Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Souza, Maximiliano Loiola Ponte de |
Orientador(a): |
Deslandes, Suely Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Fernandes Figueira.
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49675
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Resumo: |
Iauaretê é uma populosa, multi-étnica e urbanizada localidade indígena situada no Alto Rio Negro. Suas lideranças têm expressado preocupações com a violência, em particular com as briga dos jovens, sob o efeito de bebidas alcoólicas. Buscou-se investigar os diferentes modos de construção da juventude, analisando as relações entre o uso de álcool e violência, priorizando a compreensão do ponto de vista nativo. Realizou-se uma pesquisa etnográfica de seis meses de duração, tendo a observação participante como técnica principal de pesquisa. Partindo da teoria da construção da pessoa no contexto ameríndio, se reconstruiu, a partir de histórias míticas, um ciclo vital, no qual se pôde acessar a importância dos rituais de passagem, atualmente de desuso, e a introdução da escola formal, de modelo ocidental, como pontos de ancoragem para compreensão da juventude. Articulando referencias teórico-metodológicos da antropologia e da saúde coletiva, se propôs um modelo culturalmente adaptado para compreender a relação entre o uso problemático de bebidas alcoólicas por jovens indígenas e o contexto social. Utilizando teorias sobre o parentesco ameríndio e sobre as guerras tribais, evidencia-se que as brigas entre os jovens, fazem parte de complexos mecanismos que operam no sentido manter diferenças e produzir semelhanças, necessários para convivência no ambiente transformado de Iauaretê. Diferentemente do senso comum, inclusive local, defende-se que tais aspectos não se configuram como resultante de um sistema cultural deteriorado combalido e perdido. Alternativamente, é essa dinâmica cultura que cria condições de possibilidade para configuração destas representações e práticas, mesmo que para isso se pague um preço, na medida em que os mecanismos tradicionais de coibição de excessos não operaram plenamente na urbanizada Iauaretê. |