A sociedade de risco, o populismo penal midiático e as consequências para o direito e processo penal - uma abordagem a partir da prisão preventiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UCS |
Texto Completo: | https://repositorio.ucs.br/11338/8359 |
Resumo: | A presente monografia pretende analisar e compreender quais fatores estão ocultos por detrás do alarmante número de presos preventivos no Brasil, que lotam nossos presídios e lá vivem em condições desumanas e degradantes, muitos por longos períodos, mesmo sendo (ao menos, deveriam ser) presumidamente inocentes, conforme determina a Constituição Federal. Para tanto, buscou-se, por intermédio de uma análise sociológica, criminológica, dogmático jurídica e crítica, analisar questões acerca da pós-modernidade, marcada pelo surgimento do capitalismo e das novas tecnologias, que nos tornaram uma Sociedade de Risco (onde os riscos foram criados por nós mesmos ? pela ação humana), complexa, polarizada, acelerada e caracterizada pela extrema insegurança, traçando um paralelo entre o sistema econômico vigente, a manipulação por meio da inteligência artificial, a permanente busca pela manutenção do status quo, onde um grupo se mantém sempre dominante sobre outro e o (ab)uso das prisões preventivas no Brasil. Por conseguinte, verificou-se que a real função da prisão preventiva é (deveria ser) unicamente cautelar e, portanto, instrumental ao processo penal. No entanto, sua função está sendo desviada e, nesta senda, tem sido utilizada comumente (e não excepcionalmente) como mecanismo de punição antecipada (porquanto pune e priva o indivíduo da sua liberdade antes de uma sentença condenatória definitiva) e de controle social das classes sociais menos favorecidas, marginalizadas, dos vulneráveis e estigmatizados, que são excluídos e encarcerados massivamente, sem que seja minimamente observado o seu princípio reitor da presunção de inocência. Aliás, nota-se que tais medidas excessivamente repressivas tampouco causam revolta à maioria da população, que, ao contrário, proclama por mais punição e encarceramento, com maior rapidez, mesmo que nossos presídios já estejam superlotados, pois encontra-se gravemente manipulada pelos discursos do medo e do imediato, ininterruptamente disseminados e promovidos pelo Populismo Penal Midiático e, assim, consente com o recrudescimento do poder estatal, na expectativa de tornar-se menos insegura, o que, contudo, não ocorre, mas tende a criar cada vez mais estados autoritários e de exceção. O método utilizado para alcançar o objeto deste projeto se constituiu em uma ampla revisão bibliográfica e em análise de dados oficiais sobre o número e perfil dos encarcerados no Brasil, buscando relacionar teoria e prática (realidade) e, assim, proporcionar ao leitor uma reflexão sobre os rumos da (in)justiça na atualidade. [resumo fornecido pelo autor] |
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Cruz, Daniela Webers daRigon, Bruno SilveiraSantos, Waleska Machado dosVargas, Róbson de2021-06-21T13:53:50Z2021-06-21T13:53:50Z2020-10-062020https://repositorio.ucs.br/11338/8359A presente monografia pretende analisar e compreender quais fatores estão ocultos por detrás do alarmante número de presos preventivos no Brasil, que lotam nossos presídios e lá vivem em condições desumanas e degradantes, muitos por longos períodos, mesmo sendo (ao menos, deveriam ser) presumidamente inocentes, conforme determina a Constituição Federal. Para tanto, buscou-se, por intermédio de uma análise sociológica, criminológica, dogmático jurídica e crítica, analisar questões acerca da pós-modernidade, marcada pelo surgimento do capitalismo e das novas tecnologias, que nos tornaram uma Sociedade de Risco (onde os riscos foram criados por nós mesmos ? pela ação humana), complexa, polarizada, acelerada e caracterizada pela extrema insegurança, traçando um paralelo entre o sistema econômico vigente, a manipulação por meio da inteligência artificial, a permanente busca pela manutenção do status quo, onde um grupo se mantém sempre dominante sobre outro e o (ab)uso das prisões preventivas no Brasil. Por conseguinte, verificou-se que a real função da prisão preventiva é (deveria ser) unicamente cautelar e, portanto, instrumental ao processo penal. No entanto, sua função está sendo desviada e, nesta senda, tem sido utilizada comumente (e não excepcionalmente) como mecanismo de punição antecipada (porquanto pune e priva o indivíduo da sua liberdade antes de uma sentença condenatória definitiva) e de controle social das classes sociais menos favorecidas, marginalizadas, dos vulneráveis e estigmatizados, que são excluídos e encarcerados massivamente, sem que seja minimamente observado o seu princípio reitor da presunção de inocência. Aliás, nota-se que tais medidas excessivamente repressivas tampouco causam revolta à maioria da população, que, ao contrário, proclama por mais punição e encarceramento, com maior rapidez, mesmo que nossos presídios já estejam superlotados, pois encontra-se gravemente manipulada pelos discursos do medo e do imediato, ininterruptamente disseminados e promovidos pelo Populismo Penal Midiático e, assim, consente com o recrudescimento do poder estatal, na expectativa de tornar-se menos insegura, o que, contudo, não ocorre, mas tende a criar cada vez mais estados autoritários e de exceção. O método utilizado para alcançar o objeto deste projeto se constituiu em uma ampla revisão bibliográfica e em análise de dados oficiais sobre o número e perfil dos encarcerados no Brasil, buscando relacionar teoria e prática (realidade) e, assim, proporcionar ao leitor uma reflexão sobre os rumos da (in)justiça na atualidade. [resumo fornecido pelo autor]Direito penalProcesso penalPrisão preventivaA sociedade de risco, o populismo penal midiático e as consequências para o direito e processo penal - uma abordagem a partir da prisão preventivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Repositório Institucional da UCSinstname:Universidade de Caxias do Sul (UCS)instacron:UCSinfo:eu-repo/semantics/openAccessUniversidade de Caxias do Sul. Campus Universitário da Região das HortênsiasBacharelado em DireitoCampus Universitário da Região das HortênsiasNoneORIGINALTCC Daniela Webers da Cruz.pdfTCC Daniela Webers da Cruz.pdfapplication/pdf592229https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/11338/8359/1/TCC%20Daniela%20Webers%20da%20Cruz.pdf41f9b0fdb1bef68a1ed668e3eeb64f81MD51TEXTTCC Daniela Webers da Cruz.pdf.txtTCC Daniela Webers da Cruz.pdf.txtExtracted texttext/plain361513https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/11338/8359/2/TCC%20Daniela%20Webers%20da%20Cruz.pdf.txtd2e375e21c46e8a6bb65cbfec493d46dMD52THUMBNAILTCC Daniela Webers da Cruz.pdf.jpgTCC Daniela Webers da Cruz.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1217https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/11338/8359/3/TCC%20Daniela%20Webers%20da%20Cruz.pdf.jpg7b2ff106c89a0acc7a9dd10e3ccc4a98MD5311338/83592021-07-12 17:51:56.699oai:repositorio.ucs.br:11338/8359Repositório de Publicaçõeshttp://repositorio.ucs.br/oai/requestopendoar:2024-05-06T10:04:03.990195Repositório Institucional da UCS - Universidade de Caxias do Sul (UCS)false |
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