Formação de trabalhadores da construção civil: um dispositivo de aprendizagem para jovens estudantes de engenharia?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Diniz, Renata Giordane Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica
Brasil
CEFET-MG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.cefetmg.br/handle/123456789/507
Resumo: Inserida na “Linha I: Ciência, tecnologia e trabalho” do Programa de Pós-Gradudação em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), que enfoca estudos na área de trabalho e educação, nos contextos filosóficos, históricos e sociológicos, esta dissertação buscou compreender se uma sala de aula para trabalhadores da construção civil pode ser um dispositivo de formação para jovens estudantes de engenharia do CEFET-MG. Neste sentido, o estudo tem por objetivo desvelar o que os formadores do Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia (PROGEST), estudantes de engenharia, aprendem com os alunos do curso de Gestão de Obras, em sua maioria operários da construção civil. A demanda do estudo parte de uma percepção, já bastante difundida pelos formadores, de que a experiência do PROGEST acrescenta muito à vida profissonal deles em termos de aprendizagens, mas esta percepção prescisa ser melhor objetivada. A metodologia utilizada foi a Análise da Atividade que, dentro do programa de pesquisa do Curso da Ação da Ergonomia francofônica, se preocupa em analisar a atividade em ação. O método utilizado para a coleta e análise de dados foi a autoconfrotação, técnica de entrevista com base nos subsídios teóricos e metodológicos da Ergonomia da Atividade. Os resultados da pesquisa apontam que as interações entre formadores/estudantes de engenharia e alunos/trabalhadores da construção civil, frequentemente iniciadas a partir de exemplos práticos trazidos pelos últimos, produzem novas aprendizagens para os estudantes de engenharia, que passam a conhecer uma realidade, seus “macetes”, nuances e variabilidades, necessária para sua inserção no mercado de trabalho. Neste sentido, o PROGEST, ao longo dos seus dezesseis anos de funcionamento dentro do CEFET-MG, vem se revelando como um modelo de formação que foge aos moldes tradicionais, ou seja, em que o professor é aquele que transmite o que sabe e o aluno aquele que absorve passivamente este saber. Desta forma, podemos concluir que o PROGEST é uma prática que proporciona aprendizagens ao futuro engenheiro sobre o campo da construção civil e suas práticas. Neste sentido, o contato com o saber sobre a prática dos operários proporciona aos formadores aprendizagens técnicas como conhecimento de uma nova linguagem, situações reais e variadas e, ao mesmo tempo, aprendizagens que vão além da técnica tais como: empatia, altruísmo, solidariedade, valores esses tão necessários para uma formação de qualidade, crítica e humana.