Relação entre os sintomas de ansiedade e depressão, estado funcional e estado de saúde de indívíduos obesos ingressantes num programa de preabilitação cirúrgica
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Publication Date: | 2020 |
Format: | Bachelor thesis |
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Download full: | https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/22221 |
Summary: | Introdução: A obesidade caracteriza-se como um acúmulo anormal e excessivo de gordura, de caráter epidêmico e multifatorial. Além disso, está associada ao aumento do risco de comorbidades, redução da expectativa de vida, maior probabilidade de apresentar morbidade psicológica, e redução da qualidade de vida, qualidade do sono, capacidade funcional e da força muscular respiratória. Entre 20 a 50% dos obesos apresentam sintomas de ansiedade e depressão (SAD) comparados a indivíduos com índice de massa corporal (IMC) dentro da normalidade. Isso nos reflete barreiras à independência no auto manejo do estado de saúde e da doença, interferindo na produtividade, na redução da capacidade funcional e consequentemente no aumento do peso corporal. Dessa forma, para prevenir e controlar a obesidade, é necessário um maior entendimento dos fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento e perpetuação. Objetivo: Investigar se existe relação entre os SAD, estado funcional e estado de saúde de indivíduos obesos ingressantes num programa de preabilitação cirúrgica. Métodos: Estudo transversal, quantitativo e descritivo. Indivíduos classificados como obesos segundo o critério da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Grande Florianópolis, participantes do programa PREPARA (Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgias de Grande Porte – UDESC/CEFID), foram avaliados e separados em grupos quanto aos SAD, pelo questionário HADS (HADS - A < 9 e HADS - A ≥ 9, HADS - D < 9 e HADS-D ≥ 9). Foram aplicados também o instrumento WHOQOL-Bref Obesidade e o questionário PITTSBURGH; a CF foi avaliada por meio do teste de caminhada de seis minutos (TC6’) e a força muscular respiratória (FMR) pela manovacuometria. Para análise dos dados utilizou-se pacote estatístico Statistics for Windows (SPSS versão 20.0), adotado nível de significância de 95% (p<0,05). Teste qui-quadrado foi realizado para comparar a distribuição das frequências entre os grupos (HADS - A < 9 e HADSA ≥ 9, HADS - D < 9 e HADS-D ≥ 9) quanto a classificação do IMC. O teste t de Student independente e o teste U de Mann-Whitney de amostra independentes foram utilizados para as comparações dos grupos entre idade, peso real e ideal, IMC (Kg/m²), PImáx e PEmáx valor bruto e %Predito, TC6’ (m), WHOQOL total e seus domínios, HADS-A, HADS-D, HADS total e PITTSBURGH. O coeficiente de correlação de Pearson e de Spearman foram utilizados para verificar a correlação entre os grupos das variáveis descritas anteriormente. Resultados: Participaram do estudo 71 indivíduos obesos, na sua maioria, do gênero autorrelatado feminino 57 (80%), idade média de 45 ± 9 anos, 62 (87,3%) obesos grau III. Cerca de, 25 (35,2%) dos indivíduos apresentavam sintomas de ansiedade, 23 (32,4%) apresentavam sintomas de depressão e 15 (21,1%) apresentavam sintomas de ansiedade e depressão associados. Além disso, 33 (46,5%) apresentaram SAD associados ou apenas um dos sintomas e 38 (53,5%) não apresentavam nenhum dos sintomas. Os SAD apresentaram correlação entre si (ρ = <0,001; r = 0,615) e com a qualidade de vida: HADS-A correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,592) e seus domínios físico (ρ = <0,001; r = -0,444); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,564); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,395) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,549). HADS-D correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,789) e seus domínios físico (ρ = <0,013; r = -0,577); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,735); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,556) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,709). HADS – Total correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,752) e com seus domínios: físico (ρ = <0,001; r = -0,550); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,714); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,514) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,693). As demais variáveis do estudo, não apresentaram correlação estatisticamente significativa com os SAD. Na análise de comparação foi verificado que os pacientes com ansiedade apresentaram maior escore de depressão (p = 0,000), bem como de qualidade de vida WHOQOL– total (p= 0,001) e seus domínios - físico (p= 0,008), psicológico (p=0,001), relações sociais (p=0,032) e meio ambiente (p=0,00). Aqueles pacientes com sintomas de depressão apresentaram maior escore de ansiedade (p = 0,000), bem como de qualidade de vida WHOQOL– total (p= 0,000) e seus domínios - físico (p= 0,000), psicológico (p=0,000), relações sociais (p=0,000) e meio ambiente (p=0,000), e com o IMC (p = 0,037). Dos 41 pacientes avaliados quando a força muscular respiratória, apenas 7 (17%) apresentam redução. A ansiedade estava presente em 1 (4%) paciente com obesidade grau I, 4 (16%) pacientes com obesidade grau II e 20 (80%) pacientes com obesidade grau III, a classificação do IMC não apresentou associação com a presença de ansiedade (p = 0,241). A depressão estava presente em 2 (8,7%) paciente com obesidade grau II e 21 (91,3%) pacientes com obesidade grau III, a classificação do IMC também não apresentou associação com a presença de depressão (p = 0,691). Contudo, os SAD estavam presente em 1 (3%) pacientes com obesidade grau I, 5 (15,2%) pacientes com obesidade grau II e 27 (81,8%) pacientes com obesidade grau III, sendo que o IMC não apresentou associação com SAD. Conclusão: Diferente do esperado, indivíduos obesos que ingressavam em um programa de preabilitação cirúrgica em média não apresentavam comprometimento da capacidade funcional, da qualidade do sono e da força muscular respiratória. Todavia, apresentavam SAD e qualidade de vida comprometida. Sendo que, os sintomas de ansiedade e de depressão se relacionam e os indivíduos com SAD apresentavam pior qualidade de vida, onde quanto maior os escores, maior o comprometimento na qualidade de vida. Além disso, participantes com sintomas de depressão apresentavam maiores IMCs do que os que não apresentavam sintomas de depressão. |
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Relação entre os sintomas de ansiedade e depressão, estado funcional e estado de saúde de indívíduos obesos ingressantes num programa de preabilitação cirúrgicaCirurgia BariátricaObesidadePreabilitaçãoSintomas de ansiedade e depressãoIntrodução: A obesidade caracteriza-se como um acúmulo anormal e excessivo de gordura, de caráter epidêmico e multifatorial. Além disso, está associada ao aumento do risco de comorbidades, redução da expectativa de vida, maior probabilidade de apresentar morbidade psicológica, e redução da qualidade de vida, qualidade do sono, capacidade funcional e da força muscular respiratória. Entre 20 a 50% dos obesos apresentam sintomas de ansiedade e depressão (SAD) comparados a indivíduos com índice de massa corporal (IMC) dentro da normalidade. Isso nos reflete barreiras à independência no auto manejo do estado de saúde e da doença, interferindo na produtividade, na redução da capacidade funcional e consequentemente no aumento do peso corporal. Dessa forma, para prevenir e controlar a obesidade, é necessário um maior entendimento dos fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento e perpetuação. Objetivo: Investigar se existe relação entre os SAD, estado funcional e estado de saúde de indivíduos obesos ingressantes num programa de preabilitação cirúrgica. Métodos: Estudo transversal, quantitativo e descritivo. Indivíduos classificados como obesos segundo o critério da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Grande Florianópolis, participantes do programa PREPARA (Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgias de Grande Porte – UDESC/CEFID), foram avaliados e separados em grupos quanto aos SAD, pelo questionário HADS (HADS - A < 9 e HADS - A ≥ 9, HADS - D < 9 e HADS-D ≥ 9). Foram aplicados também o instrumento WHOQOL-Bref Obesidade e o questionário PITTSBURGH; a CF foi avaliada por meio do teste de caminhada de seis minutos (TC6’) e a força muscular respiratória (FMR) pela manovacuometria. Para análise dos dados utilizou-se pacote estatístico Statistics for Windows (SPSS versão 