A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado

Bibliographic Details
Main Author: Silveira, Juliana da
Publication Date: 2023
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da Udesc
dARK ID: ark:/33523/001300000k9sw
Download full: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040
Summary: Introdução: O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, sendo o tipo mais comum de câncer em mulheres no mundo e com maior ocorrência no Brasil. O tratamento geralmente consiste em uma combinação de remoção cirúrgica, radioterapia e medicação (terapia hormonal, quimioterapia e/ou terapia biológica direcionada). As alterações físicas em decorrência da doença, refletem ainda nos aspectos psicológicos dessas mulheres. Deste modo, formas de terapias complementares a farmacológica, podem ser benéficas às mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama. Assim, acredita-se que a dança livre pode desempenhar um papel importante como tratamento-não farmacológico, promovendo benefícios psicológicos para sobreviventes do câncer de mama. Objetivo: Analisar os efeitos da dança livre nos aspectos psicológicos de mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama, comparado ao grupo controle e ao grupo referência sem o câncer de mama. Métodos: Ensaio clínico randomizado (ECR) de três braços composto por mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama (57,7±9,0 anos) e mulheres sem o câncer de mama (51,5±10,8 anos), divididas em três grupos: a) grupo intervenção (GI - n= 11) que recebeu 12 semanas de dança livre; b) grupo controle (GC - n= 12) que manteve suas atividades de rotina; e c) grupo referência sem câncer de mama (GRSCM - n= 12) que foi pareado por idade e não poderia realizar exercícios físicos no período do estudo. A intervenção de dança livre teve 12 semanas de duração, com sessões de 60 minutos e realizada duas vezes na semana, no ginásio 1 do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, da Universidade do Estado de Santa Catarina. O GC e GRSCM foram orientados a manter sua rotina diária, além de receberem ligações telefônicas nas 4ª, 8ª e 12ª semanas após o início da intervenção, a fim controlar a não realização da prática de exercício físico. Os desfechos avaliados foram nomeadamente, função sexual (Female Sexual Function Index), autoestima (Escala de Autoestima), sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck), ansiedade (Inventário de ansiedade de Beck), estresse (Escala de Estresse Percebido), estado de humor (Escala de humor de Brunel), perspectiva do envelhecimento (Inventário de Sheppard) e otimismo (Teste de orientação da vida). Foram também incluídas avaliações das variáveis clínicas e pessoais (formulário construído pela autora baseado na literatura). As coletas dos dados foram realizadas no CEFID/UDESC, agendadas previamente com cada participante. A análise estatística foi realizada por meio dos testes Qui- Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA one-way, Teste T para amostras independentes, Regressão Linear Múltipla, aplicando-se o método Enter de seleção das variáveis, ANOVA two-way com medidas repetidas, Análise de Covariância (ANCOVA) e comparação múltipla pelo teste de Sydak. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Resultados: Os resultados deste ECR mostraram uma homogeneidade entre os grupos pesquisados, havendo apenas diferença estatisticamente significativa entre os grupos no período baseline na variável profissão (p=0,016). As participantes tiveram idade média de 56,2±10,6 anos (GI, GC e GRSCM), em sua maioria estudaram até o ensino médio (45,7%), tinham companheiros (57,1%), apresentavam vínculo empregatício (48,6%), não faziam uso de medicamentos para depressão ou ansiedade (85,7%), eram ativas sexualmente (60%) e estavam acima do peso (51,4%). Quanto as variáveis clínicas (somente GI e GR), as mulheres estavam em pós-tratamento para o câncer de mama (52,2%), haviam feito radioterapia e quimioterapia como tratamento anterior (30,4%), realizaram mastectomia (60,9%), não realizaram a reconstrução mamária (56,5%) e fizeram o esvaziamento axilar e/ou linfonodo sentinela (91,3%). Os resultados apresentados no artigo 1 (capítulo III) desta dissertação mostraram que após 12 semanas de intervenção de dança livre não houveram mudanças significativas na função sexual no intragrupo GI e GRSCM. O intragrupo GC obteve piora estatisticamente significativa na função sexual, nos domínios excitação (p=0,018), lubrificação (p≤0,001), satisfação (p=0,003), desconforto (p=0,004) e nos escores totais (p=0,002). Foi observado diferença estatisticamente significativa intergrupo no domínio desconforto (p≤0.001) da função sexual, em relação ao melhor resultado do GRSCM em comparação