Importância dos morcegos frugívoros (mammalia: chiroptera) na conservação de uma área florestal
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Summary: | Ao longo da evolução, as plantas desenvolveram formas de dispersar seu pólen e sementes, a fim de reproduzirem-se e disseminarem-se. Segundo Odum (1983) e Van der Pijl (1982), os mecanismos utilizados para dispersão das sementes são a gravidade (autocória), o vento (anemocória), a água (hidrocória) e os animais (zoocória). A zoocória garante uma dispersão a uma distância maior que em uma chuva de sementes autocóricas, evitando a ação de predadores de sementes e pragas, o que aumentará o sucesso reprodutivo e o fluxo gênico da planta (FLEMING, 1988). Charles-Dominique & Cooper (1982) constataram que as sementes de algumas plantas germinam mais rápido ao passar pelo trato digestivo de animais. Além disso, muitos animais são capazes de realizar uma dispersão direcionada da semente para um local mais propício à germinação, o que garante uma maior sobrevivência da planta. Portanto, é esperado que nas regiões tropicais os animais sejam os principais responsáveis pela dispersão da maioria das plantas (TOLEDO & MATSUSHITA, 1996). Spina et al (2001) estimaram que cerca de 75% das espécies arbóreas de uma floresta são dispersadas por animais. Entre estes animais, destacam-se os morcegos, pois além da capacidade de voar aumentando as distâncias de dispersão e colonização de novos habitats pelas sementes (CHARLES-DOMINIQUE, 1986), esse grupo é muito abundante e com uma alta diversidade na região tropical (MARINHO-FILHO & SAZIMA, 1989). Os morcegos estão distribuídos em duas subordens, Megachiroptera e Microchiroptera. A subordem Megachiroptera, com apenas uma família Pteropodidae (raposas voadoras), está restrita às regiões tropicais do Velho Mundo (África e Ásia) e Oceania, e a subordem Microchiroptera, possui 17 famílias, com ampla distribuição geográfica, ausente apenas nas regiões polares, em grandes altitudes e em poucas ilhas isoladas do Pacífico (BRASIL, 1998). No Brasil, ocorrem nove famílias e 138 espécies conhecidas (MARINHO-FILHO et al, 1997). Marinho-Filho e Sazima (1989) consideram a fauna de microquirópteros da região Neotropical, em termos de diversidade, como a mais rica do mundo. Esta diversidade justifica a grande variedade de hábitos alimentares (TRAJANO, 1984; HOWELL & BURCH, 1974), registrando-se que, atualmente, existem morcegos com hábitos insetívoros, hematófagos, piscívoros, carnívoros, frugívoros e nectarívoros (BRASIL, 1998; WILSON, 1973). Os fitófagos compreendem duas famílias, Pteropodidae (Megachiroptera) e Phyllostomidae (Microchiroptera) (FLEMING, 1988). Alguns morcegos com hábito alimentar generalista, também podem realizar polinização e dispersão de sementes (GRIBEL et al., 1993; SÁ-NETO, 2000). Inclusive, Ferrarezi & Gimenez (1996) destacam que são poucas as espécies de morcegos da família Phyllostomidae com dieta exclusiva de frutos. Segundo Toledo e Matsushita (1996), a ocorrência e a abundância de morcegos frugívoros em área aberta são bem menores que nos ambientes de áreas fechadas e semifechadas, provavelmente associada à pouca abundância na oferta de alimentos, sugerindo que a ocorrência desse animal em clareiras seja quando estão forrageando à procura de alimentos, podendo ou não dispersar sementes nestas áreas. Segundo Mello (2002), os morcegos interagem com diversas espécies vegetais, o que lhes confere o papel de mutualistas-chave, cruciais para a manutenção dos diversos processos ecológicos. A interação entre morcegos frugívoros e plantas são tão íntimas que |
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A zoocória garante uma dispersão a uma distância maior que em uma chuva de sementes autocóricas, evitando a ação de predadores de sementes e pragas, o que aumentará o sucesso reprodutivo e o fluxo gênico da planta (FLEMING, 1988). Charles-Dominique & Cooper (1982) constataram que as sementes de algumas plantas germinam mais rápido ao passar pelo trato digestivo de animais. Além disso, muitos animais são capazes de realizar uma dispersão direcionada da semente para um local mais propício à germinação, o que garante uma maior sobrevivência da planta. Portanto, é esperado que nas regiões tropicais os animais sejam os principais responsáveis pela dispersão da maioria das plantas (TOLEDO & MATSUSHITA, 1996). Spina et al (2001) estimaram que cerca de 75% das espécies arbóreas de uma floresta são dispersadas por animais. 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