPIDN, tendo por base a metodologia clássica para determinação de NTE em linfócitos, que possibilitasse monitorar a intoxicação humana por pesticidas com potencial para desenvolver essa síndrome. A substituição de MPX por clorpirifós-oxon (CPO) e de etPXN por metil-paraoxon (metPXN) levou a resultados muito diferentes dos obtidos com etPXN e MPX. A paralisação da reação com detergente ao invés de ácido perclórico se mostrou mais eficiente, eliminando a etapa de centrifugação. Não foi possível estabelecer uma técnica de conservação para as preparações de linfócitos o que obriga que a determinação seja feita no mesmo dia da coleta do sangue. Uma avaliação em um grupo de 27 voluntários sadios indicou um valor de 11,42 ± 6,33 Unidades de NTE por grama de proteínas totais (U/g Ptn), não havendo diferenças com relação ao sexo. A grande variabilidade dos valores encontrados em uma população sadia, mesmo que compatível com os resultados da literatura, dificulta a proposta de NTE linfocitária como bioindicador de OPIDN.