Construção civil: o caminho percorrido por jovens operários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Couto, Adriana do Carmo Silva Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica
Brasil
CEFET-MG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.cefetmg.br/handle/123456789/454
Resumo: O presente trabalho parte de uma indagação feita pelo do sociólogo francês François Dubet: “Comment devient-onouvrier?” “Como nos tornamos operários?”. Como o jovem francês se torna um operário? Esse jovem entra para a classe operária com muita resistência. Resiste à indústria, ao trabalho cansativo e malpago, mas entram, apesar de tudo, pois esse futuro se apresenta como um “destino”. Transportando-nos para o Brasil, para a nossa realidade, muito especificamente para a construção civil, espaço de trabalho em que foi realizada a pesquisa, interessa saber então, a partir da indagação de François Dubet, como o trabalhador da construção civil se torna um operário. No caminho percorrido por esse operário, quais fatores pesaram mais na condução do seu destino? Seria a escola? Seria a família? Seriam as múltiplas relações sociais e experiências culturais? Seriam outros fatores encontrados nos próprios operários? Na busca por uma resposta a essa indagação, embasou-se em estudos sobre a escola e as diferentes abordagens sobre o fracasso escolar, a família e os estudos sobre seu papel e sua relação com a perspectiva profissional dos filhos e os estudos sobre o indivíduo e suas relações sociais. Foram realizadas entrevistas e aplicados questionários para os alunos do Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia (PROGEST) na qual se construiu o perfil dos alunos do curso Gestão de Obra das turmas do segundo semestre de 2016 e primeiro e segundo semestres de 2017. Nessa pesquisa, cujo objetivo era compreender os fatores que os levaram ao destino operário, suas vidas escolares e familiares e suas perspectivas profissionais e suas relações sociais revelaram que, na sua trajetória de vida, não obstante o esforço familiar para mantêlos na escola, as condições precárias nas quais se encontravam quando jovens contribuíram fortemente para uma trajetória escolar marcada por rupturas e abandonos que os empurraram precocemente para os canteiros de obras da construção civil. Para eles, a condição operária na qual se encontram se deve muito mais a uma ausência de oportunidades ou a um fracasso da situação na qual viviam do que propriamente a um fracasso escolar. Distantes de qualquer sentimento de fracasso, eles retornam à escola depois de adultos, se dizem intelectualmente capazes e, visando a melhor se posicionarem socialmente e no mercado de trabalho, alimentam expectativas de dar continuidade aos estudos, inclusive em nível superior.