Investigação genética e epigenética em pacientes com Síndrome de Beckwith-Wiedemann

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Faria, Leonardo Lima de
Orientador(a): Llerena Junior, Juan Clinton
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40375
Resumo: Os erros no padrão de imprinting são caracterizados como alterações epigenéticas por não afetarem a sequência nucleotídica do DNA mas modificarem a expressão gênica. Diversos aspectos do desenvolvimento embrionário, incluindo ocorrência de malformações congênitas e síndromes diversas, como a síndrome de Beckwith-Wiedemann (SBW; OMIM#130650) ocorrem em decorrência de eventos epigenéticos. A etiologia molecular de SBW é descrita com base em alterações epigenéticas na região cromossômica 11p15.5, que possui genes cuja expressão é regulada por dois centros de imprinting (IC) ou regiões diferencialmente metiladas (DMR). O IC1, que controla a expressão dos genes IGF2 e H19 apresenta metilação no alelo paterno e ausência de metilação no alelo materno; o IC2 encontra-se metilado normalmente no alelo materno, participando no controle da expressão dos genes CDKN1C, KCNQ1 e KNCQ1OT1. A etiologia de SBW também está associada a mutações pontuais em genes como CDKN1C, que codifica um inibidor de kinase dependente de ciclina da fase G1 do ciclo celular. O objetivo deste trabalho é investigar alterações genéticas e epigenéticas em amostras de DNA de 21 pacientes com SBW oriundos do Ambulatórido de Genética Médica do Instituto Nacional Fernandes Figueira IFF/FIOCRUZ. A abordagem metodológica consistiu na análise do perfil de metilação dos dois centros de imprinting de 11p15.5 com uso da ténica de MS-MLPA; análise de microssatélites dessa região, visando discriminar alterações epigenéticas em ambos os centros de imprinting de possíveis dissomias uniparentais (UPD); e a amplificação do gene CDKN1C, para sequenciamento de Sanger. Dos 21 pacientes analisados inicialmente por MS-MLPA, sete não apresentaram nenhuma alteração epigenética. Após reavaliação clínica foi confirmado o diagnóstico de SBW em três desses sete pacientes enquanto que os outros quatro pacientes apresentaram características clínicas isoladas associadas à SBW, sendo excluídos da amostra. Nos 14 pacientes restantes a análise de MS-MLPA identificou 10 casos de perda isolada de metilação no IC2, três casos de deleção em IC2 e um caso de ganho de metilação em IC1 com perda em IC2 (UPDp). Este trabalho confirmou estudos anteriores sobre a ocorrência de alterações epignéticas nesta síndrome; em consequência, permitindo uma orientação clínica e antecipação do monitoramento de pacientes quanto ao risco de tumores pediátricos.