Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife

Bibliographic Details
Main Author: Hermida, Viviane Menezes
Publication Date: 2018
Format: Doctoral thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da UFBA
Download full: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34733
Summary: Esse estudo teve como objetivo compreender como os discursos e práticas da Marcha das Vadias Recife (MVR) se inserem no âmbito do feminismo brasileiro contemporâneo. Para isso, foi reconstruída a trajetória da MVR no período de 2011 a 2017, com atenção aos seus contornos locais. Foram analisadas as conexões entre corpo e política na MVR considerando tanto o modo como o corpo aparece em suas reivindicações como em seu repertório de protesto. Foi também discutida a abordagem da MVR sobre a dimensão racial, em articulação com as dimensões de gênero, sexualidade e classe. Adotando uma abordagem epistemológica feminista do conhecimento situado, foi realizado levantamento de dados disponíveis na Internet; levantamento de fotografias da MVR; inserção etnográfica, de abordagem feminista e engajada, da sétima edição da MVR (2017), incluindo processos preparatórios; entrevistas individuais e grupo de discussão com integrantes do Coletivo Marcha das Vadias Recife. Os referenciais incluíram estudos sobre trajetórias do feminismo brasileiro; os conceitos de sexagem e apropriação, elaborados no âmbito do chamado feminismo materialista francófono; aportes do pensamento feminista negro, com uso do conceito de interseccionalidade, enriquecido por abordagens históricas e perspectivas decoloniais que tratam da mútua constituição de gênero, raça, classe e sexualidade na América Latina, desde o período colonial. Os dados levantados demonstram que a Marcha das Vadias Recife faz parte de um conjunto de expressões feministas iniciado na década de 2010, marcadamente urbanas e jovens, em que a Internet desempenha papel fundamental, com forte presença pública nas ruas e nas redes sociais, organizadas por pequenos grupos que geram uma plataforma aberta à expressão individual e coletiva, sem a mediação, ao menos inicial, de organizações de referência do movimento feminista. Os dados demonstram também que a MVR está em pleno vigor, atuando a partir de um coletivo com razoável organicidade, atraindo milhares de mulheres para as marchas anuais, participando ativamente de debates públicos e estabelecendo alianças no campo feminista. Com suas pautas políticas – em que a autonomia sobre o corpo e a liberdade sexual ocupam lugar central –, e com seu repertório de protesto – no qual o corpo aparece como suporte para suas mensagens, a partir de inscrições de frases de luta em seus corpos e de performances individuais e coletivas, as integrantes da MVR questionam concepções hegemônicas sobre as mulheres, confrontando a apropriação das mulheres. A dimensão racial apresenta-se como um ponto de tensionamento para a MVR, com críticas aos limites de suas práticas e discursos para contemplar experiências de mulheres negras e de classes populares. A partir da pesquisa, ficou evidenciado o esforço das organizadoras para aprimorar a abordagem da questão racial, promovendo debates, dialogando com organizações de mulheres negras e pautando publicamente a questão, o que vem impactando a configuração do coletivo organizador, sua atuação e política de alianças.
id UFBA-2_267fda80b09f7b5616b95f769a2850bd
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/34733
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling 2022-02-03T16:08:54Z2022-01-262022-02-03T16:08:54Z2018-07-23https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34733Esse estudo teve como objetivo compreender como os discursos e práticas da Marcha das Vadias Recife (MVR) se inserem no âmbito do feminismo brasileiro contemporâneo. Para isso, foi reconstruída a trajetória da MVR no período de 2011 a 2017, com atenção aos seus contornos locais. Foram analisadas as conexões entre corpo e política na MVR considerando tanto o modo como o corpo aparece em suas reivindicações como em seu repertório de protesto. Foi também discutida a abordagem da MVR sobre a dimensão racial, em articulação com as dimensões de gênero, sexualidade e classe. Adotando uma abordagem epistemológica feminista do conhecimento situado, foi realizado levantamento de dados disponíveis na Internet; levantamento de fotografias da MVR; inserção etnográfica, de abordagem feminista e engajada, da sétima edição da MVR (2017), incluindo processos preparatórios; entrevistas individuais e grupo de discussão com integrantes do Coletivo Marcha das Vadias Recife. Os referenciais incluíram estudos sobre trajetórias do feminismo brasileiro; os conceitos de sexagem e apropriação, elaborados no âmbito do chamado feminismo materialista francófono; aportes do pensamento feminista negro, com uso do conceito de interseccionalidade, enriquecido por abordagens históricas e perspectivas decoloniais que tratam da mútua constituição de gênero, raça, classe e sexualidade na América Latina, desde o período colonial. Os dados levantados demonstram que a Marcha das Vadias Recife faz parte de um conjunto de expressões feministas iniciado na década de 2010, marcadamente urbanas e jovens, em que a Internet desempenha papel fundamental, com forte presença pública nas ruas e nas redes sociais, organizadas por pequenos grupos que geram uma plataforma aberta à expressão individual e coletiva, sem a mediação, ao menos inicial, de organizações de referência do movimento feminista. Os dados demonstram também que a MVR está em pleno vigor, atuando a partir de um coletivo com razoável organicidade, atraindo milhares de mulheres para as marchas anuais, participando ativamente de debates públicos e estabelecendo alianças no campo feminista. Com suas pautas políticas – em que a autonomia sobre o corpo e a liberdade sexual ocupam lugar central –, e com seu repertório de protesto – no qual o corpo