Benefícios topográficos do Crosslinking no Ceratocone

• Autor(a) principal: Ferraris, Amanda Liberatore
• Data de Publicação: 2021
• Outros Autores: Nagazava, Fernanda Akemi, Vale, Mariana Miyazaki Solano, Fontanella, Mateus Gomes
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/3841
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA; Crosslinking; Ceratocone; Topografia; Doenças da córnea

O ceratocone é uma doença caracterizada pelo abaulamento progressivo e pelo afinamento da córnea, levando a perda de acuidade visual (AC) e ao astigmatismo irregular. Sua importância é embasada principalmente no fato de ser a principal causa de transplantes de córnea no Brasil. Não há terapêuticas disponíveis que assegurem a cura, entretanto, existem métodos capazes de impedir a progressão, sendo o Crosslinking (CXL) – procedimento realizado com luz ultravioleta A (UVA) e riboflavina – a terapêutica mais recente nesse ramo. O nosso estudo envolveu uma análise retrospectiva de 280 olhos submetidos a CXL, com medidas de topografia corneana e astigmatismo topográfico, assim como das variáveis alergia, blefarite, e uso de lentes de contato previamente ao CXL. Foram analisados pré-operatório, pós-operatório 1 (1-182 dias), pós-operatório 2 (183-364 dias), pós-operatório 3 (365-546 dias) e pós-operatório 4 (maior ou igual a 547 dias). A idade média de realização do procedimento foi de 18,8 anos ± 4,4 anos, e quando comparados grupos de idade acima e abaixo de 18 anos, não houve diferença significativa na estabilização da doença. O sexo masculino obteve uma proporção de 2:1 quando comparado com o sexo feminino (p <0,0001). Além disso, o sexo masculino demonstrou maiores valores de Kmáx no pré-operatório (p=0,0091), assim como maior estabilização no pós-operatório 3 (p= 0,028). Constatou-se que pessoas alérgicas são mais jovens ao realizar o CXL (alérgicos: 18,2 anos ± 4,16 vs. não alérgicos: 19,5 anos ± 4,55; p = 0,0039). A presença de blefarite e o uso de lentes de contato prévio ao CXL não influenciaram no resultado do procedimento. O astigmatismo topográfico, embora sem significância estatística, apresentou redução especialmente no pós-operatório 3. As variáveis K1, K2 e Kmáx obtiveram redução significativa dos valores topográficos em momentos distintos de pós-operatório. Dessa forma, concluiu-se que o Crosslinking é um procedimento estatisticamente eficaz e seguro na melhora topográfica do ceratocone.