Indicadores da distribuição espacial e temporal de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) associados às variáveis climáticas, ambientais e transmissão de dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Rocha, Nildimar Honorio
Orientador(a): Oliveira, Ricardo Lourenço de, Codeço, Cláudia Torres, Werneck, Guilherme Loureiro, Santos, Reinaldo Souza, Santos, Flávia Barreto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5826
Resumo: A transmissão do dengue e a densidade populacional do Aedes aegypti apresentam-se de forma heterogênea na cidade do Rio de Janeiro. Os padrões de transmissão do dengue são determinados pela combinação de fatores que envolvem o hospedeiro humano, o vírus, o vetor e o ambiente. Objetivou-se estudar os indicadores de distribuição espacial e temporal do Ae. Aegypti e avaliar sua relação com variáveis climáticas, ambientais e transmissão de dengue em três áreas do Rio de Janeiro com diferentes padrões urbanísticos: urbano, suburbano e favela. Nessas áreas foram implantadas, aleatoriamente, 40 ovitrampas e 40 MosquiTRAPs. As coletas foram realizadas semanalmente, de setembro de 2006 a março de 2008, período correspondente a uma grande epidemia no Rio de Janeiro. Soros de indivíduos residentes nas três áreas de estudo foram coletados de julho a novembro de 2007 e fevereiro a abril de 2008. em nossos resultados obtivemos índices qualitativos e quantitativos característicos de um padrão sazonal da dinâmica populacional do vetor. A ovitrampa apresentou maior sensibilidade do que a MosquiTRAP para detectar a presença do vetor e discriminar áreas de alta infestação na série temporal. Espacialmente, contudo, as duas armadilhas revelaram padrões distintos. As ovitrampas só distinguiram áreas de risco relativo alto ou baixo em locais com pouca infestação. A MosquiTRAP identificou áreas com distintos riscos relativos, independente da densidade do vetor.Pontos estratégicos foram detectados e mapeados, apresentando alta heterogeneidade na produtividade de ovos e adultos de Ae. Aegypti; as chuvas acontecidas de 3 a 5 semanas antes exerceram um efeito positivo sobre a den sidade de ovos e adultos nas áreas; a temperatura média semanal > 22-24°C mostrou-se associada à alta abundancia do vetor e ao aumento do risco de transmissão de dengue. Durante a epidemia de dengue em 2008, constatamos a co-circulação dos sorotipos DENV-2 e DENV-3 e a predominância das infecções recentes de dengue em crianças <15 anos de idade. Por outro lado, não observamos correçãoes assintomáticas em todas elas, o que sugere a ocorrência de uma circulação silenciosa dos vírus dengue. Identificamos associação entre idade e soroprevalência de dengue nas áreas urbana e de favela. Os resultados da soroprevalencia apontaram para maior geterogeneidade espacial do dengue nas áreas suburbana e de favela, com maior soroprevalência nos pontos dos bairros com intensa atividade comercial e movimentação humana. Estudos longitudinais espaço-temporais do dengue e do Ae. Aegypti em áreas urbanas propiciam melhor entendimento da dinâmica de transmissão e oferecem subsídios para a implementação de estratégias mais efetivas de controle do vetor.