Polimorfismos de genes da imunidade inata associados à infecção pelo HIV-1
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Publication Date: | 2011 |
Format: | Doctoral thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UECE |
Download full: | https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=68967 |
Summary: | A síndrome da imonodeficiência adquirida (AIDS) é caracterizada pela depleção de linfócitos T CD4+, reduzindo a capacidade do organismo em responder a infecções. Aproximadamente 630 mil pessoas vivem atualmente com o HIV no Brasil, consistindo em um terço dos casos das Américas Central e do Sul. Muitos fatores, como a grande taxa de mutação viral, tornam difícil a pesquisa por vacinas eficientes contra o vírus. Portanto, novos alvos biológicos devem ser identificados para o desenvolvimento de novas abordagens acerca do tema. Muitas evidências mostram que variações interpessoais desempenham uma função na susceptibilidade à infecção pelo HIV-1 e progressão à AIDS. Polimorfismos em genes envolvidos na imunidade inata e adquirida podem ser fatores que aumentam ou diminuem a capacidade de resposta ao vírus. Recentemente, o interesse em peptídeos antimicrobianos (AMPs) e receptores intracelulares vêm aumentando na comunidade científica, devido à grande importância que eles possuem no desenvolvimento da resposta imune inata. A lectina ligadora de manose (MBL) é uma proteína codificada pelo gene MBL2 que atua como uma molécula de reconhecimento e é capaz de ativar a via das lectinas do sistema complemento, além de facilitar a fagocitose e opsonização. Essa proteína reconhece manose e outros carboidratos presentes na superfície de patógenos. Particularmente, a MBL é capaz de se ligar à glicoproteína gp120 do HIV e ativa a resposta imune contra o vírus. A beta-defensina humana 1 (hBD1) é codificada pelo gene DEFB1 e é considerada um dos mais importantes AMPs, atuando principalmente nas superficies das mucosas. Esse peptídeo atua como a primeira linha de defesa contra patógenos e pode ligar os sistemas inato e adaptativo, através da ativação de células dendríticas. Adicionalmente, alguns receptores intracelulares podem interagir com outras proteínas e formar complexos protéicos, conhecidos como inflamassomas. Esses receptores intracelulares, chamados NALPs, têm sido descritos como fatores importantes na liberação de citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1beta e IL18. Nesse estudo, foi analisado o papel de polimorfismos de único nucleotídeo (SNPs) nos genes MBL2, DEFB1, NALP1 e NALP2 e suas relações com a infecção pelo HIV-1. As análises foram feitas por PCR em Tempo Real e/ou sequenciamento direto do gene. Os resultados demonstraram que polimorfismos funcionais no gene MBL2 funcionam como fatores de risco para a infecção pelo HIV-1. Por outro lado, quando os polimorfismos no gene DEFB1 foram analisados, nenhuma associação estatística foi encontrada. Finalmente, SNPs nos genes NALP1 e NALP3 foram investigados e apenas um polimorfismo, localizado no NALP3, foi considerado estatisticamente significante, sendo um fator de proteção contra a infecção pelo HIV-1. |
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Polimorfismos de genes da imunidade inata associados à infecção pelo HIV-1Biotecnologia Imunidade Adquirida Sindrome da Imunodeficiencia Adquirida - Hiv-1A síndrome da imonodeficiência adquirida (AIDS) é caracterizada pela depleção de linfócitos T CD4+, reduzindo a capacidade do organismo em responder a infecções. Aproximadamente 630 mil pessoas vivem atualmente com o HIV no Brasil, consistindo em um terço dos casos das Américas Central e do Sul. Muitos fatores, como a grande taxa de mutação viral, tornam difícil a pesquisa por vacinas eficientes contra o vírus. Portanto, novos alvos biológicos devem ser identificados para o desenvolvimento de novas abordagens acerca do tema. Muitas evidências mostram que variações interpessoais desempenham uma função na susceptibilidade à infecção pelo HIV-1 e progressão à AIDS. Polimorfismos em genes envolvidos na imunidade inata e adquirida podem ser fatores que aumentam ou diminuem a capacidade de resposta ao vírus. Recentemente, o interesse em peptídeos antimicrobianos (AMPs) e receptores intracelulares vêm aumentando na comunidade científica, devido à grande importância que eles possuem no desenvolvimento da resposta imune inata. A lectina ligadora de manose (MBL) é uma proteína codificada pelo gene MBL2 que atua como uma molécula de reconhecimento e é capaz de ativar a via das lectinas do sistema complemento, além de facilitar a fagocitose e opsonização. Essa proteína reconhece manose e outros carboidratos presentes na superfície de patógenos. Particularmente, a MBL é capaz de se ligar à glicoproteína gp120 do HIV e ativa a resposta imune contra o vírus. A beta-defensina humana 1 (hBD1) é codificada pelo gene DEFB1 e é considerada um dos mais importantes AMPs, atuando principalmente nas superficies das mucosas. Esse peptídeo atua como a primeira linha de defesa contra patógenos e pode ligar os sistemas inato e adaptativo, através da ativação de células dendríticas. Adicionalmente, alguns receptores intracelulares podem interagir com outras proteínas e formar complexos protéicos, conhecidos como inflamassomas. Esses receptores intracelulares, chamados NALPs, têm sido descritos como fatores importantes na liberação de citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1beta e IL18. Nesse estudo, foi analisado o papel de polimorfismos de único nucleotídeo (SNPs) nos genes MBL2, DEFB1, NALP1 e NALP2 e suas relações com a infecção pelo HIV-1. As análises foram feitas por PCR em Tempo Real e/ou sequenciamento direto do gene. Os resultados demonstraram que polimorfismos funcionais no gene MBL2 funcionam como fatores de risco para a infecção pelo HIV-1. Por outro lado, quando os polimorfismos no gene DEFB1 foram analisados, nenhuma associação estatística foi encontrada. Finalmente, SNPs nos genes NALP1 e NALP3 