Caracterização de peptídeos imunogênicos de Fonsecaea pedrosoi e sua possível utilização em processos vacinais na cromoblastomicose experimental
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Publication Date: | 2025 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Download full: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9142/tde-31032025-151113/ |
Summary: | A Cromoblastomicose (CBM), denominada também como Micose de Pedroso Lane, é uma micose subcutânea crônica adquirida por via traumática, em que há inserção de conídios e fragmentos de hifas do agente causador. O principal agente etiológico causador dessa infecção é Fonsecaea pedrosoi, o qual está relacionado a grande parte dos casos relatados. Está presente em países de clima tropical e subtropical, sendo o Brasil, um dos países com os maiores índices da infecção, e estados como o Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará os que possuem o maior foco. É uma doença de natureza ocupacional, já que esta acaba acometendo trabalhadores rurais, agricultores, mineradores, indivíduos da área de jardinagem e entre outros expostos a solo e materiais vegetais contaminados. Por ser uma doença não notificável e negligenciada, muitos profissionais da saúde buscam tratamentos eficazes para tais pacientes, como terapia medicamentosa com antifúngicos e até mesmo associados com métodos físicos, entretanto nenhum destes tenham demonstrado verdadeira eficácia contra a CBM considerando o número de recidivas da doença, além das dificuldades encontradas nos próprios tratamentos estabelecidos. Assim, com o objetivo de contornar tais problemas, nosso laboratório tem estudado sobre o tema, para isso foram selecionados peptídeos provindos de proteínas imunogênicas da F. pedrosoi para que pudessem demonstrar um melhor escore para ligação em MHC de classe II, assim, induzindo uma resposta eficiente de células T, estas descritas como cruciais contra a CBM. Entre estes peptídeos, o Hp11696 foi capaz de induzir proliferação de células T em ensaios in vitro e proteger contra a cromoblastomicose experimental murina em ensaios pilotos em nosso laboratório. Neste estudo, o peptídeo mostrou potencial para reduzir a carga fúngica em infecções experimentais de cromoblastomicose murina, diminuindo colônias do fungo F. pedrosoi nos órgãos infectados e possivelmente regulando a resposta de citocinas por meio da memória celular induzida pela imunização prévia. O imunógeno demonstrou segurança ao não ser tóxico para macrófagos nem comprometer sua viabilidade celular, indicando sua segurança no tratamento animal. |
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Caracterização de peptídeos imunogênicos de Fonsecaea pedrosoi e sua possível utilização em processos vacinais na cromoblastomicose experimentalCharacterization of immunogenic peptides from Fonsecaea pedrosoi and their potential use in vaccine processes for experimental chromoblastomycosisChromoblastomycosisCromoblastomicoseFonsecaea pedrosoiFonsecaea pedrosoiImmunogenic peptidesPeptídeos imunogênicosA Cromoblastomicose (CBM), denominada também como Micose de Pedroso Lane, é uma micose subcutânea crônica adquirida por via traumática, em que há inserção de conídios e fragmentos de hifas do agente causador. O principal agente etiológico causador dessa infecção é Fonsecaea pedrosoi, o qual está relacionado a grande parte dos casos relatados. Está presente em países de clima tropical e subtropical, sendo o Brasil, um dos países com os maiores índices da infecção, e estados como o Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará os que possuem o maior foco. É uma doença de natureza ocupacional, já que esta acaba acometendo trabalhadores rurais, agricultores, mineradores, indivíduos da área de jardinagem e entre outros expostos a solo e materiais vegetais contaminados. Por ser uma doença não notificável e negligenciada, muitos profissionais da saúde buscam tratamentos eficazes para tais pacientes, como terapia medicamentosa com antifúngicos e até mesmo associados com métodos físicos, entretanto nenhum destes tenham demonstrado verdadeira eficácia contra a CBM considerando o número de recidivas da doença, além das dificuldades encontradas nos próprios tratamentos estabelecidos. Assim, com o objetivo de contornar tais problemas, nosso laboratório tem estudado sobre o tema, para isso foram selecionados peptídeos provindos de proteínas imunogênicas da F. pedrosoi para que pudessem demonstrar um melhor escore para ligação em MHC de classe II, assim, induzindo uma resposta eficiente de células T, estas descritas como cruciais contra a CBM. Entre estes peptídeos, o Hp11696 foi capaz de induzir proliferação de células T em ensaios in vitro e proteger contra a cromoblastomicose experimental murina em ensaios pilotos em nosso laboratório. Neste estudo, o peptídeo mostrou potencial para reduzir a carga fúngica em infecções experimentais de cromoblastomicose murina, diminuindo colônias do fungo F. pedrosoi nos órgãos infectados e possivelmente regulando a resposta de citocinas