Avaliação cognitiva no pós-operatório neurocirúrgico e endovascular da hemorragia subaracnoidea aneurismática
Main Author: | |
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Publication Date: | 2014 |
Format: | Doctoral thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UFPE |
Download full: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12629 |
Summary: | As evidências parecem sustentar a hipótese de que transtornos cognitivos podem se manifestar tardiamente pós-tratamento da hemorragia subaracnoidea aneurismática e manter relação com a gravidade da mesma. O objetivo foi avaliar as funções cognitivas de pacientes no período pós-operatório tardio da hemorragia subaracnoidea secundária à ruptura de aneurisma intracerebral, submetidos a tratamento cirúrgico ou endovascular. Estudo descritivo, observacional, transversal, de intervenção, com comparação de grupos, e amostragem intencional, incluiu 102 pacientes com idade mínima de 14 anos, independente de gênero, raça e escolaridade, entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, excluídos aqueles com alterações neurológicas que comprometessem os testes cognitivos. Os instrumentos de coleta buscaram: caracterização dos pacientes, avaliar funcionalidades e atividades de vida diária e instrumental (mini-exame do estado mental índice de Barthel, escala de atividades instrumentais de vida diária, escala de lateralidade manual, escala clínica de demência e escala hospitalar de ansiedade e depressão), memória (verbal com bateria CERAD, reconhecimento de figuras, dígitos diretos e indiretos, lógica da bateria Wechsler), linguagem (testes de fluência para frutas e animais, Boston e Token), funções executivas (testes de cinco pontos, figura de Rey-Osterrieth, desenho do relógio), praxia (teste de imitação de Luria, gestos simples e complexos), atenção concentrada e gnosia para cor. Empegou-se o programa Statistical Package for Social Sciences, versão 20.0. com os testes Qui-Quadrado de Pearson ou exato de Fisher e teste de Wilcoxon, com nível de significância de 0,05 para análise de variáveis. Os pacientes mais frequentes eram do sexo feminino (86; 84,3%), escolaridade de um a quatro anos (36; 35,3%) e destromanos (98; 96,1%), com média de idade de 51±1 anos. Após a hemorragia subaracnoidea aneurismática, 86,3% não puderam exercer ocupações idênticas às anteriores à hemorragia, necessitando de supervisão em atividades laborais. Nas hemorragias predominaram grau I ou II da escala de Hunt & Hess, (69; 67,6%) e grau 3 ou 4 da escala de Fisher (58; 56,8%), aneurisma em circulação anterior (91; 89,2%), mais frequentemente em artéria carótida interna (46; 50,5%). Identificou-se disfunção cognitiva em todos os pacientes, independente do tipo de tratamento instituído, sem influência da gravidade do quadro clínico, mas com associação significante entre o número de domínios comprometidos e graduação da hemorragia. Todos os pacientes apresentavam no mínimo dois domínios comprometidos e 97,0%, três ou mais domínios, com relação significante com mini-exame do estado mental e a escala clínica de demência. Não houve diferenças significantes das avaliações cognitivas nos aneurismas em circulação anterior, segundo tipo de tratamento instituído. Identificou-se disfunção cognitiva em todos os pacientes acometidos por hemorragia subaracnoidea aneurismática, no pós-operatório tardio, independente do tipo de tratamento, sem influência da gravidade do quadro clínico, avaliado pela escala de Hunt & Hess, antecedendo a terapêutica microcirúrgica ou endovascular, porém o número de domínios cognitivos alterados manteve relação significante com graduação da hemorragia, avaliada pela escala de Fisher. A localização do sítio do aneurisma não exerceu influência na expressividade dos déficits cognitivos, como também não houve significância na duração do tempo pós-operatório tardio da hemorragia subaracnoidea aneurismática. |
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