Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2018 |
Other Authors: | , |
Format: | Conference object |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UnB |
Download full: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/34229 |
Summary: | O trabalho busca decodificar o sistema espacial da favela, enquanto entidade auto-organizada e espontânea, por meio do estudo comparativo com estruturas orgânicas. O propósito é discutir as favelas e seus processos espontâneos em áreas urbanas contemporâneas como similares a outros assentamentos auto-organizados, de modo a responder à seguinte questão de pesquisa: em que medida a favela reproduz padrões espaciais inerentes à cidade orgânica e historicamente consolidados? Entendidas frequentemente como frações segregadas e desorganizadas, as favelas tendem a permanecer interpretadas em seus problemas e suas carências, sem que sua espacialidade seja compreendida durante o processo de atuação ou desenvolvimento urbano. A Teoria da Lógica Social do Espaço é adotada enquanto abordagem teórica, metodológica e ferramental, permitindo a leitura do objeto em sua complexidade espacial. São comparados 120 assentamentos localizados ao redor do mundo, explorados segundo um conjunto de 26 variáveis configuracionais (entre qualitativas e quantitativas, geométricas e topológicas) com uma amostra de 45 cidades portuguesas de origem medieval (exemplares da cidade orgânica). Os achados revelam que a favela busca, na medida do possível, organizar-se dentro do sistema maior que a recebe, buscando conexões com a envolvente direta além de se estruturar internamente. A leitura configuracional aponta que emergem de suas relações espaciais padrões comuns aos que estruturam cidades orgânicas, distinguindo-se essencialmente em sua densidade extrema e grau de consolidação, apesar de revelarem boa estruturação global. Suas dinâmicas internas se comportam de modo aproximado a sistemas urbanos completos e consolidados, partilhando lógicas comuns e transversais a regiões do mundo e culturas distintas, o que reforça a sua auto-organização como potenciadora de qualidade espacial e característica essencial a seu desenvolvimento. Acredita-se que a sua configuração revela padrões espaciais provenientes das suas práticas de auto-organização, que são responsáveis por dinâmicas urbanas de sucesso. A espontaneidade inerente, frequentemente subvalorizada pela sua sintaxe de difícil apreensão, revela-se um processo urbano catalisador de qualidade espacial a partir do momento em que sua complexidade é entendida e decodificada. |
id |
UNB_da559d83c5bd638b97acb5779787dcca |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unb.br:10482/34229 |
network_acronym_str |
UNB |
network_name_str |
Repositório Institucional da UnB |
repository_id_str |
|
spelling |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbanaFavelasConfiguração urbanaPadrões socioespaciaisOcupações urbanasO trabalho busca decodificar o sistema espacial da favela, enquanto entidade auto-organizada e espontânea, por meio do estudo comparativo com estruturas orgânicas. O propósito é discutir as favelas e seus processos espontâneos em áreas urbanas contemporâneas como similares a outros assentamentos auto-organizados, de modo a responder à seguinte questão de pesquisa: em que medida a favela reproduz padrões espaciais inerentes à cidade orgânica e historicamente consolidados? Entendidas frequentemente como frações segregadas e desorganizadas, as favelas tendem a permanecer interpretadas em seus problemas e suas carências, sem que sua espacialidade seja compreendida durante o processo de atuação ou desenvolvimento urbano. A Teoria da Lógica Social do Espaço é adotada enquanto abordagem teórica, metodológica e ferramental, permitindo a leitura do objeto em sua complexidade espacial. São comparados 120 assentamentos localizados ao redor do mundo, explorados segundo um conjunto de 26 variáveis configuracionais (entre qualitativas e quantitativas, geométricas e topológicas) com uma amostra de 45 cidades portuguesas de origem medieval (exemplares da cidade orgânica). Os achados revelam que a favela busca, na medida do possível, organizar-se dentro do sistema maior que a recebe, buscando conexões com a envolvente direta além de se estruturar internamente. A leitura configuracional aponta que emergem de suas relações espaciais padrões comuns aos que estruturam cidades orgânicas, distinguindo-se essencialmente em sua densidade extrema e grau de consolidação, apesar de revelarem boa estruturação global. Suas dinâmicas internas se comportam de modo aproximado a sistemas urbanos completos e consolidados, partilhando lógicas comuns e transversais a regiões do mundo e culturas distintas, o que reforça a sua auto-organização como potenciadora de qualidade espacial e característica essencial a seu desenvolvimento. Acredita-se que a sua configuração revela padrões espaciais provenientes das suas práticas de auto-organização, que são responsáveis por dinâmicas urbanas de sucesso. A espontaneidade inerente, frequentemente subvalorizada pela sua sintaxe de difícil apreensão, revela-se um processo urbano catalisador de qualidade espacial a partir do momento em que sua complexidade é entendida e decodificada.Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)Departamento de Teoria e História (FAU THA)Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto2019-03-28T13:22:17Z2019-03-28T13:22:17Z2018-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectapplication/pdfLOUREIRO, Vânia Raquel Teles; MEDEIROS, Valério Augusto Soares de; GUERREIRO, Maria Rosália. Uma leitura socioespacial da favela: padrões urbanos orgânicos e configuração urbana. In: PNUM 2018 - CONFERÊNCIA DA REDE LUSÓFONA DE MORFOLOGIA URBANA, 7., 2018, Porto. Atas [...]. Porto: Universidade do Porto, 2018.http://repositorio.unb.br/handle/10482/34229Autorização concedida ao Repositório Institucional da Universidade de Brasília (RIUnB) pela Professora Vânia Raquel Teles Loureiro, em 26 de março de 2019, para disponibilizar o trabalho, gratuitamente, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da obra.info:eu-repo/semantics/openAccessLoureiro, Vânia Raquel TelesMedeiros, Valério Augusto Soares deGuerreiro, Maria Rosáliaporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-12-11T16:24:48Zoai:repositorio.unb.br:10482/34229Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-12-11T16:24:48Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