ao GI e GC. Na variável estado de humor, são observadas melhoras no domínio confusão mental (p=0,022) no intragrupo GI, e ainda após o cálculo da mudança de escores houve diminuição dos sintomas de raiva, depressão, fadiga e tensão e aumento do vigor, porém sem significância estatística. Ainda foram observadas mudanças estatisticamente significativas intergrupo nos domínios fadiga (p=0,010) e tensão (p=0,027) em relação aos piores resultados do GRSCM em comparação ao GI e GC. Não foram achadas diferenças estatisticamente significativas para a variável autoestima. No artigo 2 (capítulo IV), foram observadas melhoras estatisticamente significativas no intragrupo GI nos sintomas depressivos (p=0,025), na ansiedade (p=0,009) e no estresse (p=0,050). Não foram encontradas diferenças significativas no intragrupo GC e GRSCM. Na associação das variáveis (sintomas depressivos, ansiedade e estresse), o GRSCM obteve piora na análise simples, na ansiedade (p≤0,001) e estresse (p=0,040), e também piora na análise ajustada para ansiedade (p≤0,001) e estresse (p=0,025). No artigo 3 (capítulo V), foram observadas melhoras intragrupo GI na variável estado de humor, nos domínios confusão mental (p=0,012) e tensão (p=0,005) e na perspectiva de envelhecimento, no domínio solidão (p=0,021). No intragrupo GRSCM, houve melhora na perspectiva de envelhecimento no domínio solidão (p=0,021) e piora dos domínios felicidade (p=0,001) e integridade (p≤0.001). Houve piora intergrupo do GRSCM em comparação ao GI, no estado de humor, no domínio tensão (p=0,004). Não foram encontradas mudanças significativas para a variável otimismo. Conclusão: Este estudo indica que uma intervenção de 12 semanas de dança livre teve efeitos positivos na confusão mental e tensão (estado de humor), nos sintomas depressivos, na ansiedade, no estresse e na solidão (perspectiva de envelhecimento). Portanto, considera- se que esta dissertação forneceu evidências inovadoras acerca dos efeitos da dança livre para mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama.
id UDESC-2_7ccc9036c63ac94103f4c9e74dbb3ddf
oai_identifier_str oai:repositorio.udesc.br:UDESC/21040
network_acronym_str UDESC-2
network_name_str Repositório Institucional da Udesc
repository_id_str 6391
spelling A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizadoAtividade motoraDançaNeoplasias mamáriasTerapias complementaresBem estarIntrodução: O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, sendo o tipo mais comum de câncer em mulheres no mundo e com maior ocorrência no Brasil. O tratamento geralmente consiste em uma combinação de remoção cirúrgica, radioterapia e medicação (terapia hormonal, quimioterapia e/ou terapia biológica direcionada). As alterações físicas em decorrência da doença, refletem ainda nos aspectos psicológicos dessas mulheres. Deste modo, formas de terapias complementares a farmacológica, podem ser benéficas às mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama. Assim, acredita-se que a dança livre pode desempenhar um papel importante como tratamento-não farmacológico, promovendo benefícios psicológicos para sobreviventes do câncer de mama. Objetivo: Analisar os efeitos da dança livre nos aspectos psicológicos de mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama, comparado ao grupo controle e ao grupo referência sem o câncer de mama. Métodos: Ensaio clínico randomizado (ECR) de três braços composto por mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama (57,7±9,0 anos) e mulheres sem o câncer de mama (51,5±10,8 anos), divididas em três grupos: a) grupo intervenção (GI - n= 11) que recebeu 12 semanas de dança livre; b) grupo controle (GC - n= 12) que manteve suas atividades de rotina; e c) grupo referência sem câncer de mama (GRSCM - n= 12) que foi pareado por idade e não poderia realizar exercícios físicos no período do estudo. A intervenção de dança livre teve 12 semanas de duração, com sessões de 60 minutos e realizada duas vezes na semana, no ginásio 1 do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, da Universidade do Estado de Santa Catarina. O GC e GRSCM foram orientados a manter sua rotina diária, além de receberem ligações telefônicas nas 4ª, 8ª e 12ª semanas após o início da intervenção, a fim controlar a não realização da prática de exercício físico. Os desfechos avaliados foram nomeadamente, função sexual (Female Sexual Function Index), autoestima (Escala de Autoestima), sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck), ansiedade (Inventário de ansiedade de Beck), estresse (Escala de Estresse Percebido), estado de humor (Escala de humor de Brunel), perspectiva do envelhecimento (Inventário de Sheppard) e otimismo (Teste de orientação da vida). Foram também incluídas avaliações das variáveis clínicas e pessoais (formulário construído pela autora baseado na literatura). As coletas dos dados foram realizadas no CEFID/UDESC, agendadas previamente com cada participante. A análise estatística foi realizada por meio dos testes Qui- Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA one-way, Teste T para amostras independentes, Regressão Linear Múltipla, aplicando-se o método Enter de seleção das variáveis, ANOVA two-way com medidas repetidas, Análise de Covariância (ANCOVA) e comparação múltipla pelo teste de Sydak. