Efeitos neuroinflamatórios do uso de medicações anestésicas e sedativas na sepse

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Amorim, Débora Alves Caldeira dos Santos
Orientador(a): Faria Neto, Hugo Caire de Castro, Bozza, Fernando Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12116
Resumo: A sepse constitui importante problema de saúde pública. A incidência de sepse grave vem aumentando nas unidades de Terapia Intensiva, estando associada à alta morbimortalidade. Muitos pacientes evoluem para prótese ventilatória, precisando de drogas sedativas e analgésicas (como o midazolam e a morfina). Os sobreviventes podem apresentar disfunções cognitivas e comportamentais tardias. Estes déficits podem se dar tanto pelas alterações inflamatórias encontradas na sepse, como também por efeitos imunológicos e neurológicos de medicações utilizadas. Tentamos mimetizar este cenário clínico, usando o modelo experimental de Ligadura do Ceco e Perfuração (CLP de 2 furos e 4 furos) em camundongos suíços anestesiados com isoflurano inalatório. Após 5 h da cirurgia, eles receberam tratamento com salina 0,5 ml, midazolam 40 mg/kg ou morfina 80 mg/kg IP. Avaliamos escores de sedação, sinais clínicos de sepse, sobrevida (7-15 dias) e parâmetros neuro-inflamatórios 24 h após o CLP. Encontramos melhora dos índices de sobrevida nos grupos tratados com morfina, sobretudo no modelo de CLP de 4 furos (p<0,05) Observamos melhora dos escores clínicos de 24 h nos animais tratados com morfina e submetidos ao CLP de 4 furos (p<0,05). Houve tendência de diminuição das citocinas inflamatórias IL-1\03B2, IL-6 e de MCP-1 no lavado peritoneal, medidas por ELISA, nos grupos CLP 2 furos tratados com midazolam e morfina. Esta redução também foi verificada no córtex cerebral retirado pós perfusão. A redução de IL-6 foi significativa nos 2 grupos CLP tratados e de MCP-1, no grupo CLP tratado com midazolam (p<0,05). Esses resultados foram acompanhados pelo aumento da proteína pós-sináptica PSD95, no hipocampo dos animais dos grupos CLP tratados. Tais efeitos poderiam indicar um benefício antiinflamatório no uso de midazolam e da morfina, nas fases iniciais de sepse. Apesar dos indícios de melhorias neuroinflamatórias, ainda são necessários mais estudos para relacionarmos estas alterações a possíveis repercussões clínicas