title |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
spellingShingle |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana Loureiro, Vânia Raquel Teles Favelas Configuração urbana Padrões socioespaciais Ocupações urbanas |
title_short |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
title_full |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
title_fullStr |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
title_full_unstemmed |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
title_sort |
Uma leitura socioespacial da favela : padrões urbanos orgânicos e configuração urbana |
author |
Loureiro, Vânia Raquel Teles |
author_facet |
Loureiro, Vânia Raquel Teles Medeiros, Valério Augusto Soares de Guerreiro, Maria Rosália |
author_role |
author |
author2 |
Medeiros, Valério Augusto Soares de Guerreiro, Maria Rosália |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Loureiro, Vânia Raquel Teles Medeiros, Valério Augusto Soares de Guerreiro, Maria Rosália |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Favelas Configuração urbana Padrões socioespaciais Ocupações urbanas |
topic |
Favelas Configuração urbana Padrões socioespaciais Ocupações urbanas |
description |
O trabalho busca decodificar o sistema espacial da favela, enquanto entidade auto-organizada e espontânea, por meio do estudo comparativo com estruturas orgânicas. O propósito é discutir as favelas e seus processos espontâneos em áreas urbanas contemporâneas como similares a outros assentamentos auto-organizados, de modo a responder à seguinte questão de pesquisa: em que medida a favela reproduz padrões espaciais inerentes à cidade orgânica e historicamente consolidados? Entendidas frequentemente como frações segregadas e desorganizadas, as favelas tendem a permanecer interpretadas em seus problemas e suas carências, sem que sua espacialidade seja compreendida durante o processo de atuação ou desenvolvimento urbano. A Teoria da Lógica Social do Espaço é adotada enquanto abordagem teórica, metodológica e ferramental, permitindo a leitura do objeto em sua complexidade espacial. São comparados 120 assentamentos localizados ao redor do mundo, explorados segundo um conjunto de 26 variáveis configuracionais (entre qualitativas e quantitativas, geométricas e topológicas) com uma amostra de 45 cidades portuguesas de origem medieval (exemplares da cidade orgânica). Os achados revelam que a favela busca, na medida do possível, organizar-se dentro do sistema maior que a recebe, buscando conexões com a envolvente direta além de se estruturar internamente. A leitura configuracional aponta que emergem de suas relações espaciais padrões comuns aos que estruturam cidades orgânicas, distinguindo-se essencialmente em sua densidade extrema e grau de consolidação, apesar de revelarem boa estruturação global. Suas dinâmicas internas se comportam de modo aproximado a sistemas urbanos completos e consolidados, partilhando lógicas comuns e transversais a regiões do mundo e culturas distintas, o que reforça a sua auto-organização como potenciadora de qualidade espacial e característica essencial a seu desenvolvimento. Acredita-se que a sua configuração revela padrões espaciais provenientes das suas práticas de auto-organização, que são responsáveis por dinâmicas urbanas de sucesso. A espontaneidade inerente, frequentemente subvalorizada pela sua sintaxe de difícil apreensão, revela-se um processo urbano catalisador de qualidade espacial a partir do momento em que sua complexidade é entendida e decodificada. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-07 2019-03-28T13:22:17Z 2019-03-28T13:22:17Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/conferenceObject |
format |
conferenceObject |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
LOUREIRO, Vânia Raquel Teles; MEDEIROS, Valério Augusto Soares de; GUERREIRO, Maria Rosália. Uma leitura socioespacial da favela: padrões urbanos orgânicos e configuração urbana. In: PNUM 2018 - CONFERÊNCIA DA REDE LUSÓFONA DE MORFOLOGIA URBANA, 7., 2018, Porto. Atas [...]. Porto: Universidade do Porto, 2018. http://repositorio.unb.br/handle/10482/34229 |
identifier_str_mv |
LOUREIRO, Vânia Raquel Teles; MEDEIROS, Valério Augusto Soares de; GUERREIRO, Maria Rosália. Uma leitura socioespacial da favela: padrões urbanos orgânicos e configuração urbana. In: PNUM 2018 - CONFERÊNCIA DA REDE LUSÓFONA DE MORFOLOGIA URBANA, 7., 2018, Porto. Atas [...]. Porto: Universidade do Porto, 2018. |
url |
http://repositorio.unb.br/handle/10482/34229 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto |
publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UnB instname:Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
instname_str |
Universidade de Brasília (UnB) |
instacron_str |
UNB |
institution |
UNB |
reponame_str |
Repositório Institucional da UnB |
collection |
Repositório Institucional da UnB |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio@unb.br |
_version_ |
1839083150329774080 |