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Análise microbiológica da superfície de aparelhos endoscópios flexíveis após desinfecção de alto nível

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Festuccia, Helizete Rivoiro
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-21022025-104053/
Resumo: Introdução: Não há consenso na literatura sobre o período de tempo seguro de armazenamento dos tubos de endoscopia desde a desinfecção até sua próxima utilização. NELSON,2003 recomenda nova desinfecção anterior a cada exame endoscópico; VERGIS,2007 a cada sete dias, RUTALA, 2013 a cada 14 dias e BROCK, 2015 recomenda nova desinfecção apenas a cada 21dias. Objetivo: Identificar as espécies de microorganismos presentes nos tubos de endoscópios através de culturas por Swab da superfície externa e dos canais internos, o tempo de crescimento bacteriano após desinfecção de alto nível e o período máximo seguro de armazenamento, a fim de otimizar os recursos materiais e humanos no processo de desinfecção dos aparelhos endoscópicos. Método: trata-se de um estudo analítico realizado através da coleta diária, de amostras da superfície de aparelhos de endoscopia, previamente submetidos à desinfecção, para posterior cultura em ágar sangue utilizando Swab de algodão umedecido com Soro Fisiológico. Foram coletadas amostras de seis áreas predeterminadas dos endoscópios, de oito aparelhos distintos, diariamente, pelo período de 30 dias. Essa coleta foi realizada em duas etapas: na primeira foi utilizado quatro aparelhos e na segunda outros quatro aparelhos, sendo um gastroscópio, colonoscópio, broncoscópio e duodenoscópio em cada etapa. Resultados: Foram isolados 92 espécies de bactérias, sendo a maioria próprios do ambiente (69%). Houve ausência de crescimento bacteriano em dois aparelhos contaminados, provavelmente devido à eficácia do detergente enzimático na pré-limpeza, diminuindo a carga microbiana à quantidades insuficientes para promover crescimento após semeadura. Os gêneros de bactérias mais frequentemente encontrados no ambiente foram o Staphylococcus ssp, seguido do Bacillus ssp e do Micrococcus ssp. Distribuição semelhante foi observada nos aparelhos desinfectados. O Streptococcus ssp, Escherichia spp e o Enterobacter ssp foram observados apenas nos aparelhos contaminados. Após a desinfecção observou-se maior crescimento de bactérias próprias da flora intestinal (10%) e da pele (10%). No meio de cultura colocado no ambiente de armazenamento dos endoscópios observou-se crescimento de bactérias da flora da cavidade oral (6%), e menos pronunciado da flora intestinal (5%) e pele (3%). De todas bactérias encontradas somente seis foram consideradas potencialmente patogênicas: Enterobacter clocae; Enterobacter hirae; Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa (encontradas no aparelho contaminado); Serratia marcescens e Serratia nematodiphila (encontradas no aparelho após a desinfecção nos dias 17 e 19 e encontradas previamente no ambiente, nos dias 10, 15, 16 e 17) e tais bactérias não foram encontradas no aparelho contaminado, o que corrobora a tese que a contaminação das superfícies do aparelho é oriunda dos germes do ambiente. Houve contaminação do aparelho por bactérias consideradas não patogênicas desde o primeiro dia de coleta e sem crescimento da mesma espécie em dias consecutivos. Conclusão: Nos trinta primeiros dias após desinfecção de alto nível não houve proliferação bacteriana nos aparelhos e as bactérias identificadas em swab de superfície são originárias do ambiente de armazenamento dos endoscópios, desta forma e nas condições observadas neste estudo, se torna possível a reutilização dos aparelhos de endoscopia sem a necessidade de novo reprocessamento dentro do período de trinta dias após desinfecção de alto nível.
