Caracterização dos processos críticos do sistema mineralizante aurífero epigenético da Serra de Jacobina, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MIRANDA, Daniel Augusto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/21820
Resumo: A Serra de Jacobina está localizada na porção nordeste do estado da Bahia, Brasil. Trata-se de uma cadeia de montanhas com direção N-S e duzentos e cinquenta quilômetros de extensão que está na borda leste do bloco Gavião-Lençóis. Ela corresponde à porção norte do Lineamento Contendas-Mirante-Jacobina. Existem diversos garimpos em veios de quartzo auríferos hospedados nas rochas metassedimentares siliciclásticas do Grupo Jacobina e metaultramáficas da Suíte Vale do Coxo. Quatro destes garimpos foram mapeados: Maravilha, Jaqueira, Morro da Palmeirinha e Mina Velha. Estes depósitos são hospedados por dois sistemas de falhas de idade Paleoproterozoica, com direção aproximada N-S, denominados de leste para oeste de Pindobaçu e Maravilha. O Sistema de Falhas Pindobaçu é uma estrutura transcrustal que representa o contato entre os blocos Gavião-Lençóis e Mairi. O sistema de falha Maravilha é composto por estruturas rasas limitadas à crosta continental superior. Os veios mineralizados são hospedados por estruturas de segunda ordem pertencentes a estes sistemas de falhas. A alteração sericítica disseminada ocorre de maneira ampla nos quartzitos e conglomerados do Grupo Jacobina. Nos xistos Vale do Coxo a alteração é pervasiva com substituição da biotita pela clorita. Nos veios de quartzo a sericitização ocorre como preenchimento de fraturas. A sulfetação é subordinada à alteração sericítica tanto nas rochas siliciclásticas quanto nas metaultramáficas. O ouro ocorre como cristais isolados nos veios de quartzo e subordinado à sericitização e à sulfetação nas hospedeiras. Petrografia e microtermometria de inclusões fluidas nos veios de quartzo indicaram três principais tipos de fluidos. O tipo WC, bifásico, é composto por H2O+CO2+NaCl e ocorre nos garimpos Maravilha e Jaqueira. O tipo W, bifásico ou trifásico, é composto por H2O +NaCl ou H2O+NaCl+sólido respectivamente, ocorrem nos garimpos Jaqueira, Morro da Palmeirinha e Mina Velha. O fluido do tipo C, de cor escura, é monofásico ou bifásico, composto por CO2-CH4 e/ou N2 e ocorre tanto no Maravilha quanto no Morro da Palmeirinha. No garimpo da Jaqueira a integração entre os resultados de microtermometria com geotermometria de cloritas indica condições de pressão e temperatura de 1,6-2,0 kbar e 302-346°C. A mineralização aurífera em veios de quartzo da Serra de Jacobina pode ser interpretada como produto de um sistema mineral hidrotermal orogênico composto pelos seguintes processos críticos: "gatilho" representado pela colisão Paleoproterozoica entre as paleoplacas Gavião e Mairi; produção de fluidos orogênicos de composição variada; fluxo de fluido induzido por sistemas de falhas compressionais que serviram como condutos; dois principais indutores da deposição de ouro foram a imiscibilidade de fluidos e interação fluido-rocha; concentração de ouro nos veios de quartzo e rochas hospedeiras; depósitos estão hospedados em uma litosfera cratônica estável e foram preservados do ciclo de denudação que moldou a paisagem do cráton do São Francisco.