Avaliação da frequência de conversão para cirurgia convencional de colecistectomias laparoscópicas de urgência realizadas no período diurno e noturno em um hospital terciário universitário

• Autor(a) principal: Gonçalves, Luana Bitencourt
• Data de Publicação: 2025
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/289204
• topic: Colecistite aguda; Colecistectomia laparoscópica; Complicações intraoperatórias; Complicações pós-operatórias; Acute cholecystitis; Laparoscopic cholecystectomy; Intraoperative complications; Postoperative complications

Introdução: A colecistite aguda é uma doença prevalente no Ocidente e que representa significativo impacto socioeconômico, sendo a colecistectomia videolaparoscópica o tratamento padrão desta condição. Embora alguns estudos mencionem potenciais complicações em procedimentos noturnos, a literatura apresenta resultados conflitantes. Este estudo teve como objetivo avaliar a taxa de conversão para cirurgia aberta e as complicações pós-operatórias em pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica para colecistite aguda, comparando os períodos noturno e diurno. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva com 269 pacientes atendidos em um hospital terciário universitário, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2023. Os dados foram coletados por meio de query anonimizada, permitindo uma análise da taxa de conversão para cirurgia aberta e das complicações pós-operatórias, através do CCI calculator. Também foram comparadas as intercorrências intraoperatórias e as características cirúrgico-patológicas dos pacientes operados à noite e durante o dia. Resultados: Os resultados mostraram que apenas 7 pacientes necessitam de conversão para cirurgia convencional, sem diferença significativa entre os períodos noturno e diurno. Quanto às complicações pós-operatórias, 25,3% dos pacientes apresentaram alguma complicação, mas novamente não houve diferença estatística relevante entre os dois períodos. O tempo médio entre a admissão hospitalar e a realização da cirurgia foi significativamente menor no período noturno (26,8 horas) em comparação ao diurno (34,2 horas), com diferença estatisticamente significativa (p=0,01). Contudo, a média do tempo de internação foi semelhante entre os grupos: 4,71 dias no período noturno contra 5,57 dias no período diurno (p=0,66). Conclusão: A realização de colecistectomia videolaparoscópica no período noturno não está associada a uma maior taxa de conversão para cirurgia aberta, e as taxas de complicações intra e pós-operatórias foram semelhantes entre os dois períodos. Apesar de um tempo mais curto entre a admissão e a cirurgia no período noturno, não houve impacto significativo no tempo total de internação, sugerindo que o momento da operação não influenciou negativamente os desfechos clínicos.