Participação em estudos de coorte: revisão, metanálise e análise do perfil do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva Júnior, Sérgio Henrique Almeida da
Orientador(a): Carvalho, Marilia Sá
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12980
Resumo: Estimativas de medidas epidemiológicas podem ser enviesadas devido ao mecanismo de seleção da amostra, quando essa não representa a população-alvo. Além disso, as diferenças entre participantes e não participantes, se associadas à probabilidade futura de ocorrência do agravo pode enviesar também as estimativas das medidas de associação. Esta tese pretende estudar os fatores associados à participação em estudos de coorte e impacto potencial de introdução de viés. Inicialmente foi realizada revisão sistemática. Dos 2.964 artigos inicialmente identificados, foram selecionados 50. Entre estes, a proporção média de participação foi de 64,7%. A grande heterogeneidade dos estudos foi analisada por meio de modelo de metarregressão com efeitos mistos, no qual somente a idade, ano da linha de base e a região do estudo (limítrofe) estiveram associados à participação. Em seguida foi avaliado o potencial de introdução de viés no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) por meio da comparação dos 1.784 participantes ELSA do Rio de Janeiro/Fiocruz (ELSA-RJ) com 704 não participantes da mesma instituição. Foram estudadas características relacionadas a comportamentos, histórico familiar de doenças cardiovasculares e diabetes, além de avaliar a frequência dessas mesmas caraterísticas ao longo dos 28 meses de recrutamento. Também se analisou as características dos servidores que não compareceram ao segundo contato presencial. O modelo logístico mostrou que os participantes do ELSA-RJ apresentaram menor chance de serem hipertensos e maior chance de serem obesos. Analisando separadamente cada grupo conforme combinação das variáveis que compuseram as metas de participação (sexo, idade e categoria funcional), variaram significativamente ao longo do tempo: autoavaliação de saúde, tabagismo, inatividade física e histórico familiar de doença cardiovasculares. Dos 1.784 servidores participantes da linha de base, 1.656 participaram da segunda onda do ELSA-RJ (92,8%). Houve diferença significativa na idade (p = 0,03), categoria funcional (p = 0,00), AAS (p = 0,00), tabagismo (p = 0,02) e inatividade física (p = 0,02). A avaliação do momento de adesão ao estudo como fonte potencial de diferenças entre participantes mostrou variação importante entre algumas variáveis. Apesar de indicada na literatura, a aplicação de questionários resumidos não trouxe resultados significativos, pois o perfil dos servidores que participaram do ELSA-RJ é semelhante aos que não participaram. Nossos resultados também sugerem que ampliar a participação no estudo de indivíduos relutantes ou hesitantes não é adequada. É importante que, no futuro, pesquisas utilizando seguimento passivo sejam realizadas comparando a incidência de eventos morbidade hospitalar e mortalidade) entre os membros da população do ELSA-RJ e demais servidores.