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Estudo da atividade anti-inflamatória da lectina de sementes de Londrocarpus araripensis Benth

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Natália Velloso Fontenelle Camelo
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UECE
Texto Completo: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=73288
Resumo: Lectinas são glicoproteínas ubiquamente distribuídas na natureza, com habilidade de reconhecimento e ligação a carboidratos específicos sem alterar a estrutura química dos ligantes. Apresentam inúmeros efeitos biológicos, que parecem estar associados à sua especificidade de ligação a carboidratos. Lectinas de leguminosas com afinidade a N-acetil-glicosamina tem se mostrado exclusivamente antiinflamatórias, a exemplo da lectina de Lonchocarpus sericeus. O objetivo deste trabalho foi investigar a atividade anti-inflamatória da lectina de Lonchocarpus araripensis (LaL), ligadora de N-acetil-glicosamina, sobre os aspectos celulares e vasculares em modelos de inflamação aguda, analisando seus mecanismos de ação e toxicidade. Camundongos Swiss albinos (25-35 g) receberam LaL (10 mg/Kg) por via endovenosa, durante nove dias consecutivos para análise das funções do rim (dosagem de creatinina e uréia), do fígado (avaliação cinética da aspartato amino transaminase e alanina amino transaminase), variação de massa corporal e leucograma. In vitro foi avaliada a atividade hemaglutinante sobre o sangue periférico e os resultados obtidos mostraram que não houve alteração dos parâmetros avaliados, nem hemaglutinação sobre hemácias dos camundongos, sugerindo aparente ausência de toxicidade da LaL. A avaliação da atividade antiinflamatória foi avaliada nos modelos de edema de pata e peritonite. Os animais receberam LaL nas doses de 0,1; 1 ou 10 mg/Kg por via endovenosa, associada ou não ao açúcar ligante N-acetil-glicosamina, 30 min antes dos estímulos inflamatórios. A LaL inibiu em até 69% o edema de pata e em 26% o aumento de permeabilidade induzidos por carragenana. Este efeito foi confirmado pela análise histopatógica das patas dos animais. No entanto, o tratamento com a lectina não modificou o efeito edematogênico provocado pela dextrana. A LaL foi capaz de inibir o edema provocado pela serotonina em 80% e pela bradicinina em 55%, mas não aquele induzido por histamina ou pela substância P. Também foi capaz de inibir o edema dos mediadores nitroprussiato de sódio em 83%, fator de necrose tumoral &#945; em 75%, fosfolipase A2 em 48% e prostaglandina E2 em 62%. No modelo de peritonite, a LaL inibiu a migração de neutrófilos induzida pelo estímulo quimiotático direto (N-formil-metionil-leucil-fenilalanina – fMLP) em 88% e pelo estímulo indireto (carragenana) em 68%. A análise por microscopia intravital evidenciou que esta inibição ocorre nas etapas de rolamento e adesão leucocitária, uma vez que a lectina reduziu o número de neutrófilos nessas etapas em 81% e 69%, respectivamente. A atividade anti-inflamatória da lectina foi revertida pela associação da LaL ao açúcar ligante nos dois modelos avaliados, demonstrando a participação do domínio lectínico neste efeito. A LaL pode operar impedindo atividade adesiva de selectinas, competindo com estas glicoproteínas por carboidratos ligantes no endotélio ou nas membranas dos leucócitos ou ainda, pode atuar estimulando a liberação de citocinas anti-inflamatórias.&nbsp;<div>Palavras-chave: Inflamação. Lectina de leguminosa. Lonchocarpus araripensis Benth. Papilionoideae</div>
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Camundongos Swiss albinos (25-35 g) receberam LaL (10 mg/Kg) por via endovenosa, durante nove dias consecutivos para análise das funções do rim (dosagem de creatinina e uréia), do fígado (avaliação cinética da aspartato amino transaminase e alanina amino transaminase), variação de massa corporal e leucograma. In vitro foi avaliada a atividade hemaglutinante sobre o sangue periférico e os resultados obtidos mostraram que não houve alteração dos parâmetros avaliados, nem hemaglutinação sobre hemácias dos camundongos, sugerindo aparente ausência de toxicidade da LaL. A avaliação da atividade antiinflamatória foi avaliada nos modelos de edema de pata e peritonite. Os animais receberam LaL nas doses de 0,1; 1 ou 10 mg/Kg por via endovenosa, associada ou não ao açúcar ligante N-acetil-glicosamina, 30 min antes dos estímulos inflamatórios. A LaL inibiu em até 69% o edema de pata e em 26% o aumento de permeabilidade induzidos por carragenana. Este efeito foi confirmado pela análise histopatógica das patas dos animais. No entanto, o tratamento com a lectina não modificou o efeito edematogênico provocado pela dextrana. A LaL foi capaz de inibir o edema provocado pela