Incremento radial de uma espécie arbórea rara em floresta nebular de Santa Catarina.
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Publication Date: | 2025 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da Udesc |
dARK ID: | ark:/33523/001300000mf93 |
Download full: | https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/22593 |
Summary: | A Floresta Atlântica, uma das regiões biogeográficas mais diversas e ameaçadas do planeta, abriga nas formações nebulares de altitude um de seus ecossistemas mais singulares e vulneráveis. Essas áreas, caracterizadas por neblinas persistentes, temperaturas amenas e alta umidade, sustentam uma rica diversidade de espécies endêmicas, muitas delas altamente especializadas e sensíveis à mudança climática e à degradação ambiental. Na Serra Geral, Sul do Brasil, destaca-se Crinodendron brasiliense Reitz & Smith, uma árvore restrita a ambientes acima de 1.500 metros. Apesar de sua importância ecológica, pouco se sabe sobre sua dinâmica de crescimento e resposta às variações climáticas. Estudos sobre espécies arbóreas adaptadas a altitudes elevadas são escassos, e a ausência de informações detalhadas sobre a ecologia de C. brasiliense limita o entendimento de seus padrões de crescimento, seus fatores de vulnerabilidade e sua capacidade de adaptação a mudanças ambientais. Além disso, a influência de variáveis climáticas, como temperatura, disponibilidade hídrica e presença de neblina, no crescimento dessa espécie ainda não foi devidamente quantificada, o que impede previsões mais precisas sobre seu comportamento frente ao aquecimento global. Essa lacuna representa um desafio crítico para estratégias de conservação, pois sem um conhecimento aprofundado sobre os fatores que regulam seu crescimento, torna-se difícil definir ações eficazes para sua proteção e manejo diante das ameaças impostas pelas mudanças climáticas. Desta forma, esta dissertação teve como objetivo investigar a influência de variáveis climáticas, especialmente temperatura, índice de seca e presença de neblina, no crescimento radial de indivíduos de C. brasiliense nas Florestas Nebulares do Parque Nacional de São Joaquim (SC), empregando dendrômetros automáticos para a mensuração contínua e precisa do diâmetro das árvores. O estudo, estruturado na forma de um artigo científico, integra uma contextualização sobre o tema, análise de dados e uma discussão aplicada ao contexto da conservação. Os resultados revelam que o crescimento radial de C. brasiliense responde à temperatura de forma não-linear e altamente condicionada pela interação entre neblina e status hídrico. Em condições de alta neblina e solo seco, observamos crescimento exponencial com aumento térmico, enquanto em alta neblina com solo úmido, a temperatura tem efeito praticamente nulo a levemente negativo (-0.28), com crescimento mantendo-se em níveis baixos independentemente da variação térmica. Este padrão demonstra que a neblina pode compensar eficientemente o déficit hídrico, mas também neutralizar a influência da temperatura em ambientes úmidos. Estas interações complexas sugerem que as projeções climáticas futuras devem considerar não apenas a temperatura isoladamente, mas sua ação combinada com regimes de neblina e precipitação. A preservação das Florestas Nebulares, portanto, requer abordagens que protejam tanto os habitats quanto suas características microclimáticas específicas, essenciais para a resiliência da espécie. O monitoramento integrado destes parâmetros fornecerá subsídios cruciais para estratégias de conservação e políticas públicas que reconheçam a complexidade ecofisiológica destes ecossistemas frente às mudanças climáticas. |
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A Floresta Atlântica, uma das regiões biogeográficas mais diversas e ameaçadas do planeta, abriga nas formações nebulares de altitude um de seus ecossistemas mais singulares e vulneráveis. Essas áreas, caracterizadas por neblinas persistentes, temperaturas amenas e alta umidade, sustentam uma rica diversidade de espécies endêmicas, muitas delas altamente especializadas e sensíveis à mudança climática e à degradação ambiental. Na Serra Geral, Sul do Brasil, destaca-se Crinodendron brasiliense Reitz & Smith, uma árvore restrita a ambientes acima de 1.500 metros. Apesar de sua importância ecológica, pouco se sabe sobre sua dinâmica de crescimento e resposta às variações climáticas. Estudos sobre espécies arbóreas adaptadas a altitudes elevadas são escassos, e a ausência de informações detalhadas sobre a ecologia de C. brasiliense limita o entendimento de seus padrões de crescimento, seus fatores de vulnerabilidade e sua capacidade de adaptação a mudanças ambientais. Além disso, a influência de variáveis climáticas, como temperatura, disponibilidade hídrica e presença de neblina, no crescimento dessa espécie ainda não foi devidamente quantificada, o que impede previsões mais precisas sobre seu comportamento frente ao aquecimento global. Essa lacuna representa um desafio crítico para estratégias de conservação, pois sem um conhecimento aprofundado sobre os fatores que regulam seu crescimento, torna-se difícil definir ações eficazes para sua proteção e manejo diante das ameaças impostas pelas mudanças climáticas. Desta forma, esta dissertação teve como objetivo investigar a influência de variáveis climáticas, especialmente temperatura, índice de seca e presença de neblina, no crescimento radial de indivíduos de C. brasiliense nas Florestas Nebulares do Parque Nacional de São Joaquim (SC), empregando dendrômetros automáticos para a mensuração contínua e precisa do diâmetro das árvores. O estudo, estruturado na forma de um artigo científico, integra uma contextualização sobre o tema, análise de dados e uma discussão aplicada ao contexto da conservação. Os resultados revelam que o crescimento radial de C. brasiliense responde à temperatura de forma não-linear e altamente condicionada pela interação entre neblina e status hídrico. Em condições de alta neblina e solo seco, observamos crescimento exponencial com aumento térmico, enquanto em alta neblina com solo úmido, a temperatura tem efeito praticamente nulo a levemente negativo (-0.28), com crescimento mantendo-se em níveis baixos independentemente da variação térmica. Este padrão demonstra que a neblina pode compensar eficientemente o déficit hídrico, mas também neutralizar a influência da temperatura em ambientes úmidos. Estas interações complexas sugerem que as projeções climáticas futuras devem considerar não apenas a temperatura isoladamente, mas sua ação combinada com regimes de neblina e precipitação. A preservação das Florestas Nebulares, portanto, requer abordagens que protejam tanto os habitats quanto suas características microclimáticas específicas, essenciais para a resiliência da espécie. O monitoramento integrado destes parâmetros fornecerá subsídios cruciais para estratégias de conservação e políticas públicas que reconheçam a complexidade ecofisiológica destes ecossistemas frente às mudanças climáticas. |
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