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O Devir-rio: Reflexões sobre o vazio em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

Bibliographic Details
Main Author: Duarte, Roberta de Araújo Lantyer
Publication Date: 2019
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da UFBA
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Summary: Essa dissertação reflete o sobre desenho subjetivo da personagem Ponciá Vicêncio analisando a sua emocionalidade a partir da noção de uma “sensação de vazio”, descrita no romance de mesmo nome, escrito por Conceição Evaristo e publicado em 2003. A análise parte do vazio como sofrimento psíquico, como dor; mas também como “(re)existência” (SOUZA, A. 2009). O texto navega entre a constituição do Eu ou (como preferimos chamar) o traçar “riografias” (NATÁLIA, 2017) identitárias da personagem, pensando principalmente suas experiências na infância, sua identificação com seu avô e sua mãe e a importância da ancestralidade nesse processo que está sempre em movimento; segue para reflexões acerca dos processos diaspóricos da personagem (que identificamos como sendo três) e como eles afetam a sua emocionalidade e contribuem para o aumento das sensações de vazio da personagem; e, por fim, mas buscando manter o movimento fluido e ininterrupto que a obra de Evaristo suscita, essa dissertação toma o “vazio” como sofrimento psíquico e como (re)existência - principalmente a partir da noção de “banzo” (NUNES, 2008) – e defende que esse “vazio”, repleto de “força vital” (OLIVEIRA, 2005) dá origem ao devir-rio de Ponciá. Para discutir a constituição do Eu de Ponciá Vicêncio, assim como os efeitos do racismo e machismo na sua constituição psíquica, a psicanálise foi fundamental. Contudo, estaremos para além de Freud já que o sujeito da psicanálise freudiana se pretende universal e a universalidade branca da razão ocidental não alcança a subjetividade de mulheres negras. A psicanálise será acessada principalmente a partir de Virgínia Bicudo (2010), Neuza Souza (1983) e Isildinha Nogueira (2017) – psicanalistas negras que subverteram o sujeito da psicanálise, pensando a subjetividade de pessoas negras. Franz Fanon (2008) também será essencial à análise aqui pretendida. Além disso, tecemos “costuras” psicanalíticas, feministas e pós-coloniais para entender como Ponciá Vicêncio (re)existe ao e no vazio. Afinal, ao fim da narrativa ela está em “puro devir” (DELEUZE, 2015), torna-se devir-rio. O retorno de Ponciá Vicêncio ao rio, aos seus e à ancestralidade, nos dá pistas acerca das possibilidades de cura para os sofrimentos psíquicos da população negra (efeitos do racismo), assim como da criação mundo por vir; um mundo de plena humanidade.
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O texto navega entre a constituição do Eu ou (como preferimos chamar) o traçar “riografias” (NATÁLIA, 2017) identitárias da personagem, pensando principalmente suas experiências na infância, sua identificação com seu avô e sua mãe e a importância da ancestralidade nesse processo que está sempre em movimento; segue para reflexões acerca dos processos diaspóricos da personagem (que identificamos como sendo três) e como eles afetam a sua emocionalidade e contribuem para o aumento das sensações de vazio da personagem; e, por fim, mas buscando manter o movimento fluido e ininterrupto que a obra de Evaristo suscita, essa dissertação toma o “vazio” como sofrimento psíquico e como (re)existência - principalmente a partir da noção de “banzo” (NUNES, 2008) – e defende que esse “vazio”, repleto de “força vital” (OLIVEIRA, 2005) dá origem ao devir-rio de Ponciá. Para discutir a constituição do Eu de Ponciá Vicêncio, assim como os efeitos do racismo e machismo na sua constituição psíquica, a psicanálise foi fundamental. Contudo, estaremos para além de Freud já que o sujeito da psicanálise freudiana se pretende universal e a universalidade branca da razão ocidental não alcança a subjetividade de mulheres negras. A psicanálise será acessada principalmente a partir de Virgínia Bicudo (2010), Neuza Souza (1983) e Isildinha Nogueira (2017) – psicanalistas negras que subverteram o sujeito da psicanálise, pensando a subjetividade de pessoas negras. Franz Fanon (2008) também será essencial à análise aqui pretendida. Além disso, tecemos “costuras” psicanalíticas, feministas e pós-coloniais para entender como Ponciá Vicêncio (re)existe ao e no vazio. Afinal, ao fim da narrativa ela está em “puro devir” (DELEUZE, 2015), torna-se devir-rio. O retorno de Ponciá Vicêncio ao rio, aos seus e à ancestralidade, nos dá pistas acerca das possibilidades de cura para os sofrimentos psíquicos da população