Relatórios de inquérito policial em casos de suicídio: relações de poder, silêncio e normal(t)ização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Maristela da Silva Francisco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3221
Resumo: Neste trabalho, proponho-me a analisar como a confluência de trajetos, na historicidade, do suicídio e do inquérito se imbricaram estabelecendo a discursividade que naturaliza o entendimento moralizador e criminalizante, que permeiam as ações institucionais, normalizadoras dos saberes jurídicos apropriados pelo Estado. O objetivo geral é investigar como o Estado fundamenta, discursivamente, a (in)disponibilidade da vida, na forma como culmina repercutindo nos comportamentos criminalizados no artigo 122 do Código Penal Brasileiro - induzimento, instigação e auxílio ao suicídio. Os objetivos específicos são comparar marcas discursivas que apontem para as relações dos sujeitos e seus lugares sociais, do ponto de vista do Estado; buscar compreender a moral avaliadora que significa as mortes dos suicídas analisados e verificar a hipótese de que o Delegado de Polícia, na função-autor, instale sentidos discursivos diversos, incorrendo em sua normal(t)ização. O corpus de análise é composto de três relatórios finais de Inquérito Policial de suicídio da Central de Plantão Policial de Tubarão. Os dispositivos teóricos para a pesquisa são da Análise de Discurso de linha francesa elaborada por Michel Pêcheux e Eni P. Orlandi. Na análise de relações poder/saber, utiliza-se Michel Foucault. Espero realçar as marcas de silenciamento impregnadas nos relatórios, em seus processo de norl(t)ização, sob as relações de poder.