O movimento saciando algumas das fomes
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2003 |
Other Authors: | |
Format: | Conference object |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UCSAL |
Download full: | https://ri.ucsal.br/handle/prefix/2030 |
Summary: | A ciência tem aumentado significativamente a expectativa de vida do ser humano. Segundo dados do IBGE, no período de 1980/2001, no Brasil, houve um aumento significativo nessa direção, Contrariamente, a sociedade, ao invés de valorizar esse fato, voltou-se para o aspecto funcional do homem, considerando não eficaz a função produtiva do idoso, afastando-o prematuramente de cargos de responsabilidade. A aposentadoria se apresenta como mudança radical do esquema de vida para os que estavam adaptados, há anos, à rotina do trabalho, com a convivência diária e desempenho de um papel profissional que lhes assegurava companhia, prestígio e poder aquisitivo. Há, ainda, os que não trabalhavam fora de casa, como a maioria das mulheres de gerações passadas, que sofrem com a independência e afastamento dos filhos criados, com a insatisfação sexual proveniente, sobretudo, de uma forte educação repressiva, somando-se a isso a frustração pelo fato de não concretizar o sonho de uma profissão valorizada, atribuindo todas as suas mazelas à velhice. Desencadeiam-se, então, reações adversas: em alguns casos, a mulher resiste à dependência e orgulha-se em fazer pequenos trabalhos domésticos e cuidados pessoais, enfocando na velhice “dos outros” o aspecto da inutilidade. O homem aceita os limites físicos e admite a hora de desengajar-se. Em outros casos, ambos os sexos caem em extrema depressão, perdendo todo o interesse pelo mundo. Atualmente, vê-se uma tendência do idoso em ganhar novo fôlego para desfrutar a vida, encarando a aposentadoria e a autonomia dos filhos, e até a viuvez como condições libertadoras de compromissos. Todos temem, entretanto, a dependência corporal, a demência e o desamparo – este último, drama mais especifico da velhice pobre, que traz consigo a angústia pela certeza e proximidade da morte, tornando este idoso, muitas vezes, um indivíduo cheio de “fomes”. |
id |
UCSAL-1_8ccad131fc4c4431f307ec15ed564292 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ri.ucsal.br:prefix/2030 |
network_acronym_str |
UCSAL-1 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UCSAL |
repository_id_str |
|
spelling |
2020-10-28T13:40:33Z2020-10-282020-10-28T13:40:33Z2003-1085-88480-18-1285-88480-18-12https://ri.ucsal.br/handle/prefix/2030porUniversidade Católica do SalvadorUCSALBrasilSEMOC - Semana de Mobilização Científica- O movimento saciando algumas das fomesSociais e HumanidadesMultidisciplinarFomesSEMOC - Semana de Mobilização CientíficaO movimento saciando algumas das fomesSEMOC - Semana de Mobilização Científicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectA ciência tem aumentado significativamente a expectativa de vida do ser humano. Segundo dados do IBGE, no período de 1980/2001, no Brasil, houve um aumento significativo nessa direção, Contrariamente, a sociedade, ao invés de valorizar esse fato, voltou-se para o aspecto funcional do homem, considerando não eficaz a função produtiva do idoso, afastando-o prematuramente de cargos de responsabilidade. A aposentadoria se apresenta como mudança radical do esquema de vida para os que estavam adaptados, há anos, à rotina do trabalho, com a convivência diária e desempenho de um papel profissional que lhes assegurava companhia, prestígio e poder aquisitivo. Há, ainda, os que não trabalhavam fora de casa, como a maioria das mulheres de gerações passadas, que sofrem com a independência e afastamento dos filhos criados, com a insatisfação sexual proveniente, sobretudo, de uma forte educação repressiva, somando-se a isso a frustração pelo fato de não concretizar o sonho de uma profissão valorizada, atribuindo todas as suas mazelas à velhice. Desencadeiam-se, então, reações adversas: em alguns casos, a mulher resiste à dependência e orgulha-se em fazer pequenos trabalhos domésticos e cuidados pessoais, enfocando na velhice “dos outros” o aspecto da inutilidade. O homem aceita os limites físicos e admite a hora de desengajar-se. Em outros casos, ambos os sexos caem em extrema depressão, perdendo todo o interesse pelo mundo. Atualmente, vê-se uma tendência do idoso em ganhar novo fôlego para desfrutar a vida, encarando a aposentadoria e a autonomia dos filhos, e até a viuvez como condições libertadoras de compromissos. Todos temem, entretanto, a dependência corporal, a demência e o desamparo – este último, drama mais especifico da velhice pobre, que traz consigo a angústia pela certeza e proximidade da morte, tornando este idoso, muitas vezes, um indivíduo cheio de “fomes”.VIBrasil, Maria Helena MoreiraUCSAL, Universidade Católica do Salvadorinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UCSALinstname:Universidade Católica de Salvador (UCSAL)instacron:UCSALORIGINALO movimento saciando algumas das fomes.pdfO movimento saciando algumas das fomes.pdfapplication/pdf31901https://ri.ucsal.br/bitstreams/5e1027df-8a70-4552-bfdd-0debb2bc3b62/download3def512b6e192dd9695ee240ca6a80e4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://ri.ucsal.br/bitstreams/44cf25bc-79c9-4369-b303-fd6a63bdd1d3/download43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52prefix/20302020-10-28 13:43:29.045open.accessoai:ri.ucsal.br:prefix/2030https://ri.ucsal.brRepositório Institucionalhttp://ri.ucsal.br:8080/oai/requestrosemary.magalhaes@ucsal.bropendoar:2020-10-28T13:43:29Repositório Institucional da UCSAL - Universidade Católica de Salvador (UCSAL)falseTElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4K |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O movimento saciando algumas das fomes |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