negra (efeitos do racismo), assim como da criação mundo por vir; um mundo de plena humanidade.This dissertation reflects on the subjective drawing of the character Poncia Vicencio analyzing her emotionality from the notion of a “sensation of emptiness”, described in the novel of the same name, written by Conceição Evaristo and published in 2003. The analysis starts from emptiness as psychic suffering. as pain; but also as “(re)existence” (SOUZA, A. 2009). The text navigates between the constitution of the Self or (as we prefer to call it) the character's identity “rivergraphs” (NATALIA, 2017), thinking mainly about her childhood experiences, her identification with her grandfather and mother and the importance of ancestry in this process that is always in motion; follows for reflections on the character's diasporic processes (which we have identified as three) and how they affect her emotionality and contribute to the character's increased feelings of emptiness; and finally, but seeking to keep the fluid and uninterrupted movement evoked by Evaristo's work, this dissertation takes “emptiness” as psychic suffering and as (re)existence - mainly from the notion of “banzo” (NUNES, 2008) - and argues that this “emptiness”, full of “life force” (OLIVEIRA, 2005), gives rise to Ponciá's becoming river. To discuss Ponciá Vicencio's constitution of the Self, as well as the effects of racism and chauvinismo on its psychic constitution, psychoanalysis was fundamental. However, we will be beyond Freud since the subject of Freudian psychoanalysis is intended to be universal and the white universality of Western reason does not reach the subjectivity of black women. Psychoanalysis will be accessed mainly from Virginia Bicudo (2010), Neuza Souza (1983) and Isildinha Nogueira (2017) - black psychoanalysts who subverted the subject of psychoanalysis, thinking the subjectivity of black people. Franz Fanon (2008) will also be essential to the analysis intended here. In addition, we weave psychoanalytic, feminist, and postcolonial “seams” to understand how Poncia Vicencio (re)exists in and out of the empty. After all, at the end of the narrative it is in “pure becoming” (DELEUZE, 2015), it becomes becoming river. Ponciá Vicencio's return to the river, his and his ancestry gives us clues about the possibilities of healing for the psychic sufferings of the black population (effects of racism), as well as of the creation world to come; a world of full humanity.porUniversidade Federal da BahiaPós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) UFBABrasilInstituto de LetrasConceição EvaristoPonciá VicêncioEmpty(Re)existanceBecomeCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESConceição EvaristoPonciá VicêncioVazio(Re)existênciaDevirLiteratura BrasileiraPonciá Vicêncio - Conceição EvaristoO Devir-rio: Reflexões sobre o vazio em Ponciá Vicêncio, de Conceição EvaristoMestrado Acadêmicoinfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionSantos, Lívia Maria Natália de SouzaSantos, Lívia Maria Natália de SouzaCosta, Júlia Morena Silva daNeto, João Evangelista do Nascimentohttp://lattes.cnpq.br/4962435938973826Duarte, Roberta de Araújo Lantyerinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALAta assinada.pdfAta assinada.pdfapplication/pdf338591https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/42157/1/Ata%20assinada.pdf03b455dd0a863427b252b01a3bba0b63MD51open accessVersão final.pdfVersão final.pdfapplication/pdf923135https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/42157/2/Vers%c3%a3o%20final.pdf9fcf7b1f07cdbe160a2ce2ba14583f4bMD52open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1720https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/42157/3/license.txtd9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8MD53open accessri/421572025-05-28 08:44:43.849open accessoai:repositorio.ufba.br:ri/42157TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtbykgbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlL291IGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBlL291IHbDrWRlby4KCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIGUvb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbywgcG9kZW5kbyBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTywgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPLCBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIChzKSBzZXUocykgbm9tZSAocykgb3UgbyAocykgbm9tZSAocykgZG8gKHMpIGRldGVudG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufba.br/oai/requestrepositorio@ufba.bropendoar:19322025-05-28T11:44:43Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
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