Amblyomma sculptum Berlese 1888, Amblyomma ovale Koch 1844 e Amblyomma aureolatum (Pallas 1772) (Acari: Ixodidae): diversidade genética e detecção de riquétsias em diferentes biomas do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Garcia, Karla Bitencourth
Orientador(a): Gazêta, Gilberto Salles, Voloch, Carolina Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26474
Resumo: A febre maculosa (FM) é a principal doença humana associada a carrapatos no Brasil. Amblyomma sculptum,Amblyomma ovale e Amblyomma aureolatum estão entre os principais vetores dos bioagentes da FM no país. Essas espécies têm ampla distribuição no Brasil, mas os casos de FM associados a esses ixodídeos estão restritos a algumas regiões. Sabendo que populações geneticamente distintas de carrapatos podem ter capacidades vetoriais diferentes, o objetivo desta tese foi analisar a diversidade genética e infecção por riquétsias em populações de A. sculptum, A. ovale e A. aureolatum de diferentes biomas do Brasil. As amostras década espécie foram submetidas à extração de DNA, amplificação e sequenciamento de fragmentos dos genes mitocondriais 12S rDNA,16S rDNA, citocromo oxidase subunidade II e da região D-loop para análise dos carrapatos, e fragmentos dos genes gltA, htrA, ompA, ompB e gene D (sca4) para pesquisa de riquétsia. Análises filogenéticas, filogeográficas e populacionais demonstraram que as populações de A. sculptum têm grande diversidade genética no país, porém sem estruturação geográfica ou por biomas, e com indicativo de expansão em algumas populações no Cerrado Em A. ovale há estruturação populacional em consequência da associação significativa entre as distâncias genéticas e geográficas, com baixo fluxo gênico entre as populações, sugerindo que pode estar ocorrendo um processo de especiação entre as populações do Cerrado e Caatinga e as populações da Mata Atlântica. A. aureolatum tem baixa diversidade genética e ausência de estruturação para região de Mata Atlântica, com indícios de expansão populacional em algumas das áreas analisadas. Nas populações de A. sculptum do Cerrado foram detectadas Rickettsia amblyommatis, Rickettsia felis (primeiro relato dessas riquétsias nesse ixodídeo para o bioma) e Candidatus Rickettsia andeanae; e na Mata Atlântica foi identificada Candidatus Rickettsia asemboensis (primeiro registro nessecarrapato) e R. Felis nesse ixodídeo. Em espécimes de A. ovale da Caatinga foi observada a presença de Rickettsia bellii e Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica; no bioma Mata Atlântica também foi encontrada Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica alémde Ca. R. asemboensis (primeiro registro nesse artrópode para o Brasil) e R. felis (primeiro relato nesse ixodídeo). A. aureolatum de área endêmica para FM brasileira foi detectado com infecção por R. bellii e em área não endêmica foi identificado com R. felis (primeiro encontro nesse carrapato). A estruturação de A. ovale não influenciou nas riquétsias detectadas. Não foi observada relação entre os haplótipos dos carrapatos analisados e a detecção de riquétsias