As microconstruções conectoras de acréscimo ‘além de que’ e ‘além que’ no português: um estudo funcional centrado no uso
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Publication Date: | 2025 |
Format: | Doctoral thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Download full: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/38257 |
Summary: | A partir, especialmente, dos resultados obtidos sobre o conector de extensão além de (Rosário e Santos 2020; 2022), esta dissertação investiga as microconstruções conectoras de acréscimo além de que e além que. Os três conectores (além de, além de que e além que) encabeçam orações hipotáticas, nos termos de Halliday (2004). Contudo, além de que e além que apresentam diferenças significativas em relação ao que foi observado nas orações introduzidas pelo conector além de, o qual introduz apenas verbos no infinitivo. Mapeamos dados com além de que e além que diante de verbos flexionados e não finitos, o que nos permitiu postular as seguintes microconstruções conectoras: [Além de que Vinf]conect, [Além de que Vflex]conect, [Além que Vinf]conect e [Além que Vflex]conect. Enquanto as hipotáticas introduzidas por além de variam entre anteposição e posposição, essas microconstruções aparecem, no geral, em orações hipotáticas pospostas apenas, inclusive desgarradas (Decat, 1993; Rodrigues, 2021). Além disso, assumimos que esses conectores surgem na língua para expandir as redes [X que]conect (Arena, 2015) e [X de]conect (Rosário, 2022), por meio do acréscimo de outros conectores aditivos. Para tais análises, tomamos como base teórico- metodológica a Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), consoante, sobretudo, Traugott e Trousdale (2013), Rosário e Oliveira (2016) e Bybee (2016). Para embasar as nossas hipóteses e análises, tomamos como referência Rosário e Lopes (2019;2023), que apresentam o modelo de construcionalidade, por meio do qual é possível investigar a mudança de um item linguístico a partir da sincronia.Simultaneamente, para análise das ocorrências, dispomos das considerações de Chafe (1984), Decat (1993; 2009) e Lehmann (1988), que tratam, amplamente, da articulação de orações do chamado período composto. Quanto aos procedimentos metodológicos, optamos por análise sincrônica de dimensão qualiquantitativa. Nessa lógica, coletamos dados do Corpus do Português, interfaces Web Dialetos e NOW. Desse trabalho, investigamos 147 dados no total, distribuídos entre ocorrências de além de que e além que como consubstanciadores de verbos flexionados e não finitos. Os resultados demonstraram que, além de denotarem função acrescentativa, a maioria dos tokens se apresenta em posposição. Aventamos, desse modo, que esses conectores surgem para licenciar novos contextos de adição, propiciando ao discurso novos mecanismos linguísticos para acrescer informações. |
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