20.0), adotado nível de significância de 95% (p<0,05). Teste qui-quadrado foi realizado para comparar a distribuição das frequências entre os grupos (HADS - A < 9 e HADSA ≥ 9, HADS - D < 9 e HADS-D ≥ 9) quanto a classificação do IMC. O teste t de Student independente e o teste U de Mann-Whitney de amostra independentes foram utilizados para as comparações dos grupos entre idade, peso real e ideal, IMC (Kg/m²), PImáx e PEmáx valor bruto e %Predito, TC6’ (m), WHOQOL total e seus domínios, HADS-A, HADS-D, HADS total e PITTSBURGH. O coeficiente de correlação de Pearson e de Spearman foram utilizados para verificar a correlação entre os grupos das variáveis descritas anteriormente. Resultados: Participaram do estudo 71 indivíduos obesos, na sua maioria, do gênero autorrelatado feminino 57 (80%), idade média de 45 ± 9 anos, 62 (87,3%) obesos grau III. Cerca de, 25 (35,2%) dos indivíduos apresentavam sintomas de ansiedade, 23 (32,4%) apresentavam sintomas de depressão e 15 (21,1%) apresentavam sintomas de ansiedade e depressão associados. Além disso, 33 (46,5%) apresentaram SAD associados ou apenas um dos sintomas e 38 (53,5%) não apresentavam nenhum dos sintomas. Os SAD apresentaram correlação entre si (ρ = <0,001; r = 0,615) e com a qualidade de vida: HADS-A correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,592) e seus domínios físico (ρ = <0,001; r = -0,444); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,564); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,395) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,549). 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Aqueles pacientes com sintomas de depressão apresentaram maior escore de ansiedade (p = 0,000), bem como de qualidade de vida WHOQOL– total (p= 0,000) e seus domínios - físico (p= 0,000), psicológico (p=0,000), relações sociais (p=0,000) e meio ambiente (p=0,000), e com o IMC (p = 0,037). Dos 41 pacientes avaliados quando a força muscular respiratória, apenas 7 (17%) apresentam redução. A ansiedade estava presente em 1 (4%) paciente com obesidade grau I, 4 (16%) pacientes com obesidade grau II e 20 (80%) pacientes com obesidade grau III, a classificação do IMC não apresentou associação com a presença de ansiedade (p = 0,241). A depressão estava presente em 2 (8,7%) paciente com obesidade grau II e 21 (91,3%) pacientes com obesidade grau III, a classificação do IMC também não apresentou associação com a presença de depressão (p = 0,691). 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Além disso, participantes com sintomas de depressão apresentavam maiores IMCs do que os que não apresentavam sintomas de depressão.Matte, Darlan LauricioCoelho, Pâmela2025-07-18T12:45:07Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis62 f.application/pdfCOELHO, Pâmela. <b>Relação entre os sintomas de ansiedade e depressão, estado funcional e estado de saúde de indívíduos obesos ingressantes num programa de preabilitação cirúrgica</b>. 2025. Monografia (Curso de Fisioterapia) - Udesc, Florianópolis, 2020. Disponível em: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/22221. Acesso em: insira aqui a data de acesso ao material. Ex: 18 fev. 2025.https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/22221ark:/33523/001300000hdppAttribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Udescinstname:Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)instacron:UDESC2025-07-19T06:02:08Zoai:repositorio.udesc.br:UDESC/22221Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://pergamumweb.udesc.br/biblioteca/index.phpPRIhttps://repositorio-api.udesc.br/server/oai/requestri@udesc.bropendoar:63912025-07-19T06:02:08Repositório Institucional da Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)false |
