Orientação motora infantil: proposição do constructo e suas dimensões

Bibliographic Details
Main Author: Carvalho, Helton Pereira de
Publication Date: 2023
Format: Doctoral thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da Udesc
dARK ID: ark:/33523/001300000kx05
Download full: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/20976
Summary: A Orientação Motora é definida como preferências e potencialidades dos indivíduos para diferentes tipos de atividades físicas e motoras, como exercícios físicos, esportes, danças ou outras práticas corporais, somando-se os comportamentos infantis. A Orientação Motora tem mostrado diferenças sexuais em adultos, sendo os homens mais envolvidos com atividades esportivas e competitivas, enquanto mulheres são mais envolvidas com as atividades rítmicas e expressivas. Assim, objetivou-se estudar as possíveis dimensões da Orientação Motora em crianças no ambiente escolar e verificar se fatores biológicos (sexo, idade, IMC e exposição hormonal pré-natal), sociais (status sociométrico, melhores amigos, avaliação entre os pares e liderança nas brincadeiras) e psicológicos (autoestima e autoeficácia escolar) poderiam influenciá-la. Foram realizados três estudos, o primeiro foi uma revisão integrativa de revisões que, por meio de uma busca de alta sensibilidade, pesquisou se existem influências do sexo biológico, da exposição hormonal pré-natal e das relações entre os pares, nas atividades e brincadeiras de crianças. Encontrou-se que existem diferenças sexuais nas brincadeiras e comportamentos de crianças, que a exposição hormonal pré-natal e a relação entre os pares podem ser um dos fatores destas diferenciações. Todos os 20 estudos concordam que as brincadeiras e atividades físicas das crianças são influenciadas por fatores biopsicossociais. O segundo estudo realizado, foi observacional e com método quali-quantitativo de análise dos dados. Investigou-se 161 crianças entre seis e 12 anos, e analisou-se o relato de campo dos seis envolvidos na coleta de dados. Observou-se diferenças sexuais nas preferências das atividades escolares, com os meninos preferindo os esportes e as meninas a queimada. A percepção dos envolvidos na coleta permitiu complementar os dados quantitativos e ainda mostrar algumas insatisfações das crianças em relação às limitações do ambiente escolar, às dificuldades e às reflexões sobre realizar a coleta neste ambiente. Por fim, o estudo três foi observacional e apresentou os resultados de outra coleta com 411 crianças entre seis e 12 anos, com análise de dados quantitativa. A Orientação Motora em crianças foi observada a partir das brincadeiras, pelas dimensões ‘esportivas’ e ‘rítmicas’, complementada com seis dimensões teóricas, ‘jogos de quadra’, atividades de ‘correr’, ‘pular’, ‘menos vigorosas’, ‘sociais e de imaginação’, e ‘sedentárias’. Os modelos de associação das atividades com o sexo mostraram que as meninas tiveram mais chances de preferirem atividades ‘rítmicas’, de ‘pular’, ‘sociais e de imaginação’, e ‘sedentárias’; além de menos chances de preferirem atividades ‘esportivas’ e ‘menos vigorosas’. Os modelos também se associaram com a idade, sendo as crianças mais velhas com mais chances de preferirem atividades ‘esportivas’, ‘jogos de quadra’ e atividades ‘sedentárias’; e menos chances de preferirem atividades de ‘correr’, ‘pular’, ‘rítmicas’ e ‘sociais e de imaginação’. Conclui-se que a Orientação Motora foi observada e delineada nas atividades e brincadeiras das crianças, porém pode apresentar mais dimensões do que para os adultos, mostrando-se como um fenômeno mais complexo devido as diferentes exigências motoras durante o desenvolvimento. Os modelos de associação para as oito categorias de atividades utilizadas neste estudo, apresentaram o sexo e a idade como principais preditores.
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