aparece como suporte para suas mensagens, a partir de inscrições de frases de luta em seus corpos e de performances individuais e coletivas, as integrantes da MVR questionam concepções hegemônicas sobre as mulheres, confrontando a apropriação das mulheres. A dimensão racial apresenta-se como um ponto de tensionamento para a MVR, com críticas aos limites de suas práticas e discursos para contemplar experiências de mulheres negras e de classes populares. A partir da pesquisa, ficou evidenciado o esforço das organizadoras para aprimorar a abordagem da questão racial, promovendo debates, dialogando com organizações de mulheres negras e pautando publicamente a questão, o que vem impactando a configuração do coletivo organizador, sua atuação e política de alianças.The aim of this study was to understand how discourses and practices of Marcha das Vadias Recife (SlutWalk) interact with Brazilian contemporary feminism. In order to achieve that, the trajectory of Marcha das Vadias Recife (MVR) from 2011 to 2017 was reconstructed. Connections between body and politics in the MVR were analyzed, as well as its approach to the racial issue, in relation to gender, sexuality and class. The study adopted a feminist epistemological perspective of situated knowledge. Data were collected on the Internet, including debates and images; through ethnographic insertion during the 7thedition of MVR (2017), including preparatory processes; individual interviews and discussion group with member of the MVR organizing collective. References included studies on trajectories of Brazilian feminisms; concepts of sexage and appropriation, elaborated by francophone materialist feminists; contributions from the Black feminist thought, using the concept of interseccionality, enriched by historical and decolonial perspectives which approach the mutual constitution of gender, race, class and sexuality in Latin America. The results show that MVR is part of a set of feminist urban and youth expressions initiated in the 2010s, in which Internet plays a central role, with strong public presence, in the streets and in the social networks, organized by small groups which create open platforms for individual and groups to voice their demands, without the mediation of consolidated organizations of the feminist movement. Results also show that MVR maintains its vigor, acting through a quite organized collective, attracting thousands of women to their annual demonstrations, taking active part in the public debate and establishing alliances in the feminist field. With its political agenda – in which body autonomy and sexual freedom are central –, and with its protest repertoire – in which the body appears in the public space as the vehicle of its messages – MVR participants question hegemonic conceptions on women, confronting the appropriation of women. Racial dimension was identified as a significant source of tension to MVR, which is criticized due to the limits of its practices and discourses to encompass Black women‘s experiences. Significant efforts of MVR organizers to improve their approach to racial issue were observed, through promotion of public debates, through active dialogue with Black women‘s organizations and through their public statements and performances, impacting the configuration of its organizing collective, its political action and the establishment of alliances.Submitted by Viviane Hermida (vivianehermida@gmail.com) on 2022-01-26T19:07:24Z No. of bitstreams: 1 Hermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdf: 6041031 bytes, checksum: 502bca949458af186e6299a2b8624851 (MD5)Approved for entry into archive by Isaac Viana da Cunha Araújo (isaac.cunha@ufba.br) on 2022-02-03T16:08:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Hermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdf: 6041031 bytes, checksum: 502bca949458af186e6299a2b8624851 (MD5)Made available in DSpace on 2022-02-03T16:08:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Hermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdf: 6041031 bytes, checksum: 502bca949458af186e6299a2b8624851 (MD5) Previous issue date: 2018-07-23OUTRASporUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) UFBABrasilFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)Ciências HumanasMarcha das VadiasMovimento feministaProtestoCorpoInterseccionalidadePor nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recifeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisSardenberg, Cecília Maria Bacellarhttp://lattes.cnpq.br/5848359202151995Mano, Maíra Kubikhttp://lattes.cnpq.br/1813924929238494Piscitelli, AdrianaRodrigues, Cristiano Santoshttp://lattes.cnpq.br/4744194361425598Macedo, Márcia dos Santoshttp://lattes.cnpq.br/5021795204335253Alvarez, SoniaSardenberg, Cecília Maria Bacellarhttp://lattes.cnpq.br/9142854533066242Hermida, Viviane Menezesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALHermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdfHermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdfapplication/pdf6041031https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34733/1/Hermida%20Viviane-%20POR%20N%c3%93S%2c%20PELAS%20OUTRAS%2c%20POR%20MIM.pdf502bca949458af186e6299a2b8624851MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1866https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34733/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52TEXTHermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdf.txtHermida Viviane- POR NÓS, PELAS OUTRAS, POR MIM.pdf.txtExtracted texttext/plain576718https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34733/3/Hermida%20Viviane-%20POR%20N%c3%93S%2c%20PELAS%20OUTRAS%2c%20POR%20MIM.pdf.txt54b62cef2f3246bd078fbd53fc07ae06MD53ri/347332022-02-05 12:49:12.425oai:repositorio.ufba.br:ri/34733TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestrepositorio@ufba.bropendoar:19322022-02-05T15:49:12Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
title Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
spellingShingle Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
Hermida, Viviane Menezes
Ciências Humanas
Marcha das Vadias
Movimento feminista
Protesto
Corpo
Interseccionalidade
title_short Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
title_full Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
title_fullStr Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
title_full_unstemmed Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
title_sort Por nós, pelas outras, por mim: a política feminista da Marcha das Vadias Recife
author Hermida, Viviane Menezes
author_facet Hermida, Viviane Menezes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5848359202151995
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Mano, Maíra Kubik
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1813924929238494
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Piscitelli, Adriana
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rodrigues, Cristiano Santos
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4744194361425598
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Macedo, Márcia dos Santos
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5021795204335253
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Alvarez, Sonia
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9142854533066242
dc.contributor.author.fl_str_mv Hermida, Viviane Menezes
contributor_str_mv Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
Mano, Maíra Kubik
Piscitelli, Adriana
Rodrigues, Cristiano Santos
Macedo, Márcia dos Santos
Alvarez, Sonia
Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
dc.subject.cnpq.fl_str_mv Ciências Humanas
topic Ciências Humanas
Marcha das Vadias
Movimento feminista
Protesto
Corpo
Interseccionalidade
dc.subject.por.fl_str_mv Marcha das Vadias
Movimento feminista
Protesto
Corpo
Interseccionalidade
description Esse estudo teve como objetivo compreender como os discursos e práticas da Marcha das Vadias Recife (MVR) se inserem no âmbito do feminismo brasileiro contemporâneo. Para isso, foi reconstruída a trajetória da MVR no período de 2011 a 2017, com atenção aos seus contornos locais. Foram analisadas as conexões entre corpo e política na MVR considerando tanto o modo como o corpo aparece em suas reivindicações como em seu repertório de protesto. Foi também discutida a abordagem da MVR sobre a dimensão racial, em articulação com as dimensões de gênero, sexualidade e classe. Adotando uma abordagem epistemológica feminista do conhecimento situado, foi realizado levantamento de dados disponíveis na Internet; levantamento de fotografias da MVR; inserção etnográfica, de abordagem feminista e engajada, da sétima edição da MVR (2017), incluindo processos preparatórios; entrevistas individuais e grupo de discussão com integrantes do Coletivo Marcha das Vadias Recife. Os referenciais incluíram estudos sobre trajetórias do feminismo brasileiro; os conceitos de sexagem e apropriação, elaborados no âmbito do chamado feminismo materialista francófono; aportes do pensamento feminista negro, com uso do conceito de interseccionalidade, enriquecido por abordagens históricas e perspectivas decoloniais que tratam da mútua constituição de gênero, raça, classe e sexualidade na América Latina, desde o período colonial. Os dados levantados demonstram que a Marcha das Vadias Recife faz parte de um conjunto de expressões feministas iniciado na década de 2010, marcadamente urbanas e jovens, em que a Internet desempenha papel fundamental, com forte presença pública nas ruas e nas redes sociais, organizadas por pequenos grupos que geram uma plataforma aberta à expressão individual e coletiva, sem a mediação, ao menos inicial, de organizações de referência do movimento feminista. Os dados demonstram também que a MVR está em pleno vigor, atuando a partir de um coletivo com razoável organicidade, atraindo milhares de mulheres para as marchas anuais, participando ativamente de debates públicos e estabelecendo alianças no campo feminista. Com suas pautas políticas – em que a autonomia sobre o corpo e a liberdade sexual ocupam lugar central –, e com seu repertório de protesto – no qual o corpo aparece como suporte para suas mensagens, a partir de inscrições de frases de luta em seus corpos e de performances individuais e coletivas, as integrantes da MVR questionam concepções hegemônicas sobre as mulheres, confrontando a apropriação das mulheres. A dimensão racial apresenta-se como um ponto de tensionamento para a MVR, com críticas aos limites de suas práticas e discursos para contemplar experiências de mulheres negras e de classes populares. A partir da pesquisa, ficou evidenciado o esforço das organizadoras para aprimorar a abordagem da questão racial, promovendo debates, dialogando com organizações de mulheres negras e pautando publicamente a questão, o que vem impactando a configuração do coletivo organizador, sua atuação e política de alianças.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-07-23
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-02-03T16:08:54Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-01-26
2022-02-03T16:08:54Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34733
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34733
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34733/1/Hermida%20Viviane-%20POR%20N%c3%93S%2c%20PELAS%20OUTRAS%2c%20POR%20MIM.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34733/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/34733/3/Hermida%20Viviane-%20POR%20N%c3%93S%2c%20PELAS%20OUTRAS%2c%20POR%20MIM.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 502bca949458af186e6299a2b8624851
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
54b62cef2f3246bd078fbd53fc07ae06
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@ufba.br
_version_ 1828149076181385216