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Resultados: Os resultados deste ECR mostraram uma homogeneidade entre os grupos pesquisados, havendo apenas diferença estatisticamente significativa entre os grupos no período baseline na variável profissão (p=0,016). As participantes tiveram idade média de 56,2±10,6 anos (GI, GC e GRSCM), em sua maioria estudaram até o ensino médio (45,7%), tinham companheiros (57,1%), apresentavam vínculo empregatício (48,6%), não faziam uso de medicamentos para depressão ou ansiedade (85,7%), eram ativas sexualmente (60%) e estavam acima do peso (51,4%). Quanto as variáveis clínicas (somente GI e GR), as mulheres estavam em pós-tratamento para o câncer de mama (52,2%), haviam feito radioterapia e quimioterapia como tratamento anterior (30,4%), realizaram mastectomia (60,9%), não realizaram a reconstrução mamária (56,5%) e fizeram o esvaziamento axilar e/ou linfonodo sentinela (91,3%). Os resultados apresentados no artigo 1 (capítulo III) desta dissertação mostraram que após 12 semanas de intervenção de dança livre não houveram mudanças significativas na função sexual no intragrupo GI e GRSCM. O intragrupo GC obteve piora estatisticamente significativa na função sexual, nos domínios excitação (p=0,018), lubrificação (p≤0,001), satisfação (p=0,003), desconforto (p=0,004) e nos escores totais (p=0,002). Foi observado diferença estatisticamente significativa intergrupo no domínio desconforto (p≤0.001) da função sexual, em relação ao melhor resultado do GRSCM em comparação ao GI e GC. Na variável estado de humor, são observadas melhoras no domínio confusão mental (p=0,022) no intragrupo GI, e ainda após o cálculo da mudança de escores houve diminuição dos sintomas de raiva, depressão, fadiga e tensão e aumento do vigor, porém sem significância estatística. Ainda foram observadas mudanças estatisticamente significativas intergrupo nos domínios fadiga (p=0,010) e tensão (p=0,027) em relação aos piores resultados do GRSCM em comparação ao GI e GC. Não foram achadas diferenças estatisticamente significativas para a variável autoestima. No artigo 2 (capítulo IV), foram observadas melhoras estatisticamente significativas no intragrupo GI nos sintomas depressivos (p=0,025), na ansiedade (p=0,009) e no estresse (p=0,050). Não foram encontradas diferenças significativas no intragrupo GC e GRSCM. Na associação das variáveis (sintomas depressivos, ansiedade e estresse), o GRSCM obteve piora na análise simples, na ansiedade (p≤0,001) e estresse (p=0,040), e também piora na análise ajustada para ansiedade (p≤0,001) e estresse (p=0,025). No artigo 3 (capítulo V), foram observadas melhoras intragrupo GI na variável estado de humor, nos domínios confusão mental (p=0,012) e tensão (p=0,005) e na perspectiva de envelhecimento, no domínio solidão (p=0,021). No intragrupo GRSCM, houve melhora na perspectiva de envelhecimento no domínio solidão (p=0,021) e piora dos domínios felicidade (p=0,001) e integridade (p≤0.001). Houve piora intergrupo do GRSCM em comparação ao GI, no estado de humor, no domínio tensão (p=0,004). Não foram encontradas mudanças significativas para a variável otimismo. Conclusão: Este estudo indica que uma intervenção de 12 semanas de dança livre teve efeitos positivos na confusão mental e tensão (estado de humor), nos sintomas depressivos, na ansiedade, no estresse e na solidão (perspectiva de envelhecimento). Portanto, considera- se que esta dissertação forneceu evidências inovadoras acerca dos efeitos da dança livre para mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama.Guimaraes, Adriana Coutinho De AzevedoSilveira, Juliana da2025-05-15T20:51:49Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis224 f.application/pdfSILVEIRA, Juliana da. <b>A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado</b>. 2025. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano) - Udesc, Florianópolis, 2023. Disponível em: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040. Acesso em: insira aqui a data de acesso ao material. Ex: 18 fev. 2025.https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040ark:/33523/001300000k9swAttribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Udescinstname:Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)instacron:UDESC2025-05-16T06:02:29Zoai:repositorio.udesc.br:UDESC/21040Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://pergamumweb.udesc.br/biblioteca/index.phpPRIhttps://repositorio-api.udesc.br/server/oai/requestri@udesc.bropendoar:63912025-05-16T06:02:29Repositório Institucional da Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)false