serotonina em 80% e pela bradicinina em 55%, mas não aquele induzido por histamina ou pela substância P. Também foi capaz de inibir o edema dos mediadores nitroprussiato de sódio em 83%, fator de necrose tumoral &#945; em 75%, fosfolipase A2 em 48% e prostaglandina E2 em 62%. No modelo de peritonite, a LaL inibiu a migração de neutrófilos induzida pelo estímulo quimiotático direto (N-formil-metionil-leucil-fenilalanina – fMLP) em 88% e pelo estímulo indireto (carragenana) em 68%. A análise por microscopia intravital evidenciou que esta inibição ocorre nas etapas de rolamento e adesão leucocitária, uma vez que a lectina reduziu o número de neutrófilos nessas etapas em 81% e 69%, respectivamente. A atividade anti-inflamatória da lectina foi revertida pela associação da LaL ao açúcar ligante nos dois modelos avaliados, demonstrando a participação do domínio lectínico neste efeito. A LaL pode operar impedindo atividade adesiva de selectinas, competindo com estas glicoproteínas por carboidratos ligantes no endotélio ou nas membranas dos leucócitos ou ainda, pode atuar estimulando a liberação de citocinas anti-inflamatórias.&nbsp;<div>Palavras-chave: Inflamação. Lectina de leguminosa. Lonchocarpus araripensis Benth. Papilionoideae</div>Lectins are glycoproteins, ubiquitously distributed in nature, that exhibit the hability of recognition and binding to specific carbohydrates. These proteins present several biological effects that are associated to their specificity in the carbohydrate recognition. Lectins with affinity to N-acetyl-glucosamine has been shown anti-inflammatory activity, such as the lectin Lonchocarpus sericeus. The aim of this study was to investigate the anti-inflammatory activity of Lonchocarpus araripensis lectin (LaL), that bind to N-acetylglucosamine, on cellular and vascular aspects in models of acute inflammation, analyzing its mechanism of action and toxicity. Albino Swiss mice (25-35 g) were treated with LaL (10 mg/Kg) by intravenously route (i.v.) for nine consecutive days to analyze function of kidney (serum creatinine and urea) and liver (kinetic of the enzymes aspartate transaminase and alanine amino amino transaminase); changes in body weight and leukogram. In vitro, hemagglutinating activity was evaluated on peripheral blood and the results showed no change in the parameters evaluated nor in hemagglutination of mice erythrocytes, suggesting apparent lack of toxicity of LaL. The anti-inflammatory activity was evaluated in acute models of paw edema and peritonitis. Animals received LaL (0.1, 1 or 10 mg/kg) i.v., alone or associated with the binding sugar N-acetyl-glucosamine, 30 min prior inflammatory stimuli. LaL inhibited by 69% the edema and by 26% the increase in vascular permeability induced by carrageenan, an effect that was confirmed by the histopathological analysis of animals paws. However, the lectin treatment did not modify the edematogenic effect elicited by dextran. LaL inhibited the edema induced by serotonin in 80% and that of bradykinin in 55%, but not that induced by histamine or substance P. The lectin was also able to inhibit the edema elicited by the late phase mediators sodium-nitroprusside (83%), Tumor necrosis factor &#945; (75%), phospholipase A2 (48%) and prostaglandin E2 (62%). In the peritonitis model, LaL inhibited the neutrophil migration induced by direct (N-formilmetionina-leucyl-phenylalanine - fMLP) and indirect (carrageenan) chemotactic stimulus in 88% and 68%, respectively. Analysis by intravital microscopy showed that this inhibition occurs in the steps of leukocyte rolling and adhesion, since the lectin reduced the number of neutrophils in 81% and 69% respectively. The antiinflammatory activity of the lectin was reversed by its association with the ligand sugar in the two models evaluated, showing the lectin domain involvement in this effect. LAL activity may operate by preventing adhesive selectins, competing with these glycoproteins by carbohydrate ligands on the endothelium or in the membranes of leukocytes or may act by stimulating the release of anti-inflammatory cytokines.&nbsp;<div>Key-words: Inflammation. Leguminous lectin. Lonchocarpus araripensis Benth. Papilionoideae.&nbsp;</div>Universidade Estadual do CearáAna Maria Sampaio AssreuyRodrigues, Natália Velloso Fontenelle Camelo2012-10-24T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=73288info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UECEinstname:Universidade Estadual do Cearáinstacron:UECE2012-10-24T00:00:00Zoai:uece.br:73288Repositório InstitucionalPUBhttps://siduece.uece.br/siduece/api/oai/requestopendoar:2012-10-24T00:00Repositório Institucional da UECE - Universidade Estadual do Cearáfalse
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