foram investigados e apenas um polimorfismo, localizado no NALP3, foi considerado estatisticamente significante, sendo um fator de proteção contra a infecção pelo HIV-1.The acquired immune deficiency syndrome (AIDS) is characterized by a depletion of T CD4+ lymphocytes, reducing the body capacity of responding to infections. It has been reported that approximately 630 thousand of people are living with HIV in Brazil, consisting in one-third of all cases in Central and South-America. Many factors, such as high levels of virus mutation, make difficult the research of efficient vaccines against the virus. Thus, new biologic targets may be identified to develop new research approaches. Many evidences show that interpersonal variations play a role in the susceptibility to HIV infection and AIDS progression: they are partially due to polymorphisms in genes involved in innate and acquired immunity. Recently emerging interest in antimicrobial peptides (AMPs) and intracellular receptors raised in the scientific community due to its important role in innate immunity. Mannose-binding lectin (MBL) is an important peptide encoded by MBL2 gene that acts as a recognition molecule, activates the complement system through the lectin pathway and it is able to facilitate phagocytosis and opsonization. This protein recognizes mannose and other carbohydrates of pathogens surface. Particularly, MBL is capable of binding HIV gp120 glycoprotein and trigger immune response against the virus. The human beta-defensin (hBD1) is encoded by DEFB1 gene and is recognized as one of the most important AMPs, acting mainly at mucosal surfaces. This peptide works as the first line of defence and can link innate and adaptive immunity through dendritic cells activation. Moreover, some intracellular receptors can act with other proteins and form complexes called inflammasomes. These receptors, named NALPs, have been described as key factors on releasing of proinflammatory chemokines, particularly IL-1beta and IL-18. In this study, we analysed the role of functional single nucleotide polymorphisms (SNPs) in MBL2, DEFB1, NALP1 and NALP3 genes on HIV infection. The analyses were performed by Real-Time PCR and/or direct gene sequencing. Our findings showed that functional polymorphisms in MBL2 gene are risk factors to HIV infection. On the other hand, when we analysed the polymorphisms in DEFB1 gene, no association was found. Finally, SNPs in NALP1 and NALP3 were investigated and only one polymorphism, located at NALP3, were considered as statistically significant, being a protect factor to HIV-1 infection.Universidade Estadual do CearáSergio CrovellaGuimarães, Rafael Lima2011-08-22T00:00:00Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=68967info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UECEinstname:Universidade Estadual do Cearáinstacron:UECE2011-08-22T00:00:00Zoai:uece.br:68967Repositório InstitucionalPUBhttps://siduece.uece.br/siduece/api/oai/requestopendoar:2011-08-22T00:00Repositório Institucional da UECE - Universidade Estadual do Cearáfalse |
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A síndrome da imonodeficiência adquirida (AIDS) é caracterizada pela depleção de linfócitos T CD4+, reduzindo a capacidade do organismo em responder a infecções. Aproximadamente 630 mil pessoas vivem atualmente com o HIV no Brasil, consistindo em um terço dos casos das Américas Central e do Sul. Muitos fatores, como a grande taxa de mutação viral, tornam difícil a pesquisa por vacinas eficientes contra o vírus. Portanto, novos alvos biológicos devem ser identificados para o desenvolvimento de novas abordagens acerca do tema. Muitas evidências mostram que variações interpessoais desempenham uma função na susceptibilidade à infecção pelo HIV-1 e progressão à AIDS. Polimorfismos em genes envolvidos na imunidade inata e adquirida podem ser fatores que aumentam ou diminuem a capacidade de resposta ao vírus. Recentemente, o interesse em peptídeos antimicrobianos (AMPs) e receptores intracelulares vêm aumentando na comunidade científica, devido à grande importância que eles possuem no desenvolvimento da resposta imune inata. A lectina ligadora de manose (MBL) é uma proteína codificada pelo gene MBL2 que atua como uma molécula de reconhecimento e é capaz de ativar a via das lectinas do sistema complemento, além de facilitar a fagocitose e opsonização. Essa proteína reconhece manose e outros carboidratos presentes na superfície de patógenos. Particularmente, a MBL é capaz de se ligar à glicoproteína gp120 do HIV e ativa a resposta imune contra o vírus. A beta-defensina humana 1 (hBD1) é codificada pelo gene DEFB1 e é considerada um dos mais importantes AMPs, atuando principalmente nas superficies das mucosas. Esse peptídeo atua como a primeira linha de defesa contra patógenos e pode ligar os sistemas inato e adaptativo, através da ativação de células dendríticas. Adicionalmente, alguns receptores intracelulares podem interagir com outras proteínas e formar complexos protéicos, conhecidos como inflamassomas. Esses receptores intracelulares, chamados NALPs, têm sido descritos como fatores importantes na liberação de citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1beta e IL18. Nesse estudo, foi analisado o papel de polimorfismos de único nucleotídeo (SNPs) nos genes MBL2, DEFB1, NALP1 e NALP2 e suas relações com a infecção pelo HIV-1. As análises foram feitas por PCR em Tempo Real e/ou sequenciamento direto do gene. Os resultados demonstraram que polimorfismos funcionais no gene MBL2 funcionam como fatores de risco para a infecção pelo HIV-1. Por outro lado, quando os polimorfismos no gene DEFB1 foram analisados, nenhuma associação estatística foi encontrada. Finalmente, SNPs nos genes NALP1 e NALP3 foram investigados e apenas um polimorfismo, localizado no NALP3, foi considerado estatisticamente significante, sendo um fator de proteção contra a infecção pelo HIV-1. |
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