dc.title.none.fl_str_mv A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
title A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
spellingShingle A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
Silveira, Juliana da
Atividade motora
Dança
Neoplasias mamárias
Terapias complementares
Bem estar
title_short A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
title_full A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
title_fullStr A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
title_full_unstemmed A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
title_sort A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado
author Silveira, Juliana da
author_facet Silveira, Juliana da
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Guimaraes, Adriana Coutinho De Azevedo
dc.contributor.author.fl_str_mv Silveira, Juliana da
dc.subject.por.fl_str_mv Atividade motora
Dança
Neoplasias mamárias
Terapias complementares
Bem estar
topic Atividade motora
Dança
Neoplasias mamárias
Terapias complementares
Bem estar
description Introdução: O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, sendo o tipo mais comum de câncer em mulheres no mundo e com maior ocorrência no Brasil. O tratamento geralmente consiste em uma combinação de remoção cirúrgica, radioterapia e medicação (terapia hormonal, quimioterapia e/ou terapia biológica direcionada). As alterações físicas em decorrência da doença, refletem ainda nos aspectos psicológicos dessas mulheres. Deste modo, formas de terapias complementares a farmacológica, podem ser benéficas às mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama. Assim, acredita-se que a dança livre pode desempenhar um papel importante como tratamento-não farmacológico, promovendo benefícios psicológicos para sobreviventes do câncer de mama. Objetivo: Analisar os efeitos da dança livre nos aspectos psicológicos de mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama, comparado ao grupo controle e ao grupo referência sem o câncer de mama. Métodos: Ensaio clínico randomizado (ECR) de três braços composto por mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama (57,7±9,0 anos) e mulheres sem o câncer de mama (51,5±10,8 anos), divididas em três grupos: a) grupo intervenção (GI - n= 11) que recebeu 12 semanas de dança livre; b) grupo controle (GC - n= 12) que manteve suas atividades de rotina; e c) grupo referência sem câncer de mama (GRSCM - n= 12) que foi pareado por idade e não poderia realizar exercícios físicos no período do estudo. A intervenção de dança livre teve 12 semanas de duração, com sessões de 60 minutos e realizada duas vezes na semana, no ginásio 1 do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, da Universidade do Estado de Santa Catarina. O GC e GRSCM foram orientados a manter sua rotina diária, além de receberem ligações telefônicas nas 4ª, 8ª e 12ª semanas após o início da intervenção, a fim controlar a não realização da prática de exercício físico. Os desfechos avaliados foram nomeadamente, função sexual (Female Sexual Function Index), autoestima (Escala de Autoestima), sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck), ansiedade (Inventário de ansiedade de Beck), estresse (Escala de Estresse Percebido), estado de humor (Escala de humor de Brunel), perspectiva do envelhecimento (Inventário de Sheppard) e otimismo (Teste de orientação da vida). Foram também incluídas avaliações das variáveis clínicas e pessoais (formulário construído pela autora baseado na literatura). As coletas dos dados foram realizadas no CEFID/UDESC, agendadas previamente com cada participante. A análise estatística foi realizada por meio dos testes Qui- Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA one-way, Teste T para amostras independentes, Regressão Linear Múltipla, aplicando-se o método Enter de seleção das variáveis, ANOVA two-way com medidas repetidas, Análise de Covariância (ANCOVA) e comparação múltipla pelo teste de Sydak. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Resultados: Os resultados deste ECR mostraram uma homogeneidade entre os grupos pesquisados, havendo apenas diferença estatisticamente significativa entre os grupos no período baseline na variável profissão (p=0,016). As participantes tiveram idade média de 56,2±10,6 anos (GI, GC e GRSCM), em sua maioria estudaram até o ensino médio (45,7%), tinham companheiros (57,1%), apresentavam vínculo empregatício (48,6%), não faziam uso de medicamentos para depressão ou ansiedade (85,7%), eram ativas sexualmente (60%) e estavam acima do peso (51,4%). Quanto as variáveis clínicas (somente GI e GR), as mulheres estavam em pós-tratamento para o câncer de mama (52,2%), haviam feito radioterapia e quimioterapia como tratamento anterior (30,4%), realizaram mastectomia (60,9%), não realizaram a reconstrução mamária (56,5%) e fizeram o esvaziamento axilar e/ou linfonodo sentinela (91,3%). Os resultados apresentados no artigo 1 (capítulo III) desta dissertação mostraram que após 12 semanas de intervenção de dança livre não houveram mudanças significativas na função sexual no intragrupo GI e GRSCM. O intragrupo GC obteve piora estatisticamente significativa na função sexual, nos domínios excitação (p=0,018), lubrificação (p≤0,001), satisfação (p=0,003), desconforto (p=0,004) e nos escores totais (p=0,002). Foi observado diferença estatisticamente significativa intergrupo no domínio desconforto (p≤0.001) da função sexual, em relação ao melhor resultado do GRSCM em comparação ao GI e GC. Na variável estado de humor, são observadas melhoras no domínio confusão mental (p=0,022) no intragrupo GI, e ainda após o cálculo da mudança de escores houve diminuição dos sintomas de raiva, depressão, fadiga e tensão e aumento do vigor, porém sem significância estatística. Ainda foram observadas mudanças estatisticamente significativas intergrupo nos domínios fadiga (p=0,010) e tensão (p=0,027) em relação aos piores resultados do GRSCM em comparação ao GI e GC. Não foram achadas diferenças estatisticamente significativas para a variável autoestima. No artigo 2 (capítulo IV), foram observadas melhoras estatisticamente significativas no intragrupo GI nos sintomas depressivos (p=0,025), na ansiedade (p=0,009) e no estresse (p=0,050). Não foram encontradas diferenças significativas no intragrupo GC e GRSCM. Na associação das variáveis (sintomas depressivos, ansiedade e estresse), o GRSCM obteve piora na análise simples, na ansiedade (p≤0,001) e estresse (p=0,040), e também piora na análise ajustada para ansiedade (p≤0,001) e estresse (p=0,025). No artigo 3 (capítulo V), foram observadas melhoras intragrupo GI na variável estado de humor, nos domínios confusão mental (p=0,012) e tensão (p=0,005) e na perspectiva de envelhecimento, no domínio solidão (p=0,021). No intragrupo GRSCM, houve melhora na perspectiva de envelhecimento no domínio solidão (p=0,021) e piora dos domínios felicidade (p=0,001) e integridade (p≤0.001). Houve piora intergrupo do GRSCM em comparação ao GI, no estado de humor, no domínio tensão (p=0,004). Não foram encontradas mudanças significativas para a variável otimismo. Conclusão: Este estudo indica que uma intervenção de 12 semanas de dança livre teve efeitos positivos na confusão mental e tensão (estado de humor), nos sintomas depressivos, na ansiedade, no estresse e na solidão (perspectiva de envelhecimento). Portanto, considera- se que esta dissertação forneceu evidências inovadoras acerca dos efeitos da dança livre para mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023
2025-05-15T20:51:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv SILVEIRA, Juliana da. <b>A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado</b>. 2025. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano) - Udesc, Florianópolis, 2023. Disponível em: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040. Acesso em: insira aqui a data de acesso ao material. Ex: 18 fev. 2025.
https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040
dc.identifier.dark.fl_str_mv ark:/33523/001300000k9sw
identifier_str_mv SILVEIRA, Juliana da. <b>A dança livre é eficaz nos aspectos psicológicos em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama? Um ensaio clínico randomizado</b>. 2025. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano) - Udesc, Florianópolis, 2023. Disponível em: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040. Acesso em: insira aqui a data de acesso ao material. Ex: 18 fev. 2025.
ark:/33523/001300000k9sw
url https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21040
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 224 f.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Udesc
instname:Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
instacron:UDESC
instname_str Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
instacron_str UDESC
institution UDESC
reponame_str Repositório Institucional da Udesc
collection Repositório Institucional da Udesc
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
repository.mail.fl_str_mv ri@udesc.br
_version_ 1842258141297770496