Tratamento anticalcificante de bioprótese: resultado clínico inicial

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Main Author: Vandrecic,Mário O
Publication Date: 1992
Other Authors: Gontijo Filho,Bayard, Oliveira,Sérgio Almeida de, Silva,João Alfredo de Paula e, Fantini,Fernando Antônio, Barbosa,Juscelino Teixeira, Avelar,Sandra de Oliveira Sarpori, Pawlowski,Andrzej, Andrade,Cláudio Augusto de Oliveira, Miotto,Heberth César, Braga,Maria Aparecida, Gutierrez,Cristiana
Format: Article
Language: por
Source: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
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Summary: O resultado clínico das trocas valvares com o uso de bioprótese é satisfatório do ponto de vista hemodinâmico e da baixa incidência de tromboembolismo, proporcionando uma qualidade de vida adequada. A durabilidade, principalmente em crianças e jovens, tem sido a principal desvantagem. Embora vários tratamentos tenham sido divulgados como o remédio eficaz contra a calcificação, os resultados das biopróteses de primeira, segunda e terceira geração são os mesmos. Este trabalho analisa os resultados clínicos iniciais das trocas valvares utilizando a bioprótese porcina Biocór tratada, usando-se uma nova metodologia múltipla de modo a se obter uma ligação covalente duradoura do agente anticalcificante ao tecido. Os resultados convincentes obtidos na experimentação animal, a qualidade da análise toxicológica e a necessidade de um substituto valvular biológico determinaram este estudo clínico em 55 pacientes, nos quais foram implantadas 66 biopróteses. De fevereiro de 1991 a março de 1992, receberam esta nova bioprótese 28 pacientes do sexo masculino e 27 do sexo feminino. A idade variou de 11 a 68 anos. A idade média foi de 26,6 anos. As médias das idades foram de 25,5 ± 3,6 para os pacientes do sexo masculino e 27,9 ± 4,8 para os do sexo feminino; 72,7% ± 11,8 dos pacientes pertencem ao grupo etário de até 30 anos. A etiologia foi essencialmente reumática em 70,9% ± 12,0. O ritmo sinusal predominou em 70,9% e a classe funcional preoperatoria foi de 40,0% ± 12,9 e de 52,7% ± 13,2 para a classe III e IV, respectivamente, da NYHA. Esses 55 pacientes (pts) foram submetidos a troca aórtica (16 pts = 29,1% ± 12,0); mitral (28 pts = 50,1% ± 13,21) e dupla troca (11 pts = 20,0% ± 10,6). A técnica cirúrgica foi a convencional, usando-se oxigenador nacional de bolhas, cardioplegia cristalóide e pontos em U sub-anulares. Não houve complicações relacionadas à nova bioprótese per si. A mortalidade hospitalar foi 3,6% ± 4,9 (2 em 55 pts). A maioria dos pacientes encontrase em classe funcional I e II. O seguimento desses pacientes é feito trimestralmente, através de exame clínico, ecodopplercardiografia e análises sangüíneas. Durante esse período de 13 meses de seguimento, não foi detectada nenhuma alteração decorrente do uso desta nova bioprótese. Embora o tempo de seguimento tenha sido curto, pode-se observar que a natureza do tratamento químico realizado na bioprótese foi bem tolerada. À luz dos resultados experimentais satisfatórios na obtenção de um tratamento que atenue a calcificação, prolongando a durabilidade, os autores justificam a necessidade de estudos controlados na busca do substituto valvular ideal.
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