Papel do fator de ativação de plaquetas na infecção de macrófagos por Leishmania infantum e identificação de uma Paf-acetilhidrolase no parasita.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ferreira, Vinicius Costa Souza
Orientador(a): Barral, Aldina Maria Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/9475
Resumo: A leishmaniose visceral é causada pelo parasita Leishmania infantum. A infecção ocorre quando flebótomos infectados se alimentam na derme do hospedeiro vertebrado, inoculando o parasita. A infecção produz uma resposta com diversas moléculas inflamatórias, como os mediadores lipídicos. O fator de ativação de plaquetas (PAF) é um potente mediador lipídico derivado de um lisofosfolipídio. PAF participa da fisiologia normal da célula e possui um perfil pró-inflamatório. A participação de mediadores lipídicos, como eicosanóides e PAF, já foi identificada na imunopatogênese das leishmanioses. PAF gerado pelo hospedeiro tem efeito leishmanicida e de controle da infecção por L. amazonensis. PAF-acetilhidrolases (PAF-AH) são fosfolipases A2 que hidrolisam PAF e foi demonstrado que PAF-AH podem ser um fator de virulência devido a essa habilidade. O objetivo desse estudo foi avaliar o papel do PAF e de uma PAF-AH na infecção de macrófagos por L. infantum. Foi observado que PAF 1μM, quando adicionado durante e após a infecção, foi capaz de diminuir 50% da infecção após 72 horas, bem como a viabilidade dos parasitas dentro dos macrófagos num mecanismos independente do seu receptor PAFR e da produção de óxido nítrico. PAF 10μM interrompeu o crescimento de promastigotas de L. infantum em cultura axênica. Uma PAFAH, com elevada identidade e semelhança com PLA2/PAF-AH de outros tripanossomatídeos, foi identificada no genoma de L. infantum. A clonagem e expressão recombinante produziu uma proteína de cerca de 69kDa, com atividade PAF-AH. Frações celulares do parasita, enriquecidas com estruturas de membrana também apresentaram atividade PAF-AH. Os resultados indicam que PAF é capaz de diminuir a infecção de macrófagos por L. infantum e que o parasita possui uma PAF-AH funcional possivelmente envolvida com sua virulência.