Sim, a mulher pode!

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rodrigues, Kellen Bonelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3312
Resumo: O presente estudo, a partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa pecheutiana, analisa o funcionamento do enunciado Sim, a mulher Pode!, empregado por Dilma Rousseff em seu discurso após vencer a eleição presidencial do País, em 2010, como um dizer que acaba ressoando sentidos de outros dizeres, como: o We can do it!, usado pelo governo americano durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tomado aqui como efeito de começo, e o Yes, we can!, usado por Barack Obama em seu discurso após vencer a eleição presidencial dos Estados Unidos, em 2008. Numa análise horizontal, primeiro procuramos: investigar esses três enunciados a fim de identificar neles os sentidos mesmos ¿ parafrásticos ¿ e os sentidos outros ¿ polissêmicos; e investigar de que forma o Discurso de Dilma (DD) é atravessado por dizeres da Formação Discursiva feminista, da militante e da classe trabalhadora de modo que ecoem neles sentidos de poder e de resistência. Para isso, partimos de conceitos teóricos da AD relacionados a sujeito, sentido, poder e resistência. Depois, tomamos os enunciados We can do it! e o Yes, we can! com o objetivo de fazer uma análise vertical do DD, Sim, a mulher pode!, procurando entender como a memória se presentifica neste dizer trazendo sentidos derivados da posição sujeito mãe, mulher, trabalhadora etc. A partir daí, percebemos que o Sim, a mulher pode! se reatualiza em outras falas da presidenta Dilma, identificadas à FD feminista, militante e dos trabalhadores, e, a partir dessas falas, pudemos perceber no DD marcas de poder e de resistência. É desse modo que o DD se mostra como um modo de contorcimento na língua política, uma vez que Dilma Rousseff, ao assumir a posição de Presidenta da República, o faz atravessada de sentidos da posição mãe, mulher, trabalhadora etc., ou seja, sentidos que marcam o ineditismo: ter uma mulher ocupando a posição de Presidenta de um País. É a partir desse ineditismo que pudemos perceber não só a resistência da sociedade em relação à presença de uma mulher no mais alto cargo do País, mas também a resistência do próprio sujeito enunciador na tentativa de se (re)afirmar com o dizer Sim, a mulher pode! que marca aí o preconceito ainda existente em nossa sociedade. O DD, assim, ao mesmo tempo que se marca como um discurso que registra dupla resistência (para com ela e dela mesma), marca-se como um discurso de poder.