Modelos prognósticos para predizer desfechos clínicos de pessoas com dor lombar submetidos a tratamentos conservadores: uma revisão sistemática

• Autor(a) principal: VIDAL, Rubens Vinicius Caversan
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNOESTE
• Texto Completo: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1635
• topic: dor lombar; modelos de predição; prognóstico; low back pain; prediction models; prognosis research; CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA

Introdução: Um dos maiores contribuintes para o impacto da dor lombar nos sistemas de saúde é a quantidade de pessoas que recebem cuidados de baixo valor. Isto também inclui aqueles que apresentam resultados pobres de tratamento porque estes podem procurar tratamentos alternativos e, consequentemente, aumentar os custos relacionados com a dor lombar. Os modelos de prognóstico podem ajudar a identificar as pessoas que apresentam resultados insatisfatórios ou bem-sucedidos após receberem um tratamento. Objetivo: Identificar e avaliar criticamente as evidências em torno dos modelos prognósticos disponíveis para prever desfechos clínicos de saúde bem-sucedidos/ insatisfatórios em pessoas com dores lombares que recebem tratamento conservador. Métodos: Esta revisão foi registrada prospectivamente no PROSPERO. Pesquisas bibliográficas foram realizadas em três bases de dados eletrônicas desde o seu início. Critérios de inclusão: estudos que investigaram as afecções lombares, dores nas costas e dores irradiadas nas pernas; pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que receberam tratamento conservador; estudos desenvolvendo e/ou validando modelos prognósticos; desenhos de estudo que conduziram o acompanhamento da população, tais como estudos de coorte prospectivos, ensaios controlados aleatórios ou estudos baseados em registos. Critérios de exclusão: estudos que investigaram fatores prognósticos individuais; estudos sem intervenção conservadora; estudos que investigaram dor lombar relacionadas à patologias graves (por exemplo: infecção, tumores, fraturas). Dois revisores independentes realizaram a seleção dos estudos, extração de dados e avaliação do risco de viés dos estudos incluídos. Os principais achados dos estudos foram descritos narrativamente e as medidas de discriminação dos modelos prognósticos foram reportados utilizando o forest plot. Resultados: Setenta e quatro estudos foram incluídos nesta revisão. A maioria dos modelos prognósticos incluíram um conjunto de preditores, incluindo variáveis sociodemográficas, características clínicas e medidas autorrelatadas. Em relação aos estudos incluídos que testaram a validade interna de modelos prognósticos que predizem a intensidade da dor, nove modelos mostraram uma capacidade discriminatória inadequada (área sob a curva (AUC) inferior a 0,7), quatro modelos que mostraram uma capacidade discriminatória adequada (ou seja, AUC entre 0,7 e 0,8), e dois modelos mostraram excelente capacidade discriminatória (ou seja, AUC> 0,8). Para a incapacidade, três modelos apresentaram capacidade discriminatória inadequada, três modelos apresentaram capacidade discriminatória adequada e um modelo apresentou excelente capacidade discriminatória. As medidas de calibração da validade interna dos modelos prognósticos preditivos da intensidade da dor e da incapacidade mostraram-se adequadas. Em relação à validade externa, apenas um modelo forneceu as medidas de discriminação e calibração. Embora as medidas de calibração deste modelo tenham se mostrado adequadas, a medida de discriminação foi inadequada. Conclusão: Vários modelos foram desenvolvidos para predizer a dor e a incapacidade de pessoas com distúrbios lombares em tratamento conservador. No entanto, apenas alguns foram validados externamente e estudos futuros deverão concentrar-se em testá-los antes da implementação na prática clínica.