title |
O movimento saciando algumas das fomes |
spellingShingle |
O movimento saciando algumas das fomes Brasil, Maria Helena Moreira Sociais e Humanidades Multidisciplinar Fomes SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
title_short |
O movimento saciando algumas das fomes |
title_full |
O movimento saciando algumas das fomes |
title_fullStr |
O movimento saciando algumas das fomes |
title_full_unstemmed |
O movimento saciando algumas das fomes |
title_sort |
O movimento saciando algumas das fomes |
author |
Brasil, Maria Helena Moreira |
author_facet |
Brasil, Maria Helena Moreira UCSAL, Universidade Católica do Salvador |
author_role |
author |
author2 |
UCSAL, Universidade Católica do Salvador |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Brasil, Maria Helena Moreira UCSAL, Universidade Católica do Salvador |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
Sociais e Humanidades Multidisciplinar |
topic |
Sociais e Humanidades Multidisciplinar Fomes SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Fomes SEMOC - Semana de Mobilização Científica |
description |
A ciência tem aumentado significativamente a expectativa de vida do ser humano. Segundo dados do IBGE, no período de 1980/2001, no Brasil, houve um aumento significativo nessa direção, Contrariamente, a sociedade, ao invés de valorizar esse fato, voltou-se para o aspecto funcional do homem, considerando não eficaz a função produtiva do idoso, afastando-o prematuramente de cargos de responsabilidade. A aposentadoria se apresenta como mudança radical do esquema de vida para os que estavam adaptados, há anos, à rotina do trabalho, com a convivência diária e desempenho de um papel profissional que lhes assegurava companhia, prestígio e poder aquisitivo. Há, ainda, os que não trabalhavam fora de casa, como a maioria das mulheres de gerações passadas, que sofrem com a independência e afastamento dos filhos criados, com a insatisfação sexual proveniente, sobretudo, de uma forte educação repressiva, somando-se a isso a frustração pelo fato de não concretizar o sonho de uma profissão valorizada, atribuindo todas as suas mazelas à velhice. Desencadeiam-se, então, reações adversas: em alguns casos, a mulher resiste à dependência e orgulha-se em fazer pequenos trabalhos domésticos e cuidados pessoais, enfocando na velhice “dos outros” o aspecto da inutilidade. O homem aceita os limites físicos e admite a hora de desengajar-se. Em outros casos, ambos os sexos caem em extrema depressão, perdendo todo o interesse pelo mundo. Atualmente, vê-se uma tendência do idoso em ganhar novo fôlego para desfrutar a vida, encarando a aposentadoria e a autonomia dos filhos, e até a viuvez como condições libertadoras de compromissos. Todos temem, entretanto, a dependência corporal, a demência e o desamparo – este último, drama mais especifico da velhice pobre, que traz consigo a angústia pela certeza e proximidade da morte, tornando este idoso, muitas vezes, um indivíduo cheio de “fomes”. |
publishDate |
2003 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2003-10 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-10-28T13:40:33Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2020-10-28 2020-10-28T13:40:33Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/conferenceObject |
format |
conferenceObject |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/2030 |
dc.identifier.isbn.none.fl_str_mv |
85-88480-18-12 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
85-88480-18-12 |
identifier_str_mv |
85-88480-18-12 |
url |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/2030 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
SEMOC - Semana de Mobilização Científica- O movimento saciando algumas das fomes |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Católica do Salvador |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UCSAL |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Católica do Salvador |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UCSAL instname:Universidade Católica de Salvador (UCSAL) instacron:UCSAL |
instname_str |
Universidade Católica de Salvador (UCSAL) |
instacron_str |
UCSAL |
institution |
UCSAL |
reponame_str |
Repositório Institucional da UCSAL |
collection |
Repositório Institucional da UCSAL |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://ri.ucsal.br/bitstreams/5e1027df-8a70-4552-bfdd-0debb2bc3b62/download https://ri.ucsal.br/bitstreams/44cf25bc-79c9-4369-b303-fd6a63bdd1d3/download |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
3def512b6e192dd9695ee240ca6a80e4 43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UCSAL - Universidade Católica de Salvador (UCSAL) |
repository.mail.fl_str_mv |
rosemary.magalhaes@ucsal.br |
_version_ |
1830839942007226368 |