Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Muno, Renata Morley de |
Orientador(a): |
Barbosa, Helene Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14228
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Resumo: |
Toxoplasma gondii, agente etiológico da toxoplasmose, é um parasito intracelular obrigatório que infecta qualquer célula nucleada. Os felídeos são os únicos hospedeiros definitivos no ciclo de vida deste parasito, e suas células epiteliais intestinais são o nicho exclusivo para o desenvolvimento do ciclo sexuado do protozoário. A liberação de oocistos nas fezes de felinos contaminam o meio ambiente e este é o principal fator que explica a distribuição mundial da toxoplasmose. A infecção dos hospedeiros intermediários por oocistos, como aves e mamíferos de sangue quente, incluindo o homem, leva à formação de cistos teciduais, ampliando a transmissão do parasito, por meio do consumo de carne crua ou mal cozida. Os mecanismos que regem a diferenciação do T. gondii em células epiteliais e o conhecimento limitado do ciclo sexuado do parasito são as principais justificativas para o desenvolvimento desta tese. O emprego de células de felinos para o estudo da interação do T. gondii é pioneiro, criando novos campos de investigação sobre os aspectos da interação do parasito no hospedeiro definitivo. Assim, linhagens celulares oriundas do epitélio renal de felinos (CRFK) e de macaco verde (Vero), epitélio intestinal de ratos (IEC-6) e cultura primária de enterócitos de felinos (CEIF) foram utilizadas como modelo experimental da infecção pelo T. gondii. O desenvolvimento intracelular do parasito variou com a origem da célula epitelial e também com a relação parasito:célula hospedeira utilizada nos ensaios in vitro. As células de felino, CRFK, foram mais susceptível à infecção por bradizoítos do que as linhagens epiteliais de outras origens A formação de cistos in vitro foi observada nas células CRFK e Vero ao se utilizar a relação de 1:10 (bradizoíto:célula hospedeira). Culturas de CEIF tiveram sua natureza epitelial revelada pela presença de citoqueratina, expressão de fosfatase alcalina intestinal, presença de microvilosidades e junções intercelulares. A infecção de CEIF com bradizoítos de T. gondii cepa ME49 demonstrou que a carga parasitária foi decisiva para o destino intracelular do parasito: a relação de 1:5 favoreceu a proliferação de taquizoítos e o ciclo lítico; 1:10 foi determinante para o estabelecimento da cistogênese; e estruturas semelhantes a esquizontes foram identificadas quando a carga de 1:20 foi utilizada. A análise morfológica da infecção por períodos de 1 a 9 dias apontou diferentes estágios do parasito em células intestinais de felinos, semelhantes aos observados em estudos in vivo. Explorar esta nova linha de pesquisa, num campo ainda limitado aos ensaios de infecção experimental de gatos e preencher as lacunas no conhecimento da biologia do T. gondii em enterócitos de felinos é inovador e desafiador. Novas perspectivas se abrem, nos estudos dos aspectos moleculares que possam governar esta interação, contribuindo para o desenvolvimento de novas estratégias de intervenção de uma das principais rotas de disseminação da toxoplasmose |