Imperialismo e políticas educacionais para o ensino médio no Brasil
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35364 |
Resumo: | A pesquisa apresentada teve como objeto de investigação as políticas educacionais formuladas e implementadas para o Ensino Médio nos últimos anos no Brasil, considerando o cenário político-econômico do país e sua inserção no âmbito internacional. Buscou-se analisar as relações entre as formulações das políticas para o ensino médio no Brasil e as orientações dos organismos internacionais. Fundamentou-se nos aportes teóricos do marxismo, tendo como método o materialismo histórico-dialético; utilizou como procedimentos de coleta de dados a pesquisa bibliográfica e documental, para interpretação, as categorias históricas centrais imperialismo e capitalismo burocrático e as categorias analíticas totalidade, contradição e ideologia. A pesquisa permitiu compreender o sistema de produção capitalista em sua fase superior, o imperialismo, e o novo tipo de capitalismo engendrado nos países semicoloniais, o capitalismo burocrático, e assim compreender da realidade da sociedade brasileira. Na educação do país, o imperialismo atua através dos organismos internacionais (Banco Mundial, UNESCO e CEPAL) que intervém nos campos financeiro, político e intelectual, e busca, por meio da dominação ideológica, administrar a pobreza e amenizar a visibilidade dos impactos da intensificação da exploração capitalista, justificando que a causa da pobreza e do atraso social encontra-se na ausência de escolarização e na baixa aprendizagem. A pesquisa apontou ainda para o caráter de classe da educação, identificando nas políticas educacionais brasileiras a centralidade de uma educação voltada para o crescimento e desenvolvimento econômico, assim como orienta os organismos internacionais, apontando a necessidade da educação ser um instrumento tanto na preparação do trabalhador com competências e habilidades exigidas pelo mercado, mas também prevenir distúrbios sociais contestadores da ordem diante da miséria que se intensifica. A pesquisa constatou que, desde a década de 1990, as diversas reformas implementadas nas concepções das políticas educacionais no país estão fundamentadas no projeto educacional dos organismos internacionais que se aporta na Teoria do Capital Humano, da Sociedade do Conhecimento, do Neoescolanovismo e Neotecnicismo, amparados no lema “aprender a aprender”, todos voltados a valorização do capital e reprodução da sociedade capitalista. Recorrem ao investimento em capital humano visando maior produtividade; precarização do ensino com foco em aprendizagens mínimas, com flexibilização e esvaziamento científico do currículo, sendo este substituído por habilidades socioemocionais e competências de caráter instrumental e pragmático; avaliação com foco em resultados de desempenho; responsabilização docente, inclusive com caráter punitivo; privatização, que dá ênfase aos conceitos de eficiência, eficácia, produtividade, qualidade total, portanto não objetivam o desenvolvimento humano, não servem às classes populares. Por fim, a pesquisa nos permitiu compreender que uma educação de novo tipo só será possível com o estabelecimento de uma nova ordem social. |