Estudantes negras e pobres: das periferias até o acesso ao Curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica Brasil CEFET-MG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.cefetmg.br/handle/123456789/478 |
Resumo: | Essa pesquisa buscou investigar, descrever e analisar as trajetórias escolares de quatro estudantes negras e pobres até o acesso ao Curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao se ter em vista a origem social, racial e de gênero das protagonistas do estudo, investigou-se os elementos que possibilitaram a construção desses percursos, uma vez que a parcela da população brasileira a qual pertence as pesquisadas é reconhecida pela pouca ou nenhuma tradição no sistema escolar, sobretudo, quando consideramos o acesso a um curso altamente seletivo e supervalorizado socialmente, como é caso de medicina. A problemática aqui estabelecida se deu a partir do seguinte questionamento: Quais elementos, presentes nas trajetórias escolares e sociais das investigadas, favoreceram na construção de percursos distintos daqueles produzidos pela grande maioria das mulheres negras, pobres e periféricas? Com objetivo de responder à questão apresentada, conforme as orientações teórico-metodológico do campo de estudo, utilizou-se a tentativa de reconstrução biográfica, com base em dados colhidos nos questionários e nas entrevistas semiestruturada. A análise do material privilegiou: a) as condições culturais e econômicas das famílias propiciadoras das trajetórias; b) as formas de mobilização pessoal, parental, redes de apoio e/ou parental, na constituição dos percursos escolares. c) Expectativas para o futuro. Para definir os indicadores mencionados, voltou-se o olhar para os trabalhos já produzidas no campo de estudo, também na direção das especificidades desta pesquisa, isto é, a condição da mulher negra, pobre e periférica, que vem ocupando espaços historicamente direcionados para homens e mulheres brancas. Notou-se, partir dos dados encontrados na sistematização do estudo, que, possivelmente, os elementos que colaboraram para o desenvolvimento das trajetórias apresentadas são aspectos, correlacionados, como: apoio familiar (acompanhamento nas demandas escolares, afeto, apoio financeiro e encorajamento social), as políticas de cotas nas universidades, pessoa referência e, sobretudo, o esforço pessoal. Sem eles, possivelmente, haveria pouca chance de as protagonistas resistirem às opressões e, por consequência, sofrimentos, provenientes dos estigmas relacionados a sua condição social, racial e de gênero, que atravessaram e ainda atravessam, de forma potente as vidas de todas as entrevistadas. |