Arqueologia colaborativa não é o fim
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Publication Date: | 2020 |
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Source: | Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online) |
Download full: | https://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597 |
Summary: | Há mais de um século atrás a arqueologia científica estava presa nas teias do colonialismo. Ao redor do globo, nações extraiam recursos culturais de locais distantes – mais frequentemente em comunidades indígenas – para tecer histórias, construir museus, e arrecadar prestígio e poder para acadêmicos e suas instituições. Nos anos setenta, ativistas indígenas e seus aliados começaram a criticar esse modelo e a propor alternativas que empoderavam comunidades locais para controlar seu próprio patrimônio. Uma das ideias mais importantes desse movimento foi a de arqueologia colaborativa, que defende um compartilhamento equiparado do passado entre cientistas e membros das comunidades. A colaboração gerou novas possibilidades radicais para a arqueologia. Entretanto, chegamos a um momento importante, no qual temos que considerar como a colaboração corre o risco de reforçar estruturas de poder colonialistas, quando é praticada como um meio e não como um fim. Colaboração em arqueologia não é uma solução para o colonialismo, mas uma ferramenta que comunidades e acadêmicos podem usar para concretizar a busca da disciplina por um futuro pós-colonial. |
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Arqueologia colaborativa não é o fimCollaborative Archaeology is not the endCollaborationequalityscientific methodcolaboraçãoigualdademétodo científicoHá mais de um século atrás a arqueologia científica estava presa nas teias do colonialismo. Ao redor do globo, nações extraiam recursos culturais de locais distantes – mais frequentemente em comunidades indígenas – para tecer histórias, construir museus, e arrecadar prestígio e poder para acadêmicos e suas instituições. Nos anos setenta, ativistas indígenas e seus aliados começaram a criticar esse modelo e a propor alternativas que empoderavam comunidades locais para controlar seu próprio patrimônio. Uma das ideias mais importantes desse movimento foi a de arqueologia colaborativa, que defende um compartilhamento equiparado do passado entre cientistas e membros das comunidades. A colaboração gerou novas possibilidades radicais para a arqueologia. Entretanto, chegamos a um momento importante, no qual temos que considerar como a colaboração corre o risco de reforçar estruturas de poder colonialistas, quando é praticada como um meio e não como um fim. Colaboração em arqueologia não é uma solução para o colonialismo, mas uma ferramenta que comunidades e acadêmicos podem usar para concretizar a busca da disciplina por um futuro pós-colonial.More than a century ago, scientific archaeology was caught up in the webs of colonialism. Around the globe, nations extracted cultural resources from distant locales—most often in Indigenous communities—to construct histories, build museums, and garner prestige and power for academics and the institutions they served. In the 1970s, Indigenous activists and their allies began to challenge this model and propose alternatives that empowered local communities to control their own heritage. One of the most important ideas to arrive out of this movement was that of collaborative archaeology, which argues for an equitable sharing of the past between scientists and community members. Collaboration has opened up radical new possibilities for archaeology. However, we have arrived at a key moment where we must consider how collaboration also risks reinscribing colonialist power structures when it is practiced as an end instead of a means. Collaboration in archaeology is not a solution to colonialism, but a tool that communities and scholars can use in the discipline’s search for a postcolonial future. Universidade de São Paulo. Museu de Arqueologia e Etnologia2020-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.usp.br/revmae/article/view/16359710.11606/issn.2448-1750.revmae.2020.163597Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; Núm. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; No 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; No. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; n. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-472448-17500103-9709reponame:Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597/164226Copyright (c) 2020 Chip Colwell, Rafael de Almeida Lopesinfo:eu-repo/semantics/openAccessColwell, ChipLopes, Rafael de Almeida2023-09-11T14:17:50Zoai:revistas.usp.br:article/163597Revistahttps://www.revistas.usp.br/revmae/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/revmae/oairevmae@usp.br | rosademiranda@usp.brdoi.org/10.11606/issn.2448-17502448-17500103-9709opendoar:2023-09-11T14:17:50Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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