A prática pedagógica do futebol nas aulas de educação física sob uma perspectiva de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Somariva, João Fabrício Guimara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3567
Resumo: A pesquisa aqui apresentada, em nível de mestrado, analisa metodologicamente aulas coeducativas a partir de um conteúdo de domínio hegemônico masculino presente na prática esportiva. Essa pesquisa foi motivada pelas desigualdades nas relações de gênero que se manifestam no esporte e evidenciadas no exercício da função docente ao longo dos anos. Como concepção teórico-metodológica o materialismo histórico-dialético trouxe as condições para compreender criticamente as contradições que permeiam o processo ensino-aprendizagem dos esportes vistas sob a perspectiva de gênero. Caracterizada como uma pesquisa de intervenção teve por objetivo desenvolver um caminho didático/pedagógico articulado às questões de gênero no trato do conteúdo futebol a partir de uma postura coeducativa aliada à metodologia crítico-superadora, tendo como autores de referência Saviani (1991, 2005, 2011), Gasparin (1998, 2003) e Castellani Filho et. al (2009). Para essa análise, foi realizado um programa de nove aulas de futebol em um sexto ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal de Cocal do Sul ¿ SC. Foi utilizada como técnica e instrumento de registro do programa de aulas a gravação em vídeo e em áudio, da qual se originou um diário de campo que contém minhas impressões, falas da turma e ação docente. Os resultados demonstraram que a metodologia coeducativa escolhida não promoveu a plena igualdade entre seus participantes, pois parece ser necessária uma continuidade deste trabalho utilizando-se outros elementos da cultura corporal com diferentes olhares de gênero, mas permitiu transformações significativas. Foi observado ainda que o ato de ensinar futebol às meninas funcionou para os meninos como elemento de aproximação e os tornaram responsáveis por proporcionar à elas aquilo que lhes foi negado por gerações. Já as meninas compreenderam que suas inabilidades não são fruto de uma herança biológica e que o espaço inicialmente considerado masculino invadido por elas, na verdade também as pertence. Enfim, a intervenção realizada foi uma tentativa de abertura para novas possibilidades metodológicas, pautada sobre um enfoque crítico-superador na busca pelo entendimento da Educação Física sob a perspectiva de gênero, na busca por uma práxis coeducativa.