O impacto da vacinação contra rubéola e as estimativas de proporção de suscetibilidade da população brasileira entre 1999 - 2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Segatto, Teresa Cristina Vieira
Orientador(a): Camacho, Luiz Antonio Bastos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24515
Resumo: A rubéola está entre as doenças elimináveis, segundo a Organização Mundial da Saúde. Casos importados são notificados nos países onde a doença foi eliminada e a vigilância epidemiológica integrada do sarampo e rubéola deve ser intensificada para evitar a reintrodução do vírus, bem como a vigilância virológica. A vacina contra a rubéola foi implantada em 1992 para crianças de 1 – 11 anos de idade, posteriormente para mulheres em idade fértil (MIF) em 1998 – 2002 e, em 2008, para homens e mulheres de 20 a 39 anos de idade em todos os estados. Em 1999, os grupos etários de maior risco foram os menores de 1 ano, 1 – 4 anos e 10 - 19 anos de idade para ambos os sexos. Em 2007 houve o deslocamento da infecção dos menores de 1 ano para o grupo etário de 20 - 29 e de 30 - 39 anos de idade para o sexo masculino. Para o sexo feminino, para o grupo de 20 a 39 anos de idade. Em 2007, durante o surto da doença, o risco de adoecer para o sexo masculino foi 2,3 vezes maior do que para as mulheres que haviam sido vacinadas anteriormente. Após a campanha de vacinação em 2008, nenhum caso de rubéola foi confirmado. O êxito na eliminação da rubéola só ocorrerá quando os estratos de imunidade estiverem entre 85 a 90%. O objetivo foi avaliar o impacto da vacinação contra a rubéola na população brasileira entre 1999 – 2010. Método: estudo ecológico com dados agregados da taxa de incidência da rubéola entre 1993 e 2008 por faixa etária e sexo, as estratégias de implantação da vacina tríplice viral, vacinação das MIF e a campanha de vacinação para eliminação da rubéola no país. Realizada revisão da literatura sobre os estudos de soroprevalência da rubéola identificando-se o padrão por faixa etária antes da introdução da vacina (2000) e após a campanha nacional de vacinação em 2008. Dados populacionais do DATASUS, a cobertura vacinal do Programa Nacional de Imunização (PNI) e os casos confirmados de rubéola do SINAN/MS. As variáveis utilizadas foram taxa de incidência por sexo e faixa etária, cobertura vacinal no ano de implantação da vacina tríplice viral e na campanha de vacinação, proporção de suscetibilidade para a rubéola por sexo e faixa etária. Resultados: 18 estados (66,6%) atingiram 95% de cobertura vacinal na implantação da vacina. Após a campanha, a vacina foi disponibilizada na rotina das salas de vacinação aos 15 meses de idade até 2003, quando passou a ser aplicada aos 12 meses (D1) e aos 4 anos de idade (D2). As MIF foram vacinadas entre 1998 e 2002 para acelerar a eliminação da SRC e apenas 13 (48,15%) estados com a cobertura vacinal >95%. Houve redução da circulação viral, porém, insuficiente para sua eliminação, foi necessária a campanha nacional de eliminação da rubéola em 2008 para ambos os sexos no grupo de 20 a 39 anos e de 12 a 39 anos de idade em cinco estados. Desses, 9 (33,3%) atingiram a cobertura vacinal. Em 2010 a proporção de soroprevalência para homens e mulheres chegou a 94,5% e sem a ocorrência de casos confirmados de rubéola. No Brasil, na era pré-vacinal a proporção de soroprevalência encontrada foi semelhante a ocorrida em outros países, variando entre 33% em São Paulo37 e 59% no Ceará42 no grupo etário de 1 – 5 anos de idade. Para os outros grupos etários variou entre 47% para o grupo de 6 e 9 anos e até 100% para o grupo de 30 a 39 anos de idade. No período pós-vacinal, com a mudança no perfil etário do grupo em estudo, as MIF já vacinadas, a proporção de soroprevalência para ambos os sexos elevou-se para 70 a 93%. Mesmo com importante redução da proporção de suscetibilidade para a doença, não se conseguiu evitar os surtos de rubéola em 2007 e 2008. Foi realizada regressão linear e observou-se que ela foi positiva entre o log da proporção de suscetibilidade e o log da taxa de incidência, cujo coeficiente de correlação de Pearson R foi de 0,7349. As taxas de incidência e a proporção de suscetibilidade identificadas no estudo apontam que >5% da população suscetível ocorreram surtos da doença. Conclusões: para a eliminação da rubéola e síndrome da rubéola congênita é necessário manter uma vigilância epidemiológica e virológica ativas integrada ao sarampo, altas e homogêneas coberturas vacinais e análises de estudos de soroprevalência. Manter integrada a vigilância dentro e entre os países das Américas, principalmente no que diz respeito a identificação precoce de casos importados, é o maior desafio diante da ocorrência de eventos de massa entre 2013 a 2016. Palavras Chaves: rubéola, vacina contra a rubéola, vigilância epidemiológica, estudos de soroprevalência, eliminação.