Quem fala, o que fala e como fala: conceitos, percepções e representações de saúde e doença na mídia: caso da tuberculose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lindner, Liandro da Cruz
Orientador(a): Ribeiro, Ana Paula Goulart
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6186
Resumo: Os meios de comunicação social são produtores de sentido e criadores de valores e hierarquia de valores. Quando este processo está ligado a questões relativas à harmonia e desarmonia do corpo, refletindo no estado de saúde das pessoas, esta formação tem peculiaridades e estratégias específicas. A pesquisa procura analisar a formação de sentido de saúde e doença na mídia impressa, analisando as notícias veiculadas, como manchetes, em dois jornais do Rio de Janeiro (O Globo e Jornal do Brasil) e São Paulo (O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo), no período de um ano, que tratam do tema da tuberculose. Considerada uma doença com forte potencial simbólico, a tuberculose se relaciona com as sociedades ao longo do tempo, de diversas formas. Primeiro pela exclusão dos pacientes, com a criação dos sanatórios, posteriormente com o romantismo que gerou mitos na literatura e nas artes em geral, e posteriormente, com o advento da epidemia de Aids, com a pobreza e a exclusão dos grandes centros urbanos representados nos fortes dados de contágio entre moradores de rua, detentos e moradores de favelas. Os dados levantados foram classificados em fonte, assunto, periodicidade e relevância. E só então, através dos referenciais teóricos da Análise do Discurso, buscou-se analisar qualitativamente as diversas vozes, contexto e silenciamentos surgidos nesta amostra. Foram analisados 19 textos jornalísticos sobre tuberculose, que foram manchetes nesses quatro jornais no ano de 2009. Verificamos que a tuberculose foi tratada, na maioria das vezes, como uma questão grave de saúde pública que deve ser combatida pelos governos. Fica claro o predomínio de fontes oficiais e a pouca identificação de outras vozes dominantes que cobrem ações dos governos na luta contra a tuberculose, sobretudo pacientes.