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Objetivo: Identificar as espécies de microorganismos presentes nos tubos de endoscópios através de culturas por Swab da superfície externa e dos canais internos, o tempo de crescimento bacteriano após desinfecção de alto nível e o período máximo seguro de armazenamento, a fim de otimizar os recursos materiais e humanos no processo de desinfecção dos aparelhos endoscópicos. Método: trata-se de um estudo analítico realizado através da coleta diária, de amostras da superfície de aparelhos de endoscopia, previamente submetidos à desinfecção, para posterior cultura em ágar sangue utilizando Swab de algodão umedecido com Soro Fisiológico. Foram coletadas amostras de seis áreas predeterminadas dos endoscópios, de oito aparelhos distintos, diariamente, pelo período de 30 dias. Essa coleta foi realizada em duas etapas: na primeira foi utilizado quatro aparelhos e na segunda outros quatro aparelhos, sendo um gastroscópio, colonoscópio, broncoscópio e duodenoscópio em cada etapa. Resultados: Foram isolados 92 espécies de bactérias, sendo a maioria próprios do ambiente (69%). Houve ausência de crescimento bacteriano em dois aparelhos contaminados, provavelmente devido à eficácia do detergente enzimático na pré-limpeza, diminuindo a carga microbiana à quantidades insuficientes para promover crescimento após semeadura. Os gêneros de bactérias mais frequentemente encontrados no ambiente foram o Staphylococcus ssp, seguido do Bacillus ssp e do Micrococcus ssp. Distribuição semelhante foi observada nos aparelhos desinfectados. O Streptococcus ssp, Escherichia spp e o Enterobacter ssp foram observados apenas nos aparelhos contaminados. Após a desinfecção observou-se maior crescimento de bactérias próprias da flora intestinal (10%) e da pele (10%). No meio de cultura colocado no ambiente de armazenamento dos endoscópios observou-se crescimento de bactérias da flora da cavidade oral (6%), e menos pronunciado da flora intestinal (5%) e pele (3%). De todas bactérias encontradas somente seis foram consideradas potencialmente patogênicas: Enterobacter clocae; Enterobacter hirae; Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa (encontradas no aparelho contaminado); Serratia marcescens e Serratia nematodiphila (encontradas no aparelho após a desinfecção nos dias 17 e 19 e encontradas previamente no ambiente, nos dias 10, 15, 16 e 17) e tais bactérias não foram encontradas no aparelho contaminado, o que corrobora a tese que a contaminação das superfícies do aparelho é oriunda dos germes do ambiente. Houve contaminação do aparelho por bactérias consideradas não patogênicas desde o primeiro dia de coleta e sem crescimento da mesma espécie em dias consecutivos. Conclusão: Nos trinta primeiros dias após desinfecção de alto nível não houve proliferação bacteriana nos aparelhos e as bactérias identificadas em swab de superfície são originárias do ambiente de armazenamento dos endoscópios, desta forma e nas condições observadas neste estudo, se torna possível a reutilização dos aparelhos de endoscopia sem a necessidade de novo reprocessamento dentro do período de trinta dias após desinfecção de alto nível.Introduction: There is no consensus in the literature on the safe period of time for storing endoscopy tubes from disinfection until their next use. NELSON, 2003 recommends new disinfection prior to each endoscopic examination; VERGIS, 2007 every seven days, RUTALA, 2013 every 14 days and BROCK, 2015 recommends new disinfection only every 21 days. Objective: To identify the species of microorganisms present in endoscope tubes through swab cultures of the external surface and internal channels, the time of bacterial growth after high-level disinfection and the maximum safe storage period, in order to optimize material and human resources in the disinfection process of endoscopic devices. Method: This is an analytical study carried out through daily collection of samples from the surface of endoscopy devices, previously subjected to disinfection, for subsequent culture on blood agar using cotton swabs moistened with saline solution. Samples were collected from six predetermined areas of the endoscopes, from eight different devices, daily, for a period of 30 days. This collection was performed in two stages: in the first, four devices were used and in the second, four other devices, being a gastroscope, colonoscope, bronchoscope and duodenoscope in each stage. Results: A total of 92 species of bacteria were isolated, the majority of which were native to the environment (69%). There was no bacterial growth in two contaminated devices, probably due to the effectiveness of the enzymatic detergent in pre-cleaning, reducing the microbial load to insufficient quantities to promote growth after seeding. The most frequently found bacterial genera in the environment were Staphylococcus ssp, followed by Bacillus ssp and Micrococcus ssp. A similar distribution was observed in the disinfected devices. Streptococcus ssp, Escherichia spp and Enterobacter ssp were observed only in the contaminated devices. After disinfection, a greater growth of bacteria typical of the intestinal flora (10%) and of the skin (10%) was observed. In the culture medium placed in the storage environment of the endoscopes, growth of bacteria from the oral cavity flora (6%) was observed, and less pronounced growth of the intestinal flora (5%) and skin (3%). Of all the bacteria found, only six were considered potentially pathogenic: Enterobacter clocae; Enterobacter hirae; Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa (found in the contaminated device); Serratia marcescens and Serratia nematodiphila (found in the device after disinfection on days 17 and 19 and previously found in the environment on days 10, 15, 16 and 17) and such bacteria were not found in the contaminated device, which corroborates the theory that contamination of the device surfaces comes from germs in the environment. There was contamination of the device by bacteria considered non-pathogenic since the first day of collection and no growth of the same species on consecutive days. Conclusion: In the first thirty days after high-level disinfection, there was no bacterial proliferation in the devices and the bacteria identified in surface swabs originated from the endoscope storage environment. Thus, and under the conditions observed in this study, it becomes possible to reuse the endoscopy devices without the need for new reprocessing within the period of thirty days after high-level disinfection.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKemp, RafaelFestuccia, Helizete Rivoiro2024-11-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-21022025-104053/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2025-03-25T18:08:02Zoai:teses.usp.br:tde-21022025-104053Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212025-03-25T18:08:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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