por meio da memória celular induzida pela imunização prévia. O imunógeno demonstrou segurança ao não ser tóxico para macrófagos nem comprometer sua viabilidade celular, indicando sua segurança no tratamento animal.Chromoblastomycosis (CBM), also known as Mycosis of Pedroso Lane, is a chronic subcutaneous mycosis acquired through trauma, in which there is the insertion of conidia and hyphal fragments of the causative agent. The main etiological agent causing this infection is Fonsecaea pedrosoi, which is related to most of the reported cases. It is present in countries with tropical and subtropical climates, with Brazil being one of the countries with the highest rates of infection, with the Amazon region, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais and Rio Grande do Sul having the greatest focus. It is a disease of an occupational nature, as it ends up affecting rural workers, farmers, miners, individuals in the gardening area and among others exposed to contaminated soil and plant materials. Because it is a non-notifiable and neglected disease, many health professionals seek effective treatments for such patients, such as drug therapy with antifungals and even associated with physical methods, however, none of these have demonstrated true effectiveness against CBM, considering the number of relapses of the disease, in addition to the difficulties encountered in the established treatments themselves. Thus, intending to overcome such problems, our laboratory has studied the subject, for which peptides derived from immunogenic proteins of F. pedrosoi were selected so that they could demonstrate a better score for binding in MHC class II, thus inducing an efficient T cell response, these described as crucial against CBM. Among these peptides, Hp11696 was able to induce T cell proliferation in in vitro assays and protect against experimental murine chromoblastomycosis in pilot assays in our laboratory. The peptide demonstrated potential to reduce fungal burden in experimental murine chromoblastomycosis infections by decreasing colonies of the fungus F. pedrosoi in infected organs and possibly regulating cytokine responses through cell memory induced by prior immunization. The immunogen proved to be safe, showing no toxicity to macrophages and not compromising their cell viability, indicating its safety for animal treatment.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlmeida, Sandro Rogerio dePereira, Beatriz Viana2025-02-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9142/tde-31032025-151113/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2025-04-10T13:43:02Zoai:teses.usp.br:tde-31032025-151113Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212025-04-10T13:43:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Cromoblastomicose (CBM), denominada também como Micose de Pedroso Lane, é uma micose subcutânea crônica adquirida por via traumática, em que há inserção de conídios e fragmentos de hifas do agente causador. O principal agente etiológico causador dessa infecção é Fonsecaea pedrosoi, o qual está relacionado a grande parte dos casos relatados. Está presente em países de clima tropical e subtropical, sendo o Brasil, um dos países com os maiores índices da infecção, e estados como o Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará os que possuem o maior foco. É uma doença de natureza ocupacional, já que esta acaba acometendo trabalhadores rurais, agricultores, mineradores, indivíduos da área de jardinagem e entre outros expostos a solo e materiais vegetais contaminados. Por ser uma doença não notificável e negligenciada, muitos profissionais da saúde buscam tratamentos eficazes para tais pacientes, como terapia medicamentosa com antifúngicos e até mesmo associados com métodos físicos, entretanto nenhum destes tenham demonstrado verdadeira eficácia contra a CBM considerando o número de recidivas da doença, além das dificuldades encontradas nos próprios tratamentos estabelecidos. Assim, com o objetivo de contornar tais problemas, nosso laboratório tem estudado sobre o tema, para isso foram selecionados peptídeos provindos de proteínas imunogênicas da F. pedrosoi para que pudessem demonstrar um melhor escore para ligação em MHC de classe II, assim, induzindo uma resposta eficiente de células T, estas descritas como cruciais contra a CBM. Entre estes peptídeos, o Hp11696 foi capaz de induzir proliferação de células T em ensaios in vitro e proteger contra a cromoblastomicose experimental murina em ensaios pilotos em nosso laboratório. Neste estudo, o peptídeo mostrou potencial para reduzir a carga fúngica em infecções experimentais de cromoblastomicose murina, diminuindo colônias do fungo F. pedrosoi nos órgãos infectados e possivelmente regulando a resposta de citocinas por meio da memória celular induzida pela imunização prévia. O imunógeno demonstrou segurança ao não ser tóxico para macrófagos nem comprometer sua viabilidade celular, indicando sua segurança no tratamento animal. |
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