Políticas educacionais e o professor do ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Serafim, Natali Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3569
Resumo: O presente estudo teve como objetivo compreender quem são os sujeitos docentes do Ensino Médio e de que forma as políticas públicas educacionais implementadas a partir de 1990 reorganizaram o seu trabalho. Buscou-se com os questionários e entrevistas traçar o perfil destes sujeitos e em que condições exercem a docência. Após transcrição, os dados obtidos foram analisados e confrontados com a literatura. Baseado, sobretudo, nas enquetes e nos depoimentos dos professores que lecionam no Ensino Médio noturno das escolas estaduais públicas pertencentes à 20ª GERED selecionaram-se três categorias de conteúdo: precarização das condições de trabalho docente, intensificação do trabalho docente e autointensificação do trabalho docente. A pesquisa sugere que as reformas educacionais implementadas a partir dos anos 1990 exigem dos professores muitas funções e responsabilidades reestruturando e precarizando sua atividade. Tais reformas centralizam os professores no processo de sua realização, responsabilizando-os pelo sucesso e principalmente pelos insucessos educacionais sem a discussão das condições objetivas do trabalho resultando no processo de culpabilização pelos fracassos escolares. Para que os ideais reformistas fossem implementados na educação foi preciso que os professores internalizassem o discurso e os objetivos da mesma, ou seja, a realização de mais funções e a abrangência de mais responsabilidades começaram a ser concebidas como sinônimo de competência e profissionalismo. O estudo infere que tais reformas implementadas a partir dos anos 1990, têm importado para educação princípios de eficiência e produtividade, o que tem levado os responsáveis pela educação pública a uma prática da exigência e eficácia com recursos e investimentos insuficientes e que tem resultado na precarização das condições de trabalho docente, explicitada, sobretudo, no arrefecimento da remuneração dos professores. Tal contexto induz estes sujeitos a estender sua carga horária na busca de condições dignas de existência. O estudo aponta que a precarização das condições de trabalho docente - ausência de uma boa estrutura física; remuneração incompatível; trabalho em demasia; ausência de tempo para as discussões pedagógicas; falta de estabilidade no contrato de trabalho; número excessivo de alunos em sala de aula; falta de apoio pedagógico, tempo e condições financeiras para a formação continuada; grande número de responsabilidades para exercer em sala de aula, em casa e na gestão escolar; falta de prestígio social; falta de tempo e condições financeiras para o lazer e para enriquecimento cultural ¿ engendraram um processo de intensificação e autointensificação do trabalho docente com a autorresponsabilização por parte dos docentes pelos fracassos escolares.