Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Morgado, Vanessa Borges Dias Dos Santos |
Orientador(a): |
Santos, Renata Carvalho de Oliveira Pires dos,
Lemos, Elba Regina Sampaio de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60833
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Resumo: |
As zoonoses representam em torno de 75% das doenças infecciosas emergentes e reemergentes, sendo apontadas como um sério problema para a saúde pública mundial. Considerados agentes zoonóticos, os hantavírus e os arenavírus têm como reservatórios naturais roedores de diferentes espécies. A hantavirose é uma doença causada por diferentes genótipos do gênero Orthohantavirus e que, nas Américas, é reconhecida como síndrome pulmonar por hantavirus (SPH). Os arenavírus, gênero Mammarenavirus, família Arenaviridae, são agentes de doenças humanas de elevada letalidade como as febres hemorrágicas e as infecções do sistema nervoso central, como as meningites ocasionadas pelo vírus da coriomeningite linfocítica (LCMV). A transmissão desses agentes zoonóticos aos seres humanos ocorre por contato direto, através da inalação de aerossóis contendo partículas virais procedentes de urina, fezes, secreções nasais e saliva de roedores infectados. Nesse contexto, os profissionais que trabalham com animais, entre eles os que atuam em instalações, constituem um grupo com potencial risco de infecção por estes agentes. A SPH e as infecções por arenavirus são consideradas subestimadas no Brasil, onde a investigação da circulação viral em profissionais da saúde é escassa ou inexistente. Diante do exposto e da necessidade de complementar a pesquisa sobre esses agentes zoonóticos que podem estar associados com doença ocupacional, este estudo teve como objetivo investigar a prevalência de infecção por hantavírus e pelo LCMV em profissionais de instalações de produção animal da Fiocruz/Rio de Janeiro, como parte de um projeto maior sobre saúde do trabalhador. Amostras de soro de 161 colaboradores foram testadas através do ensaio imunoenzimático (ELISA) in house para pesquisa de anticorpos da classe IgG anti-Araraquara (hantavírus) e anti-LCMV (arenavírus). Sororreatividade para hantavírus e LCMV foi detectada em 24,2% (39/161) e 1,2 % (2/161) das amostras, respectivamente. Os indivíduos do sexo masculino apresentaram 57% menos chance de infecção por hantavírus, com significância estatística (p< 0,05; teste X2 ). Em relação à atividade, os trabalhadores que relataram contato direto com roedores e lagomorfos tiveram 61% menos chance de infecção por hantavírus que profissionais da instalação animal com atividade administrativa, sem significância estatística. Nos profissionais de contato indireto com animais ou ambientes, a chance de infecção por hantavírus mostrou-se 2.66 vezes maior do que nos profissionais com atividade administrativa dos setores não finalísticos, sem significância estatística. Entretanto, o programa foi incapaz de estimar associação entre as variáveis estudadas e a soroprevalência anti-LCMV, devido o baixo do número de profissionais reativos. Em conclusão, a soroprevalência encontrada sugere um contato prévio dos profissionais com hantavírus e LCMV. Este foi o primeiro estudo realizado no estado do Rio de Janeiro a relatar evidência sorológica em profissionais de instalação animal no estado. Os achados alertam para a relevância de pesquisas com profissionais de instalações animais, reforçando a necessidade de instituir medidas para vigilância dessas infecções zoonóticas de risco ocupacional |