Devastação: um impasse na transmissão do desejo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Letícia Rodrigues
Data de Publicação: 2021
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal de São João del Rei (RI-UFSJ)
Texto Completo: https://repositorio.ufsj.edu.br/handle/123456789/608
Resumo: A genialidade de Freud é a de ter notado que a anatomia dos sexos não era o que verdadeiramente importava. Não se trata de apreender a diferença entre órgãos e cromossomos, isto é, a realidade do sexo nada tem a ver com o real do órgão anatômico, pois como constata Lacan (1973/2003), pela função que lhe advém do discurso, o sexo tornou-se um significante. No entanto, o único sexo representado no inconsciente, é o que se relaciona ao masculino, ao falo. Dito de outro modo, só existe um sexo, o falo e duas maneiras de manifestação: presença ou ausência. Assim, se não há sexo feminino declarado, a feminilidade não pode ser considerada como um ser, mas como um se tornar. É a partir disso que o fenômeno da devastação pode ocorrer, pois na busca de um significante que dê contorno ao seu ser mulher, a menina se depara com as exigências da sociedade tradicional e com a mãe e seu desejo enigmático, que não lhe conferem significante algum. O objetivo dessa pesquisa então é, a partir dos impasses freudianos a respeito da constituição do ser feminino, chegar à teorização de Lacan, que foi capaz de avançar e reformular o conceito de sexualidade, apostando na sexuação e nos modos de gozo dos sujeitos e responder sobre o que se trata a devastação, utilizando os casos de Dora e da jovem homossexual e, contemporâneo ao nosso tempo, o de Ângela Diniz.
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