Diabetes mellitus tipo 2, cuidado de si e cotidiano na pandemia Covid-19

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Main Author: Giovanoni, Laura Naggiar
Publication Date: 2022
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da UNESP
Download full: http://hdl.handle.net/11449/243031
Summary: Os primeiros estudos epidemiológicos sobre a Covid-19 identificaram pessoas com maior risco de desenvolvimento de casos graves e óbito pela doença. Os olhares se voltaram para idosos, imunossuprimidos, e para aqueles que convivem com condições crônicas, identificados como “grupos de risco”. Dentre tais grupos, figuram aqueles que convivem com o diabetes mellitus tipo 2, condição que atualmente é de alta prevalência no Brasil e no mundo. O controle dos índices glicêmicos foi apontado como uma das principais formas de proteção contra o desenvolvimento de formas graves da nova doença. Para o controle de tal condição, aqueles que com ela convivem realizam o “cuidado de si” que envolve o uso de medicamentos, aplicação de insulina, medição da glicemia, adoção de dieta, que por sua vez, encontram barreiras para serem realizados. Tais barreiras são identificadas como “campos problemáticos”. A presente pesquisa buscou compreender as formas pelas quais os campos problemáticos foram atualizados a partir do início da pandemia, que trouxe outras preocupações e constrangimentos para a realização do cuidado de si, bem como, as práticas adotadas para lidar com tais dificuldades. Trata-se pesquisa etnográfica, em que por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas por telefone, foram analisadas as perspectivas de pessoas com diabetes tipo 2, sobre a experiência de cuidado de si, durante a pandemia de Covid-19. Surgiram nas análises dimensões da vida cotidiana, tais como a família, o acesso a informações, o uso de serviços, a gestão da vida com uma condição crônica, dentre outras. O estudo dá voz aos interlocutores sobre o tema de sua perspectiva e de como o vivenciaram. Questões relacionadas à solidão, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, cuidado com o outro, política e religião nos remetem às dimensões individuais e sociais da pandemia, que marcaram a todos e a cada um, suscitando debates e reflexões acerca das medidas de contenção da disseminação do coronavírus adotadas, ou negadas, pelas autoridades sanitárias, e as formas como as orientações repercutiram na vida dos interlocutores. A partir do conceito de vulnerabilidade e suas dimensões buscou-se desnaturalizar o uso de categorias como "grupo de risco", que descoladas de uma totalidade compreensiva pouco colaboram para a compreensão das dimensões sociais e da complexidade de fenômenos como a pandemia de Covid-19.
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Para o controle de tal condição, aqueles que com ela convivem realizam o “cuidado de si” que envolve o uso de medicamentos, aplicação de insulina, medição da glicemia, adoção de dieta, que por sua vez, encontram barreiras para serem realizados. Tais barreiras são identificadas como “campos problemáticos”. A presente pesquisa buscou compreender as formas pelas quais os campos problemáticos foram atualizados a partir do início da pandemia, que trouxe outras preocupações e constrangimentos para a realização do cuidado de si, bem como, as práticas adotadas para lidar com tais dificuldades. Trata-se pesquisa etnográfica, em que por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas por telefone, foram analisadas as perspectivas de pessoas com diabetes tipo 2, sobre a experiência de cuidado de si, durante a pandemia de Covid-19. Surgiram nas análises dimensões da vida cotidiana, tais como a família, o acesso a informações, o uso de serviços, a gestão da vida com uma condição crônica, dentre outras. O estudo dá voz aos interlocutores sobre o tema de sua perspectiva e de como o vivenciaram. Questões relacionadas à solidão, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, cuidado com o outro, política e religião nos remetem às dimensões individuais e sociais da pandemia, que marcaram a todos e a cada um, suscitando debates e reflexões acerca das medidas de contenção da disseminação do coronavírus adotadas, ou negadas, pelas autoridades sanitárias, e as formas como as orientações repercutiram na vida dos interlocutores. A partir do conceito de vulnerabilidade e suas dimensões buscou-se desnaturalizar o uso de categorias como "grupo de risco", que descoladas de uma totalidade compreensiva pouco colaboram para a compreensão das dimensões sociais e da complexidade de fenômenos como a pandemia de Covid-19.The first epidemiological studies on Covid-19 identified people at greater risk of developing severe cases and death from the disease. The eyes turned to the elderly, immunosuppresed, and those living with chronic conditions, identified as “risk groups”. Among such groups, there are those who live with type 2 diabetes mellitus, a condition that is currently highly prevalente in Brazil and worldwide. The control of glycemic indexes was identified as one of the main forms of protection against the development of severe forms of the new disease. To control this condition, those who lived with it perform “self-care”, which involves the use of medication, insulin application, blood glucose measurement, diet adoption, which it turn, find barriers to be carried out. Such barriers are identified as “problem fields”. The present research sought to understand the ways in which the problematic fields were updated from the beginning of the pandemic, which brought other concerns and constraints to the realization of self-care, as well as the practices adopted to deal with such difficulties. This is an etnographic research, in which through semi-structured interviews carried out by telefone, the perspectives of people with type 2 diabetes were analyzed about the experience of caring for themselves during the Covid-19 pandemic. Dimensions of everyday life emerged in the analysis, such as the Family, access to information, use of services, management of life with a chronic condition, among others. The study gives voice to the interlocutors on the subject from their perspective and how they experienced it. Issues related to loneliness, difficulty in accessing health services, caring for others, politics and religion remind us of the individual and social dimensions of the pandemic, which have marked each and every one, raising debates and reflections on measures adopted to contain the disease spread, or measures denied by the health authorities, and the ways in which the guidelines had an impact on the lives of the interlocutors. Based on the concept of vulnerability and its dimensions, we sought to denaturalize the use of categories such as “risk group” which apart from a comprehensive totality, do little to help the uderstanding of social dimensions and the complexity of phenomena such as the Covid-19 pandemic.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Cyrino, Antonio de Pádua Pithon [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Giovanoni, Laura Naggiar2023-04-19T11:38:56Z2023-04-19T11:38:56Z2022-10-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/24303133004064078P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-04T13:10:03Zoai:repositorio.unesp.br:11449/243031Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-04T13:10:03Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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