Qualidade da madeira de pinus taeda L para a produção de painéis de madeira lamelada colada cruzada (mlcc).

• Autor(a) principal: Santos, Jônathas Dalle Mulle
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Udesc
• Texto Completo: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21836
• topic: Madeira lamelada colada cruzada (MLCC); Módulo de elasticidade; Madeira estrutural

A busca por materiais de construção sustentáveis tem crescido nos últimos anos, dada a preocupação com a emissão de CO2 e o impacto ambiental de materiais convencionais. A madeira surge como uma opção sustentável, com pegada de carbono negativa. No entanto, a indústria da construção, principalmente a de interesse social, é responsável por uma parcela significativa das emissões de CO2 em cidades europeias e no Brasil. Os painéis de Madeira Laminada Colada Cruzada (MLCC) representam uma alternativa para mitigar essas emissões e promover a utilização sustentável da madeira. No entanto, a qualidade da madeira usada influencia diretamente a resistência dos painéis de MLCC, e um dos desafios atuais é otimizar o uso de madeira de qualidade inferior. O estudo buscou avaliar a viabilidade do uso de madeira de qualidade inferior de Pinus taeda na produção de painéis de MLCC e identificar possíveis aplicações alternativas. Foram produzidos quatro painéis, todos classificados como "sem classe estrutural" de acordo com a norma europeia. Para cada painel, cerca de 21 tábuas foram usadas, com tamanhos específicos para as camadas externas e internas. O adesivo PUR 501.0 da Kleiberit foi utilizado na montagem dos painéis. Os testes de flexão não destrutiva foram realizados para obter o Módulo de Elasticidade (MOE), com a utilização de uma mesa de corte com serra circular e uma prensa hidráulica. Os resultados revelaram que os painéis apresentaram MOE tanto acima quanto abaixo dos valores das lamelas. Uma análise de dispersão de dados mostrou a presença de um outlier no cálculo do MOE das lamelas, acima do limite superior. No entanto, no contexto de painéis não estruturais, a norma permite tratar todos os valores como iguais. Além disso, o teste de box plot indicou que não há diferenças estatisticamente significativas entre o MOE das lamelas e dos painéis, com um P-valor de 0,5. A norma europeia para Cross Laminated Timber (CLT), EN 16351, é flexível ao permitir o uso de painéis CLT para diversas aplicações, mesmo que não atinjam critérios estruturais. Essa flexibilidade promove a utilização sustentável da madeira em diferentes contextos de construção. Em suma, os resultados do estudo mostram que é possível utilizar madeira de qualidade inferior na produção de painéis de MLCC, desde que sejam seguidas as diretrizes estabelecidas pela norma europeia. Essa abordagem poderia permitir a criação de novos produtos não estruturais com madeira que, de outra forma, não seria aproveitada. Portanto, o estudo contribui para a promoção da sustentabilidade na construção, ao mesmo 4 tempo em que se mantém a qualidade e a segurança dos painéis de MLCC.