Estudo histopatológico, imuno-histoquímico e imunopatológico dos micetomas em amostras de lesões cutâneas humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Coelho, Janice Mery Chicarino de Oliveira
Orientador(a): Valle, Antonio Carlos Francesconi do, Quintella, Leonardo Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26517
Resumo: Os micetomas constituem doenças infecciosas crônicas, endêmicas nas regiões tropicais e subtropicais, podendo ser vistos na Ásia e alguns países do norte da África e nas Américas. No Brasil a prevalência permanece desconhecida. No mundo, cerca de 60% dos casos de micetomas são actinomicetomas e os 40 % restantes são eumicetomas; ocorrem principalmente no sexo masculino entre 20 e 25 anos. Os principais responsáveis pelos actinomicetomas são espécies do gênero Nocardia, Streptomyces e Actinomadura e pelos eumicetomas são Acremonium sp. e Madurella mycetomatis os mais frequentemente encontrados. A infecção caracteriza-se clinicamente por nódulos cutâneos e subcutâneos acompanhados de abscessos, fistulização e extrusão dos grãos. O diagnóstico baseia-se principalmente na apresentação clínica, análise histopatológica e em exames microbiológicos. Os micetomas são doenças negligenciadas, com poucos casos relatados em nosso país, cujos aspectos histopatológicos e imunopatológicos não se encontram totalmente esclarecidos, justificando o presente estudo. O objetivo do estudo foi descrever os achados histopatológicos e realizar estudos imuno-histoquímicos para identificação e quantificação de células T CD4+, T CD8+ e CD68+, e pesquisar a expressão de TNFa, TGF-b1, perforina, NOS 2, IL-10, IL-12 e IL-17 em 22 amostras de lesões cutâneas de micetomas do INI/Fiocruz colhidas entre janeiro de 1998 a julho de 2015; compreendendo 4 amostras de actinomicetomas e 18 de eumicetomas A análise histopatológica revelou um processo inflamatório crônico granulomatoso com a presença de linfócitos, histiócitos, plasmócitos, eosinófilos, neutrófilos e células gigantes do tipo corpo estranho e do tipo Langhans. Granulomas com padrões supurativo, corpo estranho, epitelióide e intersticial ou necrobiótico foram observados, associados à necrose dos tipos fibrinóide e liquefativa. Grãos de elementos fúngicos apresentaram afinidade tintorial para o ácido periódico de Schiff (PAS) e prata metenamina de Grocott, enquanto grãos de bactérias filamentosas foram refratários ao PAS e positivos pelo Gram Brown-Brenn, Grocott e Wade nos casos de Nocardia. Fenômeno de Splendore- Hoeppli e fibrose também foram observados. O estudo imuno-histoquímico detectou a presença de células T CD4+, T CD8+ e células CD68+ com predomínio das últimas nos actinomicetomas e eumicetomas. Foram detectados antígenos para IL-10, IL-12, IL-17, TNF-a, TGF-b1, perforina e NOS2, indicativos da participação destas interleucinas e mediadores inflamatórios nas respostas inflamatórias dos actinomicetomas e eumicetomas. Tais achados apontam para resposta inflamatória tipo Th1, Th2 e Th17 nos dois grupos de micetomas.