Atendimento psicoterapêutico a crianças e adolescentes que passaram por situação de violência interpessoal: revisão integrativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Janielly Gonçalves dos
Orientador(a): Avanci, Joviana Quintes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56653
Resumo: A presente dissertação teve como objetivo principal analisar a produção científica nacional no período compreendido entre os anos 2000 a 2021 sobre o tema do atendimento psicoterapêutico voltado para crianças e adolescentes que passaram por situação de violência interpessoal. A pesquisa buscou traçar uma reflexão crítica relacionada ao tema, destacando as principais abordagens teóricas utilizadas, o perfil dos casos, suas potencialidades e as dificuldades. Para tanto, realizou-se um estudo de revisão da literatura utilizando as bases de dados nacionais: Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde e Portal da Capes para a busca por artigos indexados. Quanto à busca por teses e dissertações foi utilizada a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. A busca resultou na identificação de 40 estudos aptos aos ensejos desta pesquisa. Após a leitura detalhada de todos os documentos, foi elaborada uma matriz de categorização e os dados foram agrupados em quatro categorias temáticas: (1) dados gerais das publicações; (2) perfil da violência, autor de violência e usuário; (3) perfil do dispositivo; e (4) perfil da abordagem psicoterapêutica identificada. Os resultados demonstram que a literatura científica ainda se apresenta de forma incipiente e escassa quando relacionada ao atendimento psicoterapêutico e a forma como os profissionais atuam e realizam sua estratégia de intervenção psicoterápica em casos de violência na infância e na adolescência. Dentre os principais achados a maior parte dos estudos descreve intervenções realizadas em clínicas-escola ou por projetos vinculados a Universidades; além disso, há escassez de dispositivos de referência. Quanto aos encaminhamentos em sua maioria partem da rede socioassistencial. No que diz respeito ao foco das intervenções a violência sexual foi a mais reportada; os agressores pertencem em sua maioria ao núcleo familiar da vítima; além das crianças e adolescentes a família também foi incluída no acompanhamento. Quanto ao referencial teórico mais reportado nas abordagens psicoterapêuticas, ganham destaque as abordagens psicanalíticas e a terapia cognitivo comportamental. Por último, conclui-se que se faz necessário o desenvolvimento de estudos que abarquem as repercussões da violência na saúde mental de crianças e adolescentes e que favoreçam o delineamento e estruturação de Políticas Públicas e oferta especializada de atendimento psicoterapêutico de maneira contínua e sistematizada para essa população.