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Introdução: A obesidade caracteriza-se como um acúmulo anormal e excessivo de gordura, de caráter epidêmico e multifatorial. Além disso, está associada ao aumento do risco de comorbidades, redução da expectativa de vida, maior probabilidade de apresentar morbidade psicológica, e redução da qualidade de vida, qualidade do sono, capacidade funcional e da força muscular respiratória. Entre 20 a 50% dos obesos apresentam sintomas de ansiedade e depressão (SAD) comparados a indivíduos com índice de massa corporal (IMC) dentro da normalidade. Isso nos reflete barreiras à independência no auto manejo do estado de saúde e da doença, interferindo na produtividade, na redução da capacidade funcional e consequentemente no aumento do peso corporal. Dessa forma, para prevenir e controlar a obesidade, é necessário um maior entendimento dos fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento e perpetuação. 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Teste qui-quadrado foi realizado para comparar a distribuição das frequências entre os grupos (HADS - A < 9 e HADSA ≥ 9, HADS - D < 9 e HADS-D ≥ 9) quanto a classificação do IMC. O teste t de Student independente e o teste U de Mann-Whitney de amostra independentes foram utilizados para as comparações dos grupos entre idade, peso real e ideal, IMC (Kg/m²), PImáx e PEmáx valor bruto e %Predito, TC6’ (m), WHOQOL total e seus domínios, HADS-A, HADS-D, HADS total e PITTSBURGH. O coeficiente de correlação de Pearson e de Spearman foram utilizados para verificar a correlação entre os grupos das variáveis descritas anteriormente. Resultados: Participaram do estudo 71 indivíduos obesos, na sua maioria, do gênero autorrelatado feminino 57 (80%), idade média de 45 ± 9 anos, 62 (87,3%) obesos grau III. Cerca de, 25 (35,2%) dos indivíduos apresentavam sintomas de ansiedade, 23 (32,4%) apresentavam sintomas de depressão e 15 (21,1%) apresentavam sintomas de ansiedade e depressão associados. Além disso, 33 (46,5%) apresentaram SAD associados ou apenas um dos sintomas e 38 (53,5%) não apresentavam nenhum dos sintomas. Os SAD apresentaram correlação entre si (ρ = <0,001; r = 0,615) e com a qualidade de vida: HADS-A correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,592) e seus domínios físico (ρ = <0,001; r = -0,444); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,564); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,395) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,549). HADS-D correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,789) e seus domínios físico (ρ = <0,013; r = -0,577); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,735); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,556) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,709). HADS – Total correlacionou-se com WHOQOL total (ρ = <0,001; r = -0,752) e com seus domínios: físico (ρ = <0,001; r = -0,550); psicológico (ρ = <0,001; r = -0,714); relações sociais (ρ = <0,001; r = -0,514) e meio ambiente (ρ = <0,001; r = -0,693). As demais variáveis do estudo, não apresentaram correlação estatisticamente significativa com os SAD. Na análise de comparação foi verificado que os pacientes com ansiedade apresentaram maior escore de depressão (p = 0,000), bem como de qualidade de vida WHOQOL– total (p= 0,001) e seus domínios - físico (p= 0,008), psicológico (p=0,001), relações sociais (p=0,032) e meio ambiente (p=0,00). Aqueles pacientes com sintomas de depressão apresentaram maior escore de ansiedade (p = 0,000), bem como de qualidade de vida WHOQOL– total (p= 0,000) e seus domínios - físico (p= 0,000), psicológico (p=0,000), relações sociais (p=0,000) e meio ambiente (p=0,000), e com o IMC (p = 0,037). Dos 41 pacientes avaliados quando a força muscular respiratória, apenas 7 (17%) apresentam redução. A ansiedade estava presente em 1 (4%) paciente com obesidade grau I, 4 (16%) pacientes com obesidade grau II e 20 (80%) pacientes com obesidade grau III, a classificação do IMC não apresentou associação com a presença de ansiedade (p = 0,241). A depressão estava presente em 2 (8,7%) paciente com obesidade grau II e 21 (91,3%) pacientes com obesidade grau III, a classificação do IMC também não apresentou associação com a presença de depressão (p = 0,691). Contudo, os SAD estavam presente em 1 (3%) pacientes com obesidade grau I, 5 (15,2%) pacientes com obesidade grau II e 27 (81,8%) pacientes com obesidade grau III, sendo que o IMC não apresentou associação com SAD. Conclusão: Diferente do esperado, indivíduos obesos que ingressavam em um programa de preabilitação cirúrgica em média não apresentavam comprometimento da capacidade funcional, da qualidade do sono e da força muscular respiratória. Todavia, apresentavam SAD e qualidade de vida comprometida. 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