Arqueologia colaborativa não é o fim

Bibliographic Details
Main Author: Colwell, Chip
Publication Date: 2020
Other Authors: Lopes, Rafael de Almeida
Format: Article
Language: por
Source: Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)
Download full: https://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597
Summary: Há mais de um século atrás a arqueologia científica estava presa nas teias do colonialismo. Ao redor do globo, nações extraiam recursos culturais de locais distantes – mais frequentemente em comunidades indígenas – para tecer histórias, construir museus, e arrecadar prestígio e poder para acadêmicos e suas instituições. Nos anos setenta, ativistas indígenas e seus aliados começaram a criticar esse modelo e a propor alternativas que empoderavam comunidades locais para controlar seu próprio patrimônio. Uma das ideias mais importantes desse movimento foi a de arqueologia colaborativa, que defende um compartilhamento equiparado do passado entre cientistas e membros das comunidades. A colaboração gerou novas possibilidades radicais para a arqueologia. Entretanto, chegamos a um momento importante, no qual temos que considerar como a colaboração corre o risco de reforçar estruturas de poder colonialistas, quando é praticada como um meio e não como um fim. Colaboração em arqueologia não é uma solução para o colonialismo, mas uma ferramenta que comunidades e acadêmicos podem usar para concretizar a busca da disciplina por um futuro pós-colonial.
id USP-44_58107ec87457a58a2d024cf0de58e90c
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/163597
network_acronym_str USP-44
network_name_str Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)
repository_id_str
spelling Arqueologia colaborativa não é o fimCollaborative Archaeology is not the endCollaborationequalityscientific methodcolaboraçãoigualdademétodo científicoHá mais de um século atrás a arqueologia científica estava presa nas teias do colonialismo. Ao redor do globo, nações extraiam recursos culturais de locais distantes – mais frequentemente em comunidades indígenas – para tecer histórias, construir museus, e arrecadar prestígio e poder para acadêmicos e suas instituições. Nos anos setenta, ativistas indígenas e seus aliados começaram a criticar esse modelo e a propor alternativas que empoderavam comunidades locais para controlar seu próprio patrimônio. Uma das ideias mais importantes desse movimento foi a de arqueologia colaborativa, que defende um compartilhamento equiparado do passado entre cientistas e membros das comunidades. A colaboração gerou novas possibilidades radicais para a arqueologia. Entretanto, chegamos a um momento importante, no qual temos que considerar como a colaboração corre o risco de reforçar estruturas de poder colonialistas, quando é praticada como um meio e não como um fim. Colaboração em arqueologia não é uma solução para o colonialismo, mas uma ferramenta que comunidades e acadêmicos podem usar para concretizar a busca da disciplina por um futuro pós-colonial.More than a century ago, scientific archaeology was caught up in the webs of colonialism. Around the globe, nations extracted cultural resources from distant locales—most often in Indigenous communities—to construct histories, build museums, and garner prestige and power for academics and the institutions they served. In the 1970s, Indigenous activists and their allies began to challenge this model and propose alternatives that empowered local communities to control their own heritage. One of the most important ideas to arrive out of this movement was that of collaborative archaeology, which argues for an equitable sharing of the past between scientists and community members. Collaboration has opened up radical new possibilities for archaeology. However, we have arrived at a key moment where we must consider how collaboration also risks reinscribing colonialist power structures when it is practiced as an end instead of a means. Collaboration in archaeology is not a solution to colonialism, but a tool that communities and scholars can use in the discipline’s search for a postcolonial future. Universidade de São Paulo. Museu de Arqueologia e Etnologia2020-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.usp.br/revmae/article/view/16359710.11606/issn.2448-1750.revmae.2020.163597Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; Núm. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; No 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; No. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; n. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-472448-17500103-9709reponame:Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597/164226Copyright (c) 2020 Chip Colwell, Rafael de Almeida Lopesinfo:eu-repo/semantics/openAccessColwell, ChipLopes, Rafael de Almeida2023-09-11T14:17:50Zoai:revistas.usp.br:article/163597Revistahttps://www.revistas.usp.br/revmae/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/revmae/oairevmae@usp.br | rosademiranda@usp.brdoi.org/10.11606/issn.2448-17502448-17500103-9709opendoar:2023-09-11T14:17:50Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Arqueologia colaborativa não é o fim
Collaborative Archaeology is not the end
title Arqueologia colaborativa não é o fim
spellingShingle Arqueologia colaborativa não é o fim
Colwell, Chip
Collaboration
equality
scientific method
colaboração
igualdade
método científico
title_short Arqueologia colaborativa não é o fim
title_full Arqueologia colaborativa não é o fim
title_fullStr Arqueologia colaborativa não é o fim
title_full_unstemmed Arqueologia colaborativa não é o fim
title_sort Arqueologia colaborativa não é o fim
author Colwell, Chip
author_facet Colwell, Chip
Lopes, Rafael de Almeida
author_role author
author2 Lopes, Rafael de Almeida
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Colwell, Chip
Lopes, Rafael de Almeida
dc.subject.por.fl_str_mv Collaboration
equality
scientific method
colaboração
igualdade
método científico
topic Collaboration
equality
scientific method
colaboração
igualdade
método científico
description Há mais de um século atrás a arqueologia científica estava presa nas teias do colonialismo. Ao redor do globo, nações extraiam recursos culturais de locais distantes – mais frequentemente em comunidades indígenas – para tecer histórias, construir museus, e arrecadar prestígio e poder para acadêmicos e suas instituições. Nos anos setenta, ativistas indígenas e seus aliados começaram a criticar esse modelo e a propor alternativas que empoderavam comunidades locais para controlar seu próprio patrimônio. Uma das ideias mais importantes desse movimento foi a de arqueologia colaborativa, que defende um compartilhamento equiparado do passado entre cientistas e membros das comunidades. A colaboração gerou novas possibilidades radicais para a arqueologia. Entretanto, chegamos a um momento importante, no qual temos que considerar como a colaboração corre o risco de reforçar estruturas de poder colonialistas, quando é praticada como um meio e não como um fim. Colaboração em arqueologia não é uma solução para o colonialismo, mas uma ferramenta que comunidades e acadêmicos podem usar para concretizar a busca da disciplina por um futuro pós-colonial.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-06-30
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597
10.11606/issn.2448-1750.revmae.2020.163597
url https://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597
identifier_str_mv 10.11606/issn.2448-1750.revmae.2020.163597
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.usp.br/revmae/article/view/163597/164226
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 Chip Colwell, Rafael de Almeida Lopes
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 Chip Colwell, Rafael de Almeida Lopes
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Museu de Arqueologia e Etnologia
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Museu de Arqueologia e Etnologia
dc.source.none.fl_str_mv Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; Núm. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; No 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; No. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia; n. 34 (2020): Dossiê VI Semana Internacional de Arqueologia Discentes; 41-47
2448-1750
0103-9709
reponame:Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)
collection Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revmae@usp.br | rosademiranda@usp.br
_version_ 1840538972350054400