Análise da capacidade instalada de terapia intensiva no Município do Rio de Janeiro frente à Infecção Respiratória Aguda Grave (SARI): preparação para o enfrentamento de pandemias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bravo, Jorge André Marques
Orientador(a): Bozza, Fernando Augusto, Pacheco, Sandro Javier Bedoya
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25390
Resumo: Epidemias e pandemias exercem uma constante pressão sobre os sistemas de saúde. Não se sabe quando e onde novas pandemias irão ocorrer, porém o grau de preparação que um país possui é decisivo para o desfecho destes eventos. As Unidades de Terapia Intensiva representam o nível de complexidade mais elevado destinado ao suporte de disfunções orgânicas agudas graves, sendo uma peça fundamental dos sistemas de saúde nas respostas às epidemias e pandemias. Pouco se sabe quanto à disponibilidade e variação da oferta destes serviços no Brasil e no mundo. Neste trabalho, procuramos entender as diferentes ofertas de terapia intensiva em distintas regiões do município do Rio de Janeiro, uma das maiores cidades da América Latina, frente às doenças respiratórias agudas graves. Para esta finalidade, utilizamos bases do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde, dados populacionais e bases cartográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade e Sistema de Informações Hospitalares municipais e estaduais, relativos ao mês de julho de 2014 para o Município do Rio de Janeiro, com vistas a identificação de todas as unidades hospitalares de cuidados agudos, adultos e pediátricos, públicos e privados, com capacidade instalada de terapia intensiva. A distribuição dos serviços de terapia intensiva se mostrou extremamente heterogênea no Município do Rio de Janeiro Os coeficientes de terapia intensiva adultos apresentaram variação de 4,0 leitos por 100.000 habitantes (setor público) na Zona Oeste até 102,8 leitos por 100.000 habitantes no Centro (setor privado). Os coeficientes de terapia intensiva pediátricos variaram de 2,6 leitos por 100.000 habitantes (setor público) na Zona Oeste da cidade até 59,4 leitos por 100.000 habitantes no Centro da cidade (setor privado). As regiões mais desenvolvidas da cidade apresentaram elevados coeficientes de terapia intensiva per capita, (públicos e privados, adultos e pediátricos) similares ou superiores aos de países desenvolvidos. O setor privado responde por quase 75% da oferta dos serviços de terapia intensiva no Município do Rio de Janeiro. Os serviços públicos de terapia intensiva encontram-se concentrados nas áreas mais desenvolvidas da cidade. A análise espacial realizada através de cartogramas de Voronoi demonstrou vastas extensões territoriais, nas regiões menos desenvolvidas da cidade, desprovidas de cobertura de serviços públicos de terapia intensiva. Houve forte correlação inversa (r = -0,829 ; IC 95% -0,602 a -0,966) entre o coeficiente de leitos de terapia intensiva por 100.000 habitantes nas diferentes Áreas de Planejamento de Saúde e a mortalidade hospitalar observada em internações por doenças respiratórias agudas nas diferentes Áreas de Planejamento de Saúde do Município. Nossos resultados apontam para a necessidade de uma distribuição mais racional destes serviços no Município, bem como para a necessidade de melhor compreensão da distribuição dos serviços de terapia intensiva em outras regiões do país