Avaliação da resposta terapêutica ao iodeto de sódio em cápsulas na esporotricose felina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carvalho, Beatriz Wanderosck
Orientador(a): Pacheco, Tânia Maria Valente, Gremião, Isabella Dib Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24170
Resumo: Esporotricose é uma micose de implantação, causada por espécies do complexo Sporothrix, que infectam o ser humano e diferentes espécies animais, principalmente os gatos. O tratamento de gatos com esporotricose é difícil em decorrência de vários fatores, dentre eles, opções terapêuticas limitadas, ocorrência de falhas terapêuticas, além do custo elevado. Recentemente, a utilização de iodeto de potássio em uma forma farmacêutica não convencional (cápsula) e dose inferior a da literatura permitiu a obtenção de resultados satisfatórios. Em relação ao iodeto de sódio, poucos estudos descreveram a sua utilização e a efetividade do fármaco em cápsulas não foi relatada. Portanto, a necessidade de ampliação das opções terapêuticas, além da possibilidade de redução dos efeitos adversos com a utilização de uma dose inferior à preconizada, motivaram a elaboração deste estudo, o qual teve como objetivo avaliar a resposta terapêutica ao iodeto de sódio em gatos com esporotricose. Foi realizado um estudo de coorte observacional, no qual a população foi constituída por gatos com diagnóstico de esporotricose confirmado pelo isolamento de Sporothrix spp., acompanhados no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz, no período de setembro 2014 a janeiro de 2016. O tratamento consistiu na administração de cápsulas de iodeto de sódio na dose de 5 mg/kg por via oral a cada 24h. Na ausência de resposta clínica satisfatória e efeitos adversos, a dose foi aumentada para 10 mg/kg a cada 24h Os animais foram submetidos mensalmente a exame clínico e exames laboratoriais. Foram incluídos no estudo 28 gatos, sendo a maioria machos não castrados. Todos os gatos apresentavam lesão cutânea, principalmente úlceras (96,4%), sendo sua maior ocorrência nos membros anteriores (60,7%). Lesão em mucosa nasal foi observada em 78,8% dos casos e espirro (66,7%) foi o sinal respiratório mais observado. Do total de gatos incluídos, em 25% dos casos houve perda de seguimento e dois gatos (7,1%) vieram a óbito por causa desconhecida. Dos 19 gatos que concluíram o tratamento, seis (31,6%) obtiveram alta e em 13 casos (68,4%) foi observada falha terapêutica. Em seis gatos (31,6%) a dose foi aumentada para 10 mg/kg, dos quais dois (33,3%) tiveram como desfecho a alta. Dez gatos (52,6%) apresentaram efeitos adversos clínicos, sendo os mais frequentes emagrecimento (70%), hiporexia (50%) e apatia (40%). Foram observadas alterações nas dosagens bioquímicas séricas em três gatos (15,7%), nas quais dois animais (66,7%) apresentaram aumento leve de creatinina sérica e um (33,3%) apresentou aumento grave. A avaliação após a alta foi realizada em cinco animais. Destes, somente um gato apresentou recidiva de lesão em mucosa nasal, além de sinais respiratórios. Embora o esquema terapêutico proposto neste estudo tenha se mostrado seguro, a frequência de cura clínica foi baixa quando comparada ao itraconazol e